A Cultura Não Se Cala – Crônicas das Trincheiras da Resistência: Moa do Katendê sai da vida pra ser semente; Roger Waters, do Pink Floyd, na turnê do #EleNão; “O Moço Lindo do Badauê” e o novo doc de Pronzato

A Cultura não se cala. Uma das evidências recentes mais impressionantes foi a transfiguração de Moa do Katendê em mártir, emblema, semente. Fundador da lendária banda inglesa Pink Floyd, o músico Roger Waters, no seu show em Salvador (BA), no 17 de Outubro de 2018, em plena efervescência eleitoral, fez uma imensa homenagem a Moa do Katendê – o compositor e mestre de capoeira, de 63 anos de idade, que foi assassinado com 12 facadas nas costas por discordar de um eleitor de Bolsonaro (Fonte: https://bit.ly/2VIQRO9, Pragmatismo Político).

Na Arena Fonte Nova, diante de 28 mil pessoas, muitas delas entoando “Ele Não!”, um telão de 70 metros de largura evocou a potência reativável dos ausentes e dos tombados, como os Moas e as Marielles. Mortos, mas nunca esquecidos, agora participam do destino das sementes. É assim que, recusando as mordaças, a Arte ergue suas trincheiras simbólicas para a resistência ao neofascismo reinante – e relinchante.

Fundador, nos anos 1970, do Afoxé Badauê, Moa foi um mestre da cultura popular brasileira que teve sua enraizada existência brutalmente interrompida pelo ódio sectário disseminado pela extrema-direita Bolsonarista. Recentemente, a memória de Moa do Katendê foi celebrada e documentada no filme “A Primeira Vítima”, do sempre-pertinente documentarista Carlos Pronzato ( assista ao filme completo – Brasil, 2018, 46 min):


A Folha de S.Paulo também lançou um importante testemunho: em entrevista inédita, Moa do Katendê fala sobre democracia e seu colapso, colonialidade e racismo, ataque à liberdade de expressão dos artistas populares, origens do Badauê, raízes das formas culturais como o afoxé, dentre outros temas – assista já: 


Já no videoclipe cypher da canção “Moço Lindo do Badauê”, que reúne os artistas Opanijé, Nelson Maca, Wall, Aspri RBF e Xarope MC, faz-se uma comovente homenagem a Moa que despertou os seguintes comentários do Danilo no site Oganzapan:

“A morte de mestre Moa gerou uma comoção e se tornou símbolo da tristeza e do caos politico que hoje se abateu de modo total sobre nós. Mas não só, o fato de sua morte gerou também outros movimentos e essa obra de arte a que estamos nos referindo é um dos mais bonitos.

A sensação da perda de um ancião negro, morador dos mais importantes do bairro em que eu moro, se transformou na perda de tudo aquilo que eu procuro aprender desde que tomei consciência da minha negritude.

Um corpo, uma existência que reunia todas as capacidades negras, fruto de uma excelência que transbordava a arte, passava pela técnica, atravessava a performance e se fazia pleno em tudo. Da politica à dança, do social à confecção de instrumentos, da moda negra à toda ancestralidade do candomblé, luta, moda, religião e tudo mais que você pensar.

Uma perda sentida por tudo que não poderei mais apreciar, aprender e passar a diante. Tudo isso exaurido por facadas desferidas pelas costas, no ato mais vil que o ódio pode exercer: a traição. Diante desse quadro bizarro, passei a refletir sobre meu lugar, sobre minha história, sobre a nossa arte e nossos conhecimentos que vão se perdendo sem valorizarmos adequadamente.

Quando vi o clipe da música Moço Lindo do Badauê, todo esse turbilhão de impressões e pensamentos se multiplicaram, pois ali reuniram-se outros tantos jovens mestres que estão se fazendo ou já são guardiões de partes fundamentais da nossa cultura. Que em seus trabalhos, por mais excelência que ofereçam, não conseguem a visibilidade necessária aos nossos.” – Oganzapan


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LINDAS CANÇÕES DE PAULO CÉSAR PINHEIRO – Com Clara Nunes, MPB4, Joyce, Mariene de Castro, Teresa Cristina, dentre outros

Com Clara Nunes, Vinícius de Moraes e Paulo Gracindo no camarim do show Brasileiro Profissão Esperança. Canecão, RJ/ 1974


CANÇÕES ESSENCIAIS DE PAULO CÉSAR PINHEIRO – Com Clara Nunes, MPB4, Joyce, João Nogueira, Mariene de Castro, dentre outros

PESADELO – Paulo César Pinheiro / Maurício Tapajós

Quando o muro separa uma ponte une
Se a vingança encara o remorso pune
Você vem me agarra, alguém vem me solta
Você vai na marra, ela um dia volta

E se a força é tua ela um dia é nossa
Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando
Que medo você tem de nós, olha aí

Você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto
De repente olha eu de novo

Perturbando a paz, exigindo troco
Vamos por aí eu e meu cachorro
Olha um verso, olha o outro
Olha o velho, olha o moço chegando
Que medo você tem de nós, olha aí

O muro caiu, olha a ponte
Da liberdade guardiã
O braço do Cristo, horizonte
Abraça o dia de amanhã

Olha aí…
Olha aí…
Olha aí…



Com Baden Powell na gravação do LP Paulo César Pinheiro, lançado em 1980 com participação dos parceiros.

LEIA EM ROLLING STONE: Paulo César Pinheiro, o letrista mais importante do Brasil (Nov / 2011)



JOGO DE ANGOLA – Paulo César Pinheiro

No tempo em que o negro
Chegava fechado em gaiola
Nasceu no Brasil
Quilombo e quilombola
E todo dia, negro fugia, juntando a curriola

De estalo, de açoite, de ponta de faca
E zunido de bala
Negro voltava pra Angola
No meio da senzala

E ao som do tambor primitivo
Berimbau, maracá e viola
Negro gritava “Abre ala!”
Vai ter jogo de Angola

Perna de brigar, camará
Perna de brigar, olê!
Ferro de furar, camará
Ferro de furar, olê!
Arma de atirar, camará
Arma de atirar, olê!

Dança guerreira
Corpo do negro é de mola
Na capoeira
Negro embola e desembola
E a dança que era uma festa para o dono da terra
Virou a principal defesa do negro na guerra
Pelo que se chamou libertação
E por toda força coragem, rebeldia
Louvado será todo dia
Esse povo cantar e lembrar o Jogo de Angola
Na escravidão do Brail

Ouça com Clara Nunes Guerreira:



CANTO DAS TRÊS RAÇAS – Paulo Cesar Pinheiro e Mauro Duarte

Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil

Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou

Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou

E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor

E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor




Com Tom Jobim e Dori Caymmi, 1980

AS FORÇAS DA NATUREZA – Paulo César Pinheiro e João Nogueira

Quando o Sol
Se derramar em toda sua essência
Desafiando o poder da ciência
Pra combater o mal
E o mar
Com suas águas bravias
Levar consigo o pó dos nossos dias
Vai ser um bom sinal
Os palácios vão desabar
Sob a força de um temporal
E os ventos vão sufocar o barulho infernal
Os homens vão se rebelar
Dessa farsa descomunal
Vai voltar tudo ao seu lugar
Afinal

Vai resplandecer
Uma chuva de prata do céu vai descer, la la la
O esplendor da mata vai renascer
E o ar de novo vai ser natural
Vai florir
Cada grande cidade o mato vai cobrir, ô, ô
Das ruínas um novo povo vai surgir
E vai cantar afinal

As pragas e as ervas daninhas
As armas e os homens de mal
Vão desaparecer nas cinzas de um carnaval (2X)

Com João Nogueira e Joyce no show Paulo César Pinheiro 50 Anos. SESC Pompéia, São Paulo, 1999 (Foto Marco Aurélio Olímpio)



Toque de São Bento Grande de Angola – Paulo César Pinheiro

Nesse mundo camará
Mas não há, mas não há,
Mas não há quem me mande!
Eu só sei obedecer
Se mandar
Se mandar São Bento Grande
É de Angola, é de Angola, é de Angola
De Angola, De Angola, De Angola! 

Meu avô já foi escravo
Mas viveu com valentia
Descumpria a ordem dada
Agitava a escravaria
Vergalhão, corrente, tronco
Era quase todo dia
Quanto mais ele apanhava
Menos ele obedecia

Quando eu era ainda menino
O meu pai me disse um dia
A balança da justiça
Nunca pesa o que devia
Não me curvo à lei dos homens
A razão é quem me guia
Nem que seu avô mandasse
Eu não obedeceria

Esse mundo não tem dono
E quem me ensinou sabia
Se tivesse dono o mundo
Nele o dono moraria
Como é mundo sem dono
Não aceito hierarquia
Eu não mando nesse mundo
Nem no meu vai ter chefia!



SAGARANA

A ver, no em-sido
Pelos campos-claros: estórias
Se deu passado esse caso
Vivência é memória
Nos Gerais
A honra é-que-é que se apraz
Cada quão
Sabia sua distinção
Vai que foi sobre
Esse era-uma-vez, ‘sas passagens
Em beira-riacho
Morava o casal: personagens
Personagens, personagens
A mulher
Tinha o morenês que se quer
Verdeolhar
Dos verdes do verde invejar
Dentro lá deles
Diz que existia outro gerais
Quem o qual, dono seu
Esse era erroso, no à-ponto-de ser feliz demais
Ao que a vida, no bem e no mal dividida
Um dia ela dá o que faltou… ô, ô, ô…

É buriti, buritizais
É o batuque corrido dos gerais
O que aprendi, o que aprenderás
Que nas veredas por em-redor sagarana
Uma coisa e o alto bom-buriti
Outra coisa é o buritirana…

A pois que houve
No tempo das luas bonitas
Um moço êveio:
– Viola enfeitada de fitas
Vinha atrás
De uns dias para descanso e paz
Galardão:
– Mississo-redó: Falanfão
No-que: “-se abanque…”
Que ele deu nos óio o verdêjo
Foi se afogando
Pensou que foi mar, foi desejo…

Era ardor
Doidava de verde o verdor
E o rapaz quis logo querer os gerais
E a dona deles:
“-Que sim”, que ela disse verdeal
Quem o qual, dono seu
Vendo as olhâncias, no avôo virou bicho-animal:
– Cresceu nas facas:
– O moço ficou sem ser macho
E a moça ser verde ficou… ô, ô, ô…

É buriti, buritizais
É o batuque corrido dos gerais
O que aprendi, o que aprenderás
Que nas veredas por em-redor sagarana
Uma coisa e o alto bom-buriti
Outra coisa é o buritirana…
Quem quiser que cante outra
Mas à-moda dos gerais
Buriti: rei das veredas
Guimarães: buritizais!


ÁLBUNS COMPLETOS

[Encontro de Culturas – Txt 11] Corpo a corpo com a ancestralidade: os segredos da musicalidade afrobrasileira segundo Nego Ativo, do Berimbrown

Corpo a corpo com a ancestralidade: os segredos da musicalidade afrobrasileira segundo Nego Ativo, do Berimbrown

Oficina de Musicalização, com o mestre Nego Ativo do Berimbrown, revela muitos segredos da musicalidade afrobrasileira e do potencial artístico de berimbaus e capoeiras

por Eduardo Carli de Moraes para o XVI Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros

O XVI Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros ofereceu aos interessados uma ótima oportunidade de vivência sobre a musicalidade afrobrasileira através da “Oficina de Musicalização na Capoeira”, que ocorreu na manhã de Domingo, 24 de Julho, no espaço Petrobras.  A vivência foi conduzida pelo mestre Nego Ativo, um dos fundadores e líderes do grupo mineiro Berimbrown, banda que já tem 20 anos de trajetória e realizou 2 shows durante o Encontrão deste ano.

O berimbau é um dos instrumentos musicais mais representativos da cultura afrobrasileira e um elemento essencial da capoeira. O ritmo e a vibe que animam as interações corporais acrobáticas dos capoeiristas estão umbilicalmente conectados à peculiar sonoridade do berimbau. Este instrumento musical, originário de Angola, foi trazido ao Brasil por aqueles que foram sequestrados no continente africano pelo imperialismo escravagista e que, mesmo a duras penas, sob o jugo tenebroso da escravidão, no Novo Mundo mantiveram viva a chama de sua cultura nativa.

O berimbau, por isso, soa como o som da resistência e da resiliência de uma cultura milenar que, longe de ter sido dizimada pelas atrocidades dos imperialistas europeus, sobreviveu após atravessar aquilo que o historiador e antropólogo Paul Gilroy batizou, em seu clássico estudo, de Atlântico Negro.

Durante a oficina pudemos conhecer em minúcias alguns detalhes e curiosidades sobre o berimbau. Poucos sabem, por exemplo, que existem pelo menos 3 subtipos de berimbau: o gunga ou berra-boi, de tom mais grave; o berimbau médio; e o viola, de tom mais agudo. Cada berimbau é simultaneamente um instrumento percussivo e harmônico, o que foi exemplificado na prática durante a oficina através de 3 berimbaus, de diferentes tonalidades, que foram tocados juntos, criando um campo harmônico convidativo para que um coro de vozes desenhasse sua melodia sobre eles.

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Nego Ativo, mestre de capoeira e grande conhecedor de nossa MPB, realizou junto aos presentes uma série de dinâmicas de grupo destinadas a ensinar algumas noções básicas de ritmo, harmonia e melodia. Mas não foram lições de teor teórico, pois o intento era conseguir, junto aos presentes, uma criação coletiva e improvisada, numa espécie de jam session de afrobrasilidade. Dito e feito.

Ele explicou brevemente o funcionamento dos compassos musicais com um linguajar acessível e saboroso: para explicar o compasso quaternário, de quatro tempos, destacou a importância do primeiro tempo, “a cabeça do compasso”, “aquilo que nos sustenta”, e com auxílio das batidas geradas pelas palmas ou pelos pés no chão mostrou na prática como funcionam os mecanismos de acentuação rítmica (pedindo, por exemplo, palmas no segundo e no quarto tempo do compasso quaternário).

Teceu ainda comentários sobre tempo e contratempo, explanou sobre a sustentação de notas e sobre as notas mais breves (os chamados stacattos). Recomendou aos presentes que querem fazer boa música: “vocês não podem sair correndo, com tudo descompassado.” Segundo Nego Ativo, a ritmicidade genuína não tem nada a ver com a pressa ou correria que caracteriza boa parte das atitudes daqueles que vivem em grandes centros urbanos e submetidos às disciplinas do mercado de trabalho.

“A gente ser lento no mundo moderno é uma dificuldade”, refletiu. Complementou, de modo a um só tempo brincalhão e sério: “temos que dar uma banana para a velocidade!” Para desenvolver um ouvido musical, é preciso dedicar tempo a não somente ouvir música, mas realmente tentar compreendê-la, em todos os seus elementos. “Temos que limpar os ouvidos, mas não tô falando de cotonetes”, brincou.

  Mano Ativo forneceu uma série de dicas para desenvolver o que ele chamou de “consciência rítmica”, dentre eles um exercício simples mas eficaz: atentar para a própria batida deste tambor incansável que cada um de nós carrega no peito (uma excitante canção recente do indie-rock internacional resume a ópera: “The Heart Is A Beating Drum”). O coração, com suas sístoles e diástoles, é o percussionista do nosso organismo. E não há músico que dê conta de realizar algo de ritmo interessante sem estar em sintonia com o pulsar do próprio corpo. O segredo da boa música, sugere Nego Ativo, consiste numa reconexão com o corpo ancestral.

Ao final da vivência, ponderou: “Hoje, nesta manhã, conseguimos fazer esta conexão com o nosso corpo ancestral, com o nosso coração rítmico, pois nos permitimos este intercâmbio. Oficinas assim podem nos ajudar a ganhar uma sabedoria para que a gente aprenda a combater este sistema veloz que nos é imposto o tempo todo. É preciso termos um controle maior da nossa velocidade.”

Foi assim que Nego Ativo compartilhou um pouco de seus ricos saberes, incentivando os participantes a realizarem junto com ele, através de batuques e palmas, de cantos e danças, uma imersão no âmbito da musicalidade afro. Ele também abordou temas como a educação do ouvido musical, o desenvolvimento de uma consciência rítmica, além de temas conectados à alienação política e sua possível superação (que só se dará, segundo ele, se criarmos as condições para o florescimento de cidadãos pensantes e atentos, conectados à ancestralidade e autônomos, autodeterminados).

Nossa música popular brasileira foi profundamente marcada por amplas influências afro, sem as quais, por exemplo, não teria nascido o samba. Um instrumento de corda como o berimbau – que é constituído não só por uma vara com um fio de arame tensionado, mas também por uma cabaça dotada de caixa de ressonância, além de outros elementos – teve entre os músicos brasileiros alguns de seus maiores virtuoses (como Naná Vasconcelos), inspirou algumas de nossas mais inesquecíveis canções (como o afrosamba de Baden Powell e Vinicius de Moraes) e chegou até mesmo a ser representado nas artes plásticas por Jean-Baptiste Debret. Nego Ativo forneceu um ótimo painel disto no contexto da música brasileira, abrindo horizontes para que os presentes depois conhecessem de modo mais aprofundado alguns artistas que ele mencionou e recomendou (como Waldemar Liberdade).

 A oficina também contribuiu para incrementar nos conviventes a apreciação estética das performances da banda mineira Berimbrown, uma das grandes atrações musicais do XVI ECT. O grupo tem uma proposta estética e política de reconexão com as raízes ancestrais, em especial as africanas e suas descendências musicais americanas (via funk, soul, hip hop etc.). Este enraizamento se dá sem perder de vista o que há de mais contemporâneo, não há problema em mesclar os beats eletrônicos do DJ com a percussividade ancestral do berimbau – algo explícito no novo álbum deles, Lamparina. Além disso, o Berimbrown lida em suas letras com temas conectados às populações periféricas, quilombolas, subalternizadas, numa perpectiva que tem semelhanças com aquela que anima o projeto artístico de Manu Chao, Mundo Livre S.A ou Anita Tijoux.

 Algumas pessoas descrevem o som do Berimbrown como uma mistura de O Rappa com James Brown. Eles evocam no palco também outras figuras emblemáticas e inspiradoras, como Bob Marley, e revelam inspirações não somente artísticas,  mas intelectuais e cívicas, como Milton Santos. O Berimbrown convoca a galera para acender a lamparina e levantar-se por seus direitos (tocam uma versão peculiar de “Get Up Stand Up” do rasta-rei do ragga, por exemplo), transitando por estilos com desenvoltura, sempre na luta por por uma outra globalização, que inclua a diversidade ao invés de prosseguir na rota atual de um capitalismo perverso e excludente.

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Fotos: Bruna Brandão

ASSISTA AO CLIPE COM ALGUNS DOS MELHORES MOMENTOS DO SHOW DO BERIMBROWN:

“Ascensão”, álbum póstumo de Serena Assumpção (2016, 52 min, Selo Sesc), explora a tradição do Candomblé e tem uma canção para cada orixá

Serena
“Ascensão”, álbum póstumo de SERENA ASSUMPÇÃO (2016, 52 min, Selo Sesc), explora a tradição do Candomblé com uma canção para cada orixá

Via Canal Musical:

image002“As memórias afetivas e vivências em terreiros e nas tradições ancestrais das religiões afro-brasileiras ganharam expressão rica e delicada nas canções apresentadas em “Ascensão”, álbum dirigido, produzido e interpretado por Serena Assumpção e no qual trabalhou nos últimos cinco anos. Gravado em abril de 2015 em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, o CD de inéditas contou com a participação de mais 50 músicos e foi o último trabalho da artista, que faleceu, aos 39 anos, em março deste ano.

Cada uma das 13 faixas que compõem “Ascensão” saúda um orixá e é dedicada a pessoas admiradas por Serena, como o artista Leonilson, o Profeta Gentileza, Luz Del Fuego, Elis Regina, Clementina de Jesus, Clara Nunes e Mãe Menininha do Gantois. Pipo Pegoraro e DiPa também assinam a produção musical.

No texto de abertura, assinado pelo compositor, cantor e violonista baiano Tiganá Santana, fica explícita a colaboração do álbum, segundo ele, na promoção da reflexão sobre a importância do respeito à diversidade cultural e sua beleza.

Para Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo, foi um grande contento apoiar o projeto. “Serena nos traz essas nuances africanas, do Candomblé e da Umbanda, para cantar o que de mais belo temos: a esperança. Com músicas inspiradas em sua vivência nessas tradições ancestrais, podemos reconhecer uma amplitude da herança africana presente em nosso dia-a-dia”, explicou no texto assinado por ele no encarte do álbum.

O CD “Ascensão” custa R$ 20,00 e está a venda nas unidades do Sesc e no link http://www.sescsp.org.br/livraria.”

LEIA TB: SESC – Pedro Antunes no EstadãoLeonardo Lichote em O Globo

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OUÇA JÁ: “ASCENSÃO”:

ACESSE O ENCARTE COMPLETO

Lançado em julho de 2016, poucos meses depois que Serena Assumpção nos deixou, vítima de câncer, aos 39 anos, “Ascensão” é o fruto de meia década de trabalho da produtora e musicista – e também a obra que crava seu nome na história da música brasileira. Em 13 canções que já nascem clássicas – divididas entre composições originais de Serena e de Gilberto Martins, e escritos em domínio público – a filha mais velha de Itamar canta sobre os orixás num trabalho que traz o som do terreiro para a roupagem do Brasil no século XXI, mas sem deixar a atmosfera de suas origens de lado (a ideia e muitas canções do álbum, afinal, surgiram a partir da vivência de Serena no Santuário da Irmandade do Ilê de Pai Dessemi de Odé, em São Paulo). E a artista fez tudo isso elencando alguns dos nomes mais importantes da música nacional dos últimos anos, como Céu, Curumin, Karina Buhr, Metá Metá, e sua irmã Anelis Assumpção.

FAIXAS:
00:00 – Exu (com Karina Buhr e Zé Celso)
03:05 – Ogum (com Tatá Aeroplano e Tulipa Ruiz)
06:58 – Pavão (com Curumin e Anelis Assumpção)
10:55 – Oxumaré (com Moreno Veloso, Bem Gil e Mãeana)
14:49 – Xangô (com Metá Metá)
19:47 – Iansã (com Tetê Espíndola)
24:33 – Oxum (com Curumin e Xênia França)
29:02 – Iemanjá (com Céu)
32:10 – Iroko (com Mariana Aydar)
37:35 – Nanã
40:44 – Obaluaiê (com Filipe Catto)
46:09 – Oxalá
49:10 – Do Tata Nzambi (com o Grupo Source De Vie)

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Confira também:

Metrópolis – TV Cultura

100 DISCOS BACANAS DA MÚSICA BRASILEIRA NO SÉCULO 21 – Ouça todos na íntegra: Criolo, Pitty, Emicida, Planet Hemp, Nação Zumbi, Lenine, Tom Zé, Elza Soares, Boogarins etc.

Subam o volume, abram os tímpanos e façam recurso aos expansores de consciência prediletos! Eis aqui um banquete musical farto e diverso que serve como um passeio turístico pela produção musicográfica no Brasil de 2000 pra cá. Os mais de 100 álbuns completos aqui reunidos pretendem ofertar portais de entrada para alguns dos mais significativos e expressivos álbuns gravados desde que o atual século raiou e a lista inteira pode ser acessada também em nossa playlist no Youtube (shortlink: http://bit.ly/1Z9c2Ef). A imagem que ilustra o post (acima) é uma obra do estúdio de ilustração goiano Bicicleta Sem Freio.

Voilà alguns dos artistas que vale a pena acompanhar no cenário musical brazuca contemporâneo: Criolo; Emicida; Pitty; Planet Hemp; Elza Soares; Los Hermanos; Siba; Lenine; Juçara Marçal e Metá Metá; Céu; Curumin; Apanhador Só; Karina Buhr; Móveis Coloniais de Acaju; Vivendo do Ócio; Cidadão Instigado; Tom Zé;  etc.

OBS: Algumas ausências importantes deste listão devem-se simplesmente à indisponibilidade atual do álbum no Youtube: é o caso, por exemplo, de obras excelentes – que esperamos poder adicionar à lista em breve – como: ModeHuman do Far From AlaskaCorpura, do Aláfia; A Dança da Canção Incerta, da Pó de Ser; a estréia do Carne Docedo Hellbenders, do Overfuzz; além dos discos de Mariana Aydar, Ceumar, Luiz Tatit etc.

(P.S. – Vocês podem sugerir álbuns ausentes desta playlist pelos comentários ou via msg de Facebook! Compartilhe no FB e no Tumblr.)

criolo

CRIOLO – “Convoque Seu Buda”


CRIOLO – “Nó Na Orelha”


PAULO CÉSAR PINHEIRO, “Capoeira de Besouro”


SABOTAGE – “Rap É Compromisso”


EMICIDA – “O Glorioso Retorno…”


CÍCERO – “Canções de Apartamento”


NAÇÃO ZUMBI – “Fome de Tudo”


PLANET HEMP – “A Invasão do Sagaz Homem Fumaça”


B NEGÃO – “Sintoniza Lá”


ELZA SOARES – “A Mulher Do Fim Do Mundo”


CÉU – “Vagarosa”


RODRIGO AMARANTE – “Cavalo”


TULIPA RUIZ – “Efêmera”


JUÇARA MARÇAL – “Encarnado”


JUÇARA MARÇAL E KIKO DINUCCI – “Padê”


RACIONAIS MCS – “Nada Como Um Dia”


CÉU – “Catch a Fire” (Live)


LITTLE JOY


B NEGÃO – “Enxugando Gelo”


RUSSO PASSAPUSSO – “Paraíso da Miragem”


PITTY – “Anacrônico”


PITTY – “Sete Vidas”


PITTY, “Admirável Chip Novo”


NÔMADE ORQUESTRA


KAMAU – “Non Ducor Duco”


CURUMIN – “Japan Pop Show”


BOOGARINS – “Manual”


BOOGARINS – “Plantas Que Curam”


KARINA BUHR – “Eu Menti Pra Você”


B NEGÃO – “Transmutação”


O TERNO (2014)


MÓVEIS COLONIAIS DE ACAJU (2005)


AVA ROCHA – Ava Patrya Yndia Yracema (2015)


MACUMBIA – Carne Latina


TÁSSIA REIS


ACADEMIA DA BERLINDA (2007)


MACACO BONG – “Artista Igual Pedreiro”


ANELIS ASSUMPÇÃO E OS AMIGOS IMAGINÁRIOS


DINGO BELLS – “Maravilhas da Vida Moderna”


VIVENDO DO ÓCIO – “O Pensamento É Um Ímã”


BAIANA SYSTEM – “Duas Cidades”


CIDADÃO INSTIGADO – “Fortaleza”


CIDADÃO INSTIGADO E O MÉTODO TUFO DE EXPERIÊNCIAS


TOM ZÉ – “Vira Lata na Via Láctea”


ELO DA CORRENTE – “Cruz”


ÑANDE REKO ARANDU – Memória Viva Guarani  (2000)


ESTRILINSKI E OS PAULERA – “Leminskanções”


NOÇÃO DE NADA – “Sem Gelo” (2006)


MOMBOJÓ – “Nada de Novo” (2004)


FINO COLETIVO (2007)


PITTY – “Ciaroescuro”


MATEUS ALELUIA – “Cinco Sentidos” (2010)


LOS HERMANOS – “Ventura” (2003)


ABAYOMY AFROBEAT ORCHESTRA – “Abra Sua Cabeça”


SIBA – “Avante”


SIBA E A FULORESTA – “Toda vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar” (2007)


MUNDO LIVRE S/A – O outro mundo de Manuela Rosário (2004)


NÁ OZZETTI E ZÉ MIGUEL WISNIK – Ná e Zé (2015)


CAETANO VELOSO – Cê (2006)


HURTMOLD – Mestro


INSTITUTO – Coleção Nacional


CORDEL DO FOGO ENCANTADO


RODRIGO CAMPOS – “Conversas com Toshiro”


DUDA BRACK – “É”


CURUMIN – “Achados e Perdidos” (2005)


LUISA E OS ALQUIMISTAS – “Cobra Coral”  (2016)


A TROÇA HARMÔNICA (2015)


MAHMED – Sobre a Vida em Comunidade


LETUCE – Estilhaça


FILARMÔNICA DE PASÁRGADA – “O Hábito da Força” (2013)


LENINE – “Chão” (2011)


LENINE – “Labiata” (2008)


MUÑOZ – “Nebula” (2014)


JARDS MACALÉ – “Amor, Ordem e Progresso”


OTTO – “Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos” (2009)


TOM ZÉ – “Jogos de Armar”


SARA NÃO TEM NOME – “Ômega III”


FORGOTTEN BOYS – “Stand by the DANCE”


GUSTAVITO – “Só o Amor Constrói”


BLUBELL – “Eu sou do Tempo…”


THALMA E GADELHA – “Mira”


NOÇÃO DE NADA – “Trajes e Comportamentos”


MUNDO LIVRE S/A vs NAÇÃO ZUMBI


ZULUMBI (2014)


IAN RAMIL – Derivacilização (2014)


CAMARONES ORQUESTRA GUITARRÍSTICA – Rytmus Alucynantis


CAMARONES ORQUESTRA GUITARRÍSTICA – Espionagem…


ABAYOMY (2012)


LOS HERMANOS – “Bloco do Eu Sozinho”


VOLVER – “Acima da Chuva”


ORQUESTRA IMPERIAL – “Carnaval Só Ano Que Vem”


SUPERCORDAS – “Terceira Terra” (2015)


CÉREBRO ELETRÔNICO – “Pareço Moderno”


PATA DE ELEFANTE – “Um Olho no Fósforo…”


GUIZADO – “Calavera”


SIBA E A FULORESTA – “Fuloresta do Samba”


LURDEZ DA LUZ – Ep


RED BOOTS – “Touch the Void”


SUBA – SP Confessions


DIEGO E O SINDICATO – “Parte de Nós”


DIEGO MASCATE


APANHADOR SÓ


APANHADOR SÓ – “Antes Que Tu Conte Outra”


BIXIGA 70 III (2015)


BIXIGA 70 (2013)


HELLBENDERS – “Peyote”


BERIMBROWN (2000)


RENATA ROSA, “Zunido da Mata” (2012)


RENATA ROSA, “Encantações” (2015)


SERENA ASSUMPÇÃO, “Ascensão” (2016)


METÁ METÁ – “MM3” (2016)


METÁ METÁ (2011)


JULIANO GAUCHE – “Nas Estâncias de Dzyan” (2016)


JULIANO GAUCHE (2013)


THE BAGGIOS – Brutown (2016)


Abayomy Afrobeat Orquestra

Abayomy Afrobeat Orquestra

Clara Nunes, Elza Soares, Tássia Reis – Dose tripla de gênio na afrobrasilidade

CLARA

Clara-Nunes-1980-Brasil-Mestico-capa

Canto Das Três Raças

Compositor: Mauro Duarte E Paulo César Pinheiro

Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil

Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou

Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou

Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou

E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor

ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô

ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô

E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador

Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor.

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JOGO DE ANGOLA

No tempo em que o negro chegava fechado em gaiola,
Nasceu no Brasil, Quilombo e Quilombola.
E todo dia, negro fugia juntando a curriola.
De estalo de açoite, de ponta de faca e zunido de bala
Negro voltava pra Angola, no meio da senzala.
E ao som do tambor primitivo, berimbau, maraca e viola
Negro gritava: Abre ala! vai ter jogo de Angola

Perna de brigar, camará; Perna de brigar olê.
Ferro de furar, camará; Ferro de furar olê.
Arma de atirar camará; Arma de atirar olê olê

Dança Guerreira
Corpo do negro é de mola na capoeira
Negro embola e desembola
E a dança que era uma festa pro dono da terra
Virou a principal defesa do negro na guerra.
Pelo que se chamou libertação
E por toda força, coragem e rebeldia
Louvado será todo dia
que esse povo cantar e lembrar o jogo de Angola
da escravidão no Brasil

Perna de brigar, camará; Perna de brigar olê.
Ferro de furar, camará; Ferro de furar olê.
Arma de atirar camará; Arma de atirar olê olê!

Composição de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro.

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Ouça também:


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ELZAElza

A BANCA DO DISTINTO
de Billy Blanco

Não fala com pobre, não dá mão a preto, não carrega embrulho
Prá que tanta pose doutor?
Prá que esse orgulho?
A bruxa que é cega, esbarra na gente, a vida estanca
O infarto te pega doutor, acaba essa banca

A vaidade é assim, põe o tonto no alto, retira a escada
Fica por perto esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do tonto
Afinal, todo mundo é igual, quando o tombo termina
Com terra por cima e na horizontal

Não fala com pobre, não dá mão a preto, não carrega embrulho
Prá que tanta pose doutor?
Prá que esse orgulho?
A bruxa que é cega, esbarra na gente, a vida estanca
Trombose te pega doutor, acaba essa banca

A vaidade é assim, põe o tonto no alto retira a escada
Fica por perto esperando sentada
Cedo ou tarde ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro maior é o tombo do coco afinal
Todo mundo é igual quando o tombo termina
Com terra por cima e na horizontal.

Ouça também:

HINO À IEMANJÁ:

“BELA, RECATADA E DO LAR?”

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TÁSSIA

Tássia

MEU RAP JAZZ de Tássia Reis

Eu fico sempre na moral
Mas sabe, más noticias abalam o meu astral
Eu tô legal, não tá ruim
Tô forte, tô viva tô bem longe do fim, acho né
Sempre levando uns toco, a vida dando uns soco
Há quem ache que é pouco mas não é
Mas nem ligo pros outro, quero chegar no topo
Loucura racha coco, sem ibope pra mané (hey)
Sem desperdiçar energia
Várias patifarias querendo me arrastar
Não dou ideia pra essas heresias
Sou de periferia tipo ruim de se enganar
Mas deixa os bicos zoar, ninguém vai assumir
Mas todos querem brilhar
Minha intuição quer cantar, tira um segundo pra ouvir
Que eu não costumo falhar

Ideia zoada nem consta, nem pago pra mostrar
Direto e na fuça e sem blá blá blá
Num flow que assusta, ie ie ie meu rapjazz

Sem mimimi, zumzumzum, zé fini aqui é clack bum
Menos enrolação e mais ação
Mais participação e mais ação
Menos falação e mais ação
Faladores falam muito, eu não
Não tenho tempo a perder, quero vencer por mim
E lutar por você
Se depender de mim, vou merecer
O respeito que aprendi que devo lutar pra ter
Isso me fez fortalecer, desenvolver
Se não fosse sagaz, tava em outro role
Pra você ver, pra você ver
Luz para o ser, que batalha, trabalha
E não falha no seu proceder
Deus sempre vê, quem é aliado e quem tá de papo furado
Querendo pagar de ser… aah
Deixa estar, deixa se crescer
O tempo é quem vai poder dizer
Não faço nada mais que respeitar meus pés
Eu vivo o meu rapjazz

Ideia zuada não consta, nem constará
Quem é é, quem não é nunca será
Conversa fiada não rola, nem rolará
Quem é é, quem não é nunca será…”

Ceumar, “Turbilhão”: cada rasteira que a vida dá… capoeira!

Ceumar

“Capoeira!
Cada rasteira que a vida dá…
Capoeira!

Escorreguei na ladeira
E gostei da brincadeira
Não quero parar…
Capoeira!
Mergulhei na cachoeira
E deixei a choradeira
Pro rio levar…”

Do álbum “Silencia” (2014)
Baixe a DISCOGRAFIA de Ceumar