A CASA DE VIDRO

Plugando consciências no amplificador! Presente na web desde 2010, A Casa de Vidro é também um ponto-de-cultura focado em artes integradas, sempre catalisando as confluências.

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07/08/2018 por www.acasadevidro.com

O FUTURO NOS FRUTOS: As Semeaduras do Encontro de Culturas – Documentário e Reportagem || A Casa de Vidro

A autêntica riqueza não mora em contas bancárias nem em bolsas de valores, mas em nossa sociobiodiversidade em carne viva – eis um dos ensinamentos do documentário “O Futuro Nos Frutos”

APRESENTAÇÃO E ARGUMENTO

Em 2018, comemoram-se 18 anos de existência (e resistência) do Encontro de Culturas (http://www.encontrodeculturas.com.br/), um dos mais importantes eventos sócio-culturais do Centro-Oeste brasileiro. Ele ocorre todo mês de Julho em meio às paisagens exuberantes do Cerrado, em Alto Paraíso de Goiás, na área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Há 12 anos, o “Encontrão” também realiza edições anuais da Aldeia Multiétnica (http://www.aldeiamultietnica.com.br/), que “visa promover trocas e unir os povos indígenas para fortalecimento de suas culturas individuais e lutas em comum, além de proporcionar a aproximação de não-indígenas com alguns destes povos, criando a oportunidade de experiências, contato, sensibilização e aprendizado sobre as culturas e organização social de cada etnia em uma imersão de sete dias”.

O Encontro e a Aldeia são alguns dos frutos do trabalho perseverante e louvável da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge(foto acima, por Marcelo Santos Braga), um ponto-de-cultura exemplar, alinhado aos ideais e práticas de Gilberto Gil e Juca Ferreira quando estiveram à frente do MinC e do Programa Cultura Viva.

A “Cavaleiro”, como é conhecida, vê como sua missão “proporcionar encontros que valorizem a sociobiodiversidade, possibilitando a troca de saberes e fazeres.” A casa é um autêntico templo da Cultura Viva: “erguida em paredes de pedra toá, típica da região, com o propósito de ser um espaço democrático para manifestações da cultura popular tradicional e um símbolo sustentável de fortalecimento das expressões da diversidade cultural.”

Abaixo: fotos do Encontro de Culturas 2018

Durante as últimas duas décadas, a Cavaleiro e o Encontrão potencializaram os intercâmbios entre os diversos povos que habitam o Brasil, servindo como laboratório para o fortalecimento da nossa sociobiodiversidade e contribuindo para o fortalecimento dos povos originários e das populações quilombolas, sempre tendo as expressões artísticas e as festividades populares como eixo condutor. A Cavaleiro tem em mira:

“Proporcionar encontros que valorizem a sociobiodiversidade, possibilitando a troca de saberes e fazeres. Esta é a missão da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, nascida em meio ao cerrado goiano, em 1997, no distrito de São Jorge, antiga vila de garimpeiros, à entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Valorização cultural, força, fé, alegria, resistência e diversidade são os valores que norteiam a história do Cavaleiro – como é chamado pela comunidade –, erguido em paredes de pedra toá, típica da região, com o propósito de ser um espaço democrático para manifestações da cultura popular tradicional e um símbolo sustentável de fortalecimento das expressões da diversidade cultural.”

Vivenciando eventos como o Encontro de Culturas, abre-se a possibilidade da descoberta de que a autêntica riqueza não mora em contas bancárias nem em bolsas de valores, mas em nossa sociobiodiversidade em carne viva. É este um dos muitos aprendizados propiciados pelo Encontro de Culturas, uma chance ímpar para a expansão dos horizontes dos sujeitos envolvidos em interações e intercâmbios transformadores.

São eventos que dão ânimo àqueles dentre nós que sabem que um outro mundo não só é possível: é necessário e inadiável. Aprendamos juntos como inventá-lo na escola daqueles que, desde já, estão inventando esta realidade alternativa onde (pasmem!) a diversidade é celebrada e não aniquilada, a arte é valorizada e não pisoteada, e o convívio fecundo, ao invés de exceção, é a regra.

O Futuro nos Frutos é um curta-metragem documental, de 29 minutos, que anseia comunicar um pouco da riqueza deste evento através de um concentrado audiovisual que sirva como portal rumo a uma realidade onde as pessoas já vivem como se o mundo melhor já fosse carne: conectividade com a alteridade ao invés de rumos de segregação; celebração das diferenças e das descobertas ao invés de fechamento solipsista em seu próprio meio ou classe; aprendizado com a diversidade multicolorida ao invés da acomodação à cinzenta monocromia que nos querem impor.

Sinto e penso que há poucos espaços mais ricos para fazer isso que devemos seguir fazendo até o último suspiro – ou seja, aprender! (“cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”, como diz Gonzaguinha) – do que o Encontro de Culturas e, dentro dele, a Aldeia Multiétnica. Toda uma fervilhância cultural conectada ao evento – potencializada pelas seduções do ecoturismo: as cachus, cânions e tirolesas – faz de São Jorge e Alto Paraíso locais muito especiais na época do Encontrão.

Comparecem elementos como tambores e instrumentos de todos os timbres, peles de todos os matizes, madeixas de todas as formas, pinturas corporais e tatoos de todos os tipos, além de ambientes propícios para papos e parcerias envolvendo elementos díspares como ayurveda, permacultura, tarot, tantra, Prem-Baba-íces, holismo, sustentabilidade, astrologia, ufologia, ayahuasca…

As ruas são lindamente invadidas por trupes de músicos, dançarinos, piromaníacos, palhaços, batuqueiros, ciganos, hippies, místicos, viajeiros, rastafáris etc., num caldeirão humano de todas as cores e matizes, onde mesclam-se e praticam remixes os povos mais diversos: Kalungas, Fulni-Os, Krahôs, Xinguanos, e por aí vai… É a “geléia geral brasileira” de que nos falam Torquato, Gil e Pignatari. Expressão em carne viva de nossa rica multiplicidade humana, arco-íris cultural com bem mais que 7 cores (700? 7000?), como sugeriu Eduardo Galeano em sua poética comparação entre o arco-íris celeste e o terrestre.

Na convicção de que o cinema documental pode e deve explorar a senda do retrato multifacetado do arco-íris terrestre, realizamos este trabalho no espírito de quem deseja compartilhar com um público mais amplo aquilo que é experiência de muita valia e ensinamento. E diz o provérbio que uma sociedade sábia é aquela em que muita gente é capaz de plantar as sementes de árvores cujas sombras jamais irá aproveitar, e cujos suculentos frutos só serão provados por aqueles que ainda não nasceram ainda.

O Futuro Nos Frutos é um filme de produção independente d’A Casa de Vidro (www.acasadevidro.com) e está disponível no Facebook, no Vimeo (https://vimeo.com/283138762) e no Youtube (https://youtu.be/vAQCf4yliy0):

O FUTURO NOS FRUTOS: AS SEMEADURAS DO ENCONTRO DE CULTURAS – Créditos

Um filme de Eduardo Carli de Moraes. O filme contou com a participação e colaboração de Jefferson Passos, Odara Kadiegui, Tila Avelino, Turma Que Faz, Doroty Marques, Aíla, Tamyres Maciel, Juliano Basso, Flor de Manacá, Nãnan Matos, Sussa de Natividade, Caçada da Rainha de Colinas do Sul, Comunidade Kalunga, Fhanny Leal, Carol Viana, Cinthia Akemi, Julimar dos Santos, Barracão Centelha, Alessandra Leão, Luedji Luna, Xaxado Novo, João Arruda, Marcelo Taynara, Goiaba e os Tranquilos, Mateus Aleluia, Uapukun Mestokosho, Léane Tremblay.  Além dos Povos conviventes na Aldeia Multiétnica: Fulni-ô; Kayapó Mebengôkré; Krahô; Xavante; Kariri-Xocó; Guarani M’Byá; Povos do Alto Xingu; Povos do Québec (Canadá).

* * * * *

RENASCENDO DAS CINZAS: POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS EM QUESTÃO

Em 2015, quando comemorava 15 anos de percurso, o Encontro de Culturas transformou-se em palco de algo histórico para o cenário cultural contemporâneo brasileiro: a reunião nacional dos Pontos de Cultura. Este foi o tema do livro-reportagem, fruto da parceria entre o MinC (Ministério da Cultura) e o IFG, que escrevi em parceria com Rafael Moreira de Carmo (sob supervisão de Vinícius Ferreira e com colaboração de Maíra Cerrado):

 Encontros no Encontro: participação social da Rede Nacional dos Pontos de Cultura

Disponível para baixar em ebook gratuito, colorido, ilustrado por dúzias de fotos.

Naquela ocasião, os “ponteiros” responsáveis por dar vida e fluxo à Cultura Viva do Brasil, após dias de intenso convívio e debates, publicaram um documento histórico, a Carta de São Jorge (Julho de 2015), que não perdeu um grão de sua atualidade e que serve de fio condutor e contexto sócio-histórico ao nosso livro Encontros no Encontro:

O Brasil, que pulsa diversidade, está atento à onda conservadora que assola o país e promove uma crise civilizatória. Setores reacionários atacam nossa juventude por meio da redução da maioridade penal e o genocídio do juventude negra, agridem povos de terreiro, mulheres e a comunidade LGBTT com o crescente fundamentalismo religioso. Indígenas, quilombolas e povos tradicionais sofrem uma ofensiva do grande capital contra seus territórios. Fica claro para nós que as conquistas sociais e econômicas dos últimos anos não são suportadas pelas elites do nosso país, que se unificam no congresso nacional, alimentados pela grande mídia, numa ofensiva, não somente contra a presidenta eleita, mas à democracia, afrontando os princípios constitucionais brasileiros.

Não aceitamos o imobilismo do governo, que opta por não enfrentar o debate político e recua em pautas estruturantes e urgentes para a nação. Repudiamos a política de ajuste fiscal que ataca direitos do povo brasileiro e interrompe um ciclo de redução das desigualdades sociais vividos na última década.

Entendemos que a cultura deve estar na centralidade do modelo de desenvolvimento do país. E um governo que tem como lema “Pátria Educadora” deve reconhecer as sabedorias, os conhecimentos e os ensinamentos próprios de seu povo. Deve reconhecer, também, que quem faz cultura, quem produz cultura, não são gestores em gabinetes, mas o povo no seu viver, conviver, sobreviver, existir e resistir.

A Política Cultura Viva (Lei 13.018) é a afirmação de que sem diversidade com base nos direitos humanos, não há cidadania. Ela é essencial para combater o avanço conservador em marcha e construir uma sociedade emancipada. Chamamos a responsabilidade dos governos Federal, estaduais e municipais a assumirem seu compromisso com a política e o cumprimiento das metas do plano nacional de Cultura.

Mais do que resistir, convocamos o movimento cultural brasileiro a assumir protagonismo na luta, organizando a sociedade nas redes e nas ruas por mais democracia e mais direitos, unificando esforços de mobilização no ato do dia 20 de agosto.

Comissão Nacional dos Pontos de Cultura,
Reunida entre os dias 28 de Julho a 01 de Agosto.
Vila São Jorge, Alto Paraíso, Chapada dos Veadeiros – GO

Os agentes culturais reunidos em 2015 não podiam imaginar, naquela época propícia aos avanços de políticas culturais inclusivas e inteligentes,  o quanto a maré iria mudar subitamente a partir do ano seguinte. Em 2016, com o processo político de Golpe de Estado que encerrou precocemente o segundo mandato de Dilma Rousseff, a maré parou de estar pra peixe no que diz respeito às políticas públicas de cultura no Brasil: o próprio MinC quase foi condenado à extinção, permanecendo em sua existência institucional (hoje quase decorativa…) apenas após mobilizações fortes da classe artística e dos produtores culturais, que ocuparam Iphans e Universidades, exigindo que o governo Temer voltasse atrás.

Assim como o fogo que reduziu uma porção do Cerrado a cinzas em 2017, o Encontrão sofreu em 2018 com as dificuldades decorrentes dos efeitos perversos da ruptura brutal da democracia no país ocorrida com o golpe parlamentar de 2016 e a emergência do criminoso governo encabeçado por Temer. Um (des)governo que, como sabemos, sempre procurou mandar a Cultura para a UTI: o colapso das políticas públicas culturais construídas durante a gestão Gilberto Gil e Juca Ferreira é hoje explícito como uma fratura exposta.

A utopia tropicalista no poder – isto que se tornou uma fulgurante realidade nos anos do “lulopetismo”, liderada por Gil e Juca no MinC – foi logo torturada e sufocada pelos usurpadores do poder.

Após a derrubada fraudulenta da presidenta legítima Dilma Rousseff (cujo mandato se encerraria neste 2018, com Lula como seu Ministro da Casa Civil, caso não tivesse sido encerrado antes da hora por um coup d’État de nefastíssimas consequências), a Cultura, no Brasil, vai padecendo da mesma inanição que nos lançou de volta ao Mapa da Fome.

Para incremento das dificuldades já consideráveis que se erguiam no caminho dos produtores culturais com a missão de fazer-acontecer o 18º Encontro de Culturas, há os traumas e as cinzas do passado recente. Em 2017, um gigantesco incêndio espalhou-se pela Chapada dos Veadeiros e o fogo consumiu vorazmente cerca de 66 mil hectares – o equivalente a 28% da unidade de conservação – da rica flora e fauna do Cerrado.

Em um dos piores desastres sócio-ambientais ocorridos no Brasil depois da hecatombe do Rio Doce, a Chapada dos Veadeiros viu-se lançada a um estado de emergência que exigiu solidariedade construída às pressas. Um mutirão de ativistas e cidadãos conscientes se mobilizaram em brigadas para apagar o fogo e triunfaram após 20 dias de intensos e fatigantes trabalhos (leia mais minúcias nesta reportagem da Mídia Ninja): 

“Segundo Christian Berlinck, coordenador de combate ao fogo do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, o Governo Federal gastou aproximadamente um milhão de reais na operação. Da sociedade civil, foram quase 200 voluntários envolvidos nas funções da operação e quase 600 mil reais arrecadados em um exitoso financiamento coletivo, que continuará a ser feito, na criação de brigadas voluntárias permanentes, que atuariam anualmente.” – Ninja

Neste contexto, foi um dos momentos mais tocantes do festival quando Mateus Aleluia tocou o blues-brasileiro, só na voz-e-violão, “Amor Cinza”, pedindo celebração pois “o amor há de renascer das cinzas”. O coro que se entoou na oca foi de grande potência expressiva e serviu como emblema dos esforços dos agentes culturais brasileiros. Nós, que precisamos fazer a Cultura Viva estar em modo permanente de Fênix, renascendo das cinzas após o fogo devastador que é o descaso de certos governos com o fomento e o fortalecimento da nossa diversidade cultural e de nossas expressões artísticas.

Link curto para esta publicação: https://wp.me/pNVMz-4Gl.

Eduardo Carli de Moraes – Agosto de 2018

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3 Comentários
05/11/2017 por www.acasadevidro.com

OS IMPRESCINDÍVEIS CONTRA OS INACEITÁVEIS: MST & MTST CONTRA A ALIANÇA GOLPISTA

Só os sem-terra e sem-teto salvam o Brasil

Possuído pelo catimbó de Bertolt Brecht, em um ambiente radical-chique, o cronista Xico Sá trata dos homens e mulheres imprescindíveis em EL PAÍS Brasil

Dias desses, em um breve encontro com Guilherme Boulos — líder do MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto – na casa de Caetano Veloso, no Rio de Janeiro, baixou um caboclo Brecht neste cronista que vos bafeja a nuca e eu repetia, sob efeito do catimbó e da cachaça sincretista de Zé Pelintra, aqueles versos sobre os homens que lutam toda a vida e se tornam as imprescindíveis criaturas. Lembramos, óbvio, de um amigo comum, para quem ligamos, em plena madrugada: o cearense Preto Zezé, necessário dirigente da CUFA – Central Única das Favelas, cabra de responsa em plantão permanente com os direitos dos lascados do mundo inteiro, uni-vos.

Naquele ambiente que o escritor Tom Wolfe definiria como “radical chique” ainda nos anos 1960, passamos em revista um listão dos imprescindíveis brasileiros. Lembro-me bem, a infalível memória de todas as ressacas, quando bradei o nome de Bárbara de Alencar, heroína do Crato, a primeira mulher a assumir papel de protagonista na história do Brasil ao botar para quebrar no movimento da Confederação do Equador, ainda em 1824. Moços, pobres moços, procurem saber quem foi esta heroína, vale muito a pena.

Daí tratamos também de Josué de Castro (1908-1974), médico e cientista da fome, o pernambucano autor de “Homens e caranguejos” que inspirou as imagens de caos e lama de Chico Science e do mangue beat. “Ô Josué, nunca vi tamanha desgraça/ quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça!”, cantava o malungo, no seu pós-tropicalismo.

Imprescindíveis criaturas, caro Boulos, como aqueles dez mil sem-teto que marcharam esta semana da ocupação de São Bernardo ao Palácio dos Bandeirantes, que bela romaria em busca do que lhes é de direito no latifúndio urbano. Pobre de espírito quem chama de vagabundo quem não tem casa ou terra no país que sempre foi o reino dos capatazes, sempre viveu sobre o tacão da monocultura — da cana-de-açúcar da Casa Grande à Sojolândia. A cara de pau, assim como o agro, é pop.

Entre os milhões de sem-qualquer-coisa, os sem-teto do MTST e os sem-terra do MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, ave palavra, são um alento. Ainda mais nesta hora calada que mais parece um minuto de silêncio sem fim antes de um jogo da Pátria em chuteiras.

Os sem-teto e os sem-terra lutam todos os dias, estes são imprescindíveis, velho Brecht. Eles não se rendem à mudez geral da nação. Eles aguentam as buzinas dos apressadinhos da urbe — acelera, São Paulo! Eles suportam a história universal da infâmia e todos os xingamentos de “vagabundos”. Será que temos ao volante ou nas caixas de comentários da internet alguém que já trabalhou mais que essa gente? Duvido muito.

Eu sempre quis muito como cronista vira-lata, mas nem vou citar a censura que o Caetano sofreu ao não poder cantar o que seria a mais genial das músicas de acampamento:

“Terra! Por mais distante/ o errante navegante/ quem jamais te esqueceria?…”

Os baianos e os paraíbas, a gente toda do meu pequeno exílio sem um sítio ou um quarto-sala para sonhos particulares, certamente amariam. Repare na ironia da injustiça histórica: justamente o seu Morando (PSDB), prefeito de São Bernardo, vetou, com a mão amiga da jurisprudência que fode pobre, a parada. Assim que funciona, Preto Zezé, ninguém sabe mais disso do que teu repertório de peleja no Ceará e no mundo.

Quem quiser que fale mal ou tire onda do Caetano, mas acho bonito que este menino da cinquentenária Tropicália esteja na luta lenta, como sopraria um rapaz de Irará, Bahia. Que sorte deste país tê-lo no jogo das contradições políticas. Importante, baby. Lá vai o Brasil de volta para o o ABC paulista, beirada nervosa do punk-rock, discutir o redemoinho que nos faz vivos desde que o Lula virou, para o espanto geral da taba Tupi, o maior presidente da história da República. Com todos os acertos e pisadas. Eterno retorno ao chão da fábrica e aos que não têm um solo sobre os pés para largar os sapatos ou chinelos.

Relax, amigos, é apenas o começo do fim do mundo, as criaturas que lutam toda vida nunca foram tão necessárias. O resto é silêncio.

Ocupação POVO SEM MEDO em SÃO BERNARDO DO CAMPO pelo olhar de RICARDO STUCKERT

 

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Marcado brecht, caetano veloso, Casa, Coup D'État in Brazil (2016-2017), Crise da moradia, Debate, Democracia Em Risco, Diálogo, fotografia, Guilherme Boulos, Jornalismo, Lar, Luis Felipe Miguel, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Movimentos Sociais Populares, MST, MTST, Ocupação POVO SEM MEDO, Opinião, Pós-impeachment de Dilma Rousseff situação sócio-política do Brasil, política, Políticas Públicas, Reforma Agrária, Resistência ao Golpe de 2016 no Brasil, Sem Terra, Sem Teto, sociologia, Talles Lopes, Xico Sá
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11/03/2017 por www.acasadevidro.com

MAIS DE 20 EPISÓDIOS DE SANGUE LATINO – Canal Brasil e Nepomuceno Filmes apresentam entrevistas com Eduardo Galeano, Chico Buarque, Mia Couto, Leonardo Boff, dentre outros

A ESCOTILHA – O programa ‘Sangue Latino’, apresentado pelo jornalista e tradutor Eric Nepomuceno no Canal Brasil, tira proveito de uma linguagem simples para fazer aflorar entrevistas em profundidade com grandes artistas do mundo latino e ibérico.  O que nos une dentro de uma identidade razoavelmente homogênea, nos liga às mesmas raízes, nos torna parte de algo em comum, algo mais forte e mais profundo que nós mesmos? O que nos torna latinos, ibéricos, e de que forma nossas origens determinam algo naquilo que somos? É em busca destas respostas que o programa Sangue Latino vai atrás da realização de entrevistas com personagens que, em alguma medida, carregam a chave para tantas indagações vagas: os artistas. O programa ocorre pelas mãos de um importante jornalista e tradutor brasileiro, Eric Nepomuceno. No ar pelo Canal Brasil desde 2010…


Alguns dos principais intelectuais da América Latina estão reunidos no Canal Brasil no programa Sangue Latino. O escritor e jornalista Eric Nepomuceno reuniu escritores, músicos, poetas, artistas plásticos e outros grandes pensadores do continente em conversas sobre a situação política, literatura, música, cultura e política dos países da região, entre outros temas que serão abordados na atração. As entrevistas de “Sangue Latino” tiveram diversas locações e foram gravadas no Uruguai, Argentina, Chile e no Brasil, sempre em clima intimista e sem uma pauta previamente determinada para cada convidado.Dirigido por Felipe Nepomuceno – filho do apresentador – e produzido pela Urca Filmes, o programa traz nomes de grande influência na cultura latino-americana. Entre os entrevistados, o escritor e compositor brasileiro Chico Buarque, o escritor uruguaio Eduardo Galeano – autor do premiado “As Veias Abertas da América Latina” – e o artista plástico argentino Leon Ferrari, considerado pelo jornal norte americano “New York Times” como um dos cinco artistas vivos mais provocadores e importantes do mundo. Sangue Latino foi gravado com câmeras de alta resolução, e com imagens apenas em preto e branco, o que dá ao programa uma linguagem documental. A trilha sonora foi composta em uma jam session com o pianista e acordeonista Marcos Nimrichter, apresentador do Estúdio 66, outro programa do Canal Brasil. – SITE OFICIAL


ASSISTA:

EDUARDO GALEANO


MIA COUTO


LEONARDO BOFF


DIRA PAES


EDUARDO COUTINHO


ANTONIO TORRES


FERNANDO MORAIS


RICARDO DARÍN


RUY GUERRA


MILTON NASCIMENTO


LEON FERRARI


CAETANO VELOSO


LAURA RESTREPO


FERNANDO SOLANAS


GREGÓRIO DUVIVIER


CHICO BUARQUE

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1 comentário
20/10/2016 por www.acasadevidro.com

EVOCAÇÕES DE FLORESTAN: “LIÇÕES DE MILITÂNCIA: Florestan Fernandes e a escola pública”, de Maria Helena Souza Patto; “O SOCIÓLOGO MILITANTE”, de Vladimir Sachetta.

LIÇÕES DE MILITÂNCIA:
Florestan Fernandes e a escola pública

In: “Mutações do cativeiro: escritos de psicologia e política”,
de  Maria Helena Souza Patto (São Paulo, Hacker/Edusp, 2000.)

Portador da palavra de despedida da USP a Florestan Fernandes, o professor do Departamento de Sociologia, José de Souza Martins, falou em agosto de 1995 da dificuldade de dizê-la, “porque nos despedimos de alguém que permanece e permanecerá.” (…) Conheço a coragem e a clareza com que esse “não-especialista longamente engolfado nas lutas pedagógicas”, como ele próprio se define, examina os descalabros crônicos da política educacional brasileira.

A crítica de Florestan Fernandes não é leve, condescendente, conciliadora ou epidérmica como costumam ser os diagnósticos dos problemas da educação escolar pública feitos por cientistas pouco críticos ou por tecnoburocratas que fazem carreira e defendem interesses particularistas em órgãos públicos que gerenciam o sistema educacional. Ele não soma com a idéia de que bastam mudanças técnicas superficiais aqui e ali para transformar o quadro desastroso da educação… Ele identifica os problemas pela raiz, nomeia-os e os combate de frente, sem meias palavras, sem eufemismos, embora sempre com intenção construtiva…

Em 1988, quando o governador paulista joga a polícia contra professores das 3 universidades estaduais em greve, a insolência de Florestan não fica atrás da de Marx em O 18 Brumário. O sentimento dominante em seus escritos sobre a escola é a indignação, pois “numa sociedade em que o Povo sempre foi zelosamente afastado dos direitos cívicos da cidadania”, a impostura de governantes e de suas equipes garante uma política educacional profunda e continuamente comprometida com a reprodução desse estado de coisas. (…) O compromisso de Florestan com os “de baixo” torna frequentes em seus textos expressões de combate: ele fala em “intransigência cívica”, “batalha sem quartel”, “protesto coletivo”, “luta com unhas e dentes”…

Ele sabe, como Agnes Heller, que quando se trata de fazer frente à injustiça, o oposto da personalidade autoritária não é a personalidade tolerante. É este traço que Antonio Candido exalta ao saudar no grande homem “a rara capacidade de criar o escândalo necessário e salutar, passando por cima do temível respeito humano quando se trata de afirmar o que é justo e verdadeiro.”

(…) Meu interlocutor mais assíduo e estimulante tem sido o Florestan “militante da educação pública” e “publicista da causa educativa”, que tomou impulso nos anos 1950, fez-se líder da Campanha em Defesa da Escola Pública e combateu a ditadura, que transformou literalmente em trincheira o prédio da Faculdade de Filosofia da USP da rua Maria Antonia nos anos 1960.

maria-antonia

A Batalha da Maria Antônia: confronto entre estudantes da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFLCH- USP) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ocorrido em 3 de outubro de 1968 [Wikipédia]

Silenciado pela violência policial-militar durante a década de 70, continuou a falar lá fora, incansável na análise e na denúncia da situação política do país, para voltar à carga aqui dentro nos anos 80 e 90, então como deputado federal constituinte, entre 1987 e 1990, e deputado federal reeleito para o período 1991-1994, no qual se prepara uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Palestras, conferências, artigos de divulgação e entrevistas dos tempos da Campanha e da volta ao país estão reunidos, retrospectivamente, em duas coletâneas: Educação e Sociedade no Brasil, publicada em 1966, e O Desafio Educacional, de 1989. As bases teóricas que articulam as idéias de Florestan nesses livros são radicalmente diversas, mas a causa é uma só: a luta intransigente em defesa da escola pública de boa qualidade em todos os níveis, sempre ameaçada pela tendência permanente – e tão atual – à “privatização do público”, que se concretiza em leis que desviam verbas públicas destinadas à educação escolar gratuita pela ação de um Estado “mecenas da escola particular e coveiro de suas próprias escolas”, que cede aos interesses comerciais de donos de escolas privadas, tidos por eles como “parasitas mal-intencionados”.

(…) No interior da reabertura política e do renascimento da organização operária nos anos 1980, a esperança de transformações sociais radicais se renova, e Florestan define a educação como meio da auto-emancipação coletiva dos oprimidos, para o que precisam de “uma consciência crítica e negadora do passado, combinada a uma consciência crítica e afirmadora do futuro.”

A escola de boa qualidade é um dos caminhos pelos quais as classes subalternas poderão adquirir consciência da espoliação. Não se pode defender a “educação para a liberdade” nos mesmos termos dos educadores liberais, uma vez que é preciso assinalar os limites da educação no mundo capitalista, o que as autoridades educacionais não fazem… Sem explicitar que numa sociedade de classes não se educa para a liberdade – pois que ela inexiste no plano social – entra-se no terreno da pura hipocrisia. “Educar para a liberdade”, no sentido socialista de Florestan Fernandes, significa lutar contra a exclusão do proletariado da esfera do ensino, não para incluí-lo numa escola qualquer, mas numa escola que veicule conhecimentos escolares voltados para a consciência social de classe e que tenha nos princípios democráticos o padrão da relação social entre professores e alunos.

Quando valoriza a escola como arma na luta de classes, Florestan não quer dizer que uma pedagogia socialista possa existir antes da sociedade socialista. Ele sabe que a sociedade capitalista impõe limites históricos à vida escolar e que a escola capitalista não pode ser incompatível com os interesses do capital. O que ele quer dizer é que “é possível operar na escola com valores socialistas”, ou seja, existe um âmbito maior ou menor de liberdade relativa que permite antecipar certas mudanças em direção a uma educação para a liberdade.

Ele também não quer dizer que a formação da consciência crítica do filho do trabalhador caiba à escola; ela cabe principalmente ao partido político e ao sindicato operário, podendo o professor juntar-se ao esforço sistemático de educar o trabalhador para que ele seja capaz de criticar a ordem social existente, isto é, de “manter posição ofensiva nas relações de classe, (…) superar a ‘capitulação passiva’ presente no dicionário de todos os brasileiros.”

Ao defender essa concepção de ensino, Florestan aproxima-se dos princípios da pedagogia do oprimido, a qual, para ele, “dialeticamente só pode ser uma pedagogia da desopressão”; aproxima-se também da educação para a resistência e a autonomia, tal como pensada por Adorno, com quem compartilha a preocupação com a desumanidade social: “o objetivo último da educação não está em ‘fazer a cabeça do estudante’, mas em inventar e reinventar a civilização sem barbárie.” São estas as palavras que encerram O Desafio Educacional…

(MARIA HELENA SOUZA PATTO: Edusp, 2000, pgs 119-123-138)livro-o-desafio-educacional-florestan-fernandes-20199-mlb20186153190_102014-f

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FLORESTAN FERNANDES: O SOCIÓLOGO MILITANTE,
por Vladimir Sachetta

“Antonio Candido, muito mais que um amigo de Florestan, distingue três momentos predominantes em sua trajetória: o primeiro, que se situa nos anos 40 – o momento do conhecimento – é o da construção do saber, com que Florestan constrói o seu e a possibilidade de saber dos outros; o segundo, nos anos 50 – o momento da pesquisa aplicada – é o da paixão pela aplicação do saber ao mundo e à sua compreensão; e o terceiro, a partir dos anos 60 – o momento do combate, o do saber transformado em arma.

É, portanto, a essas três etapas que ouso acrescentar uma quarta: o da radicalização plena, em que o cientista social, educador e pensador, assume a identidade de tribuno e publicista.

Desde os anos 40, Florestan sempre esteve ligado aos movimentos sociais e reivindicatórios, legais ou ilegais, às organizações políticas de esquerda, clandestinas ou não. Cerrou fileiras ao lado de portugueses e espanhóis antifascistas, fez agitação e propaganda em campanhas memoráveis, como a da Escola Pública, trabalhou com o movimento negro.

Pagou um alto preço por isso. Foi preso após o golpe militar em 64, acabou afastado da Universidade cinco anos depois. Partiu para o exílio e, lá fora, continuou a fustigar a ditadura em meetings de protesto ou através de conferências. Retornou ao país e recusou-se a solicitar sua reintegração à USP, de onde não pedira para sair. Voltou a este campus pela porta do Diretório Central dos Estudantes com um curso sobre Cuba e sua revolução.

Percorrendo-se sua obra é possível perceber no livro “Nova República?”,editado em 1986, o último trabalho de cunho ensaístico. A partir dali, topamos com uma série de coletâneas de artigos de imprensa – só na Folha de S. Paulo foram mais de trezentas colunas na página 2, entre 1989 e 1995 – que revelam um publicista vigoroso, agudo, implacável e coerente. Cumpriu uma pauta de questões candentes, tratando dos assuntos mais variados. Aperfeiçoou seu estilo e, com a humildade dos grandes homens, o velho professor despiu-se dos vezos da academia para tentar falar uma linguagem mais próxima do povo. Dos de baixo, como dizia.

Filiado ao Partido dos Trabalhadores, Florestan tornou-se deputado federal constituinte em 1986. Seria reeleito em 1990. Nas campanhas, paupérrimas em recursos financeiros, reuniam-se, sob sua inspiração aglutinadora, as mais diversas tendências do arco ideológico de esquerda. Irmanadas em torno de um mesmo sonho: o da construção de uma sociedade nova, com igualdade e, principalmente, felicidade, como frisava Florestan. “Contra as idéias da força, a força das idéias”, foi o mote da campanha em 86. “Sem medo de ser socialista”, a palavra de ordem em 1990.

Assumiu a atividade parlamentar numa perspectiva da oposição de esquerda e procurou defender convicções socialistas durante todo o período em que desempenhou os dois mandatos que lhe foram conferidos. Como sociólogo militante, nunca perdeu de vista a busca de transformações profundas para o país.

Na Comissão de Educação logrou fazer o que foi possível em favor do projeto pelo qual sempre lutou: expandir, modernizar e, em especial, fortalecer a escola pública. Participou ativamente da elaboração da Lei de Diretrizes e Bases, à qual procurou dar o máximo de si.

Referência para todo o campo da esquerda petista, nunca se ligou a qualquer tendência interna do partido, dialogando com todas elas, principalmente as comprometidas com o socialismo revolucionário. Colaborava, ao mesmo tempo e de forma generosa, com outros partidos e organizações de esquerda, do país e de fora dele.

Militante fiel e disciplinado, aceitava algumas tarefas partidárias de forma crítica, sem jamais deixar de manifestar suas posições, em geral à esquerda da direção. Preocupava-se com os rumos do PT – ou a falta deles – em especial com a ausência de um conteúdo programático de caráter marcadamente socialista.

Apontava os perigos da política profissional, do excesso de institucionalização, da burocratização. Conquistar o poder ou simplesmente ocupá-lo? Ser um partido da ordem ou colocar-se contra ela? Estas eram as grandes indagações de Florestan Fernandes com relação ao Partido dos Trabalhadores.

A natureza selvagem do filho de uma imigrante portuguesa explica sua postura e sua personalidade forte, ao mesmo tempo independente e rebelde. Cresceu entre os excluídos – sua maior escola de aprendizado sociológico, como dizia – e nunca perdeu a perspectiva de classe. Nem a crença no socialismo.

Bastante debilitado, driblou a doença até onde pôde. Transformava dor em indignação. Para sobreviver, lutou com a mesma garra daquele menino vindo da ralé, e a convicção de alguém que ainda tinha muitas tarefas a cumprir. Morreu seis dias após ter enfrentado, com a coragem que era sua marca, um discutível transplante de fígado, talvez a cirurgia mais violenta e agressiva a que um ser humano possa ser submetido.

Em nome de sua família, de seus amigos e de seus companheiros, aproveito a oportunidade desta homenagem para, na presença do magnífico reitor da Universidade de São Paulo, solicitar ao diretor da Faculdade de Medicina que leve à Congregação o debate sobre as questões médicas, éticas e morais que a operação envolveu. Que o caso possa trazer subsídios à pesquisa no país – em que Florestan acreditava e tanto prestigiou – aprimorando técnicas e procedimentos, democratizando a própria instituição e as relações médico-paciente. E que sua morte não tenha sido em vão. Afinal, Florestan Fernandes era, fundamentalmente, um educador.”

Vladimir Sacchetta
[http://www.scielo.br/pdf/ea/v10n26/v10n26a10.pdf]

Jornal do Brasil, 11 de Agosto de 1995

Jornal do Brasil, 11 de Agosto de 1995

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LEIA TAMBÉM:

Florestan Fernandes e a educação
por DERMEVAL SAVIANI

BAIXE EBOOKS DE FLORESTAN FERNANDES

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COMPRE NA LIVRARIA A CASA DE VIDRO:

florestan

“Pensamento e Ação – O Partido dos Trabalhadores e os Rumos do Socialismo” , de Florestan Fernandes (Ed. Globo, 2006, R$15) >>> Disponível na livraria A Casa de Vidro!

Apresentação por Vladimir Sacchetta: “Um dos mais importantes cientistas sociais brasileiros, com dezenas de livros publicados, Florestan Fernandes veio de família humilde e desde os 6 anos trabalhou duro para sobreviver e estudar. Da mãe de origem camponesa herdou o caráter combativo, independente e rebelde. Preso pela ditadura militar e aposentado compulsoriamente da universidade pelo AI-5, foi obrigado a se exilar. De volta ao país, retomou a luta pelos excluídos, em defesa da escola pública e do socialismo. Exemplo de pensador fiel aos seus princípios e à sua classe, fez do conhecimento científico um instrumento de transformação da realidade e deixou escritos para jamais serem esquecidos.” – COMPRAR LIVRO

 

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20/06/2016 por www.acasadevidro.com

A DIGNIDADE DA POLÍTICA EM TEMPOS SOMBRIOS – Jean Wyllys e Edson Teles debatem no X Encontro Internacional Hannah Arendt (UFG, junho de 2016)

Neste vídeo, registramos Jean Wyllys (deputado federal – PSOL 50) e Edson Teles (http://bit.ly/1QdULKb) debatendo a democracia no Brasil, com mediação de Adriano Correia, durante o X Encontro Internacional Hannah Arendt e VI Colóquio Pensamento Político Contemporâneo – “A Dignidade da Política Em Tempos Sombrios”. O evento ocorreu em 16 de Junho de 2016, no auditório da faculdade de educação da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ao início das atividades, ocorreu intervenção de algumas ativistas estudantis que participam da ocupação feminista da reitoria da universidade. Confira!


ACESSE @ Vimeo: https://vimeo.com/171247754

Um vídeo do portal A Casa de Vidro – www.acasadevidro.com. Duração: 1h30min. Filmagem e edição: Eduardo Carli de Moraes. Com trechos musicais da Legião Urbana (“Baader-Meihof Blues”) e Anita Tijoux (“Antipatriarcal”). Leia também: prefácio escrito por Wyllys para Como Conversar Com Um Fascista, de Márcia Tiburi.

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Hannah

“É verdade, eu vivo em tempos sombrios.” O famoso verso do poema À Posteridade (ou “Aos Que Virão Depois De Nós”, de Bertolt Brecht, expressa a angústia e a perplexidade do poeta diante de uma época, dominada pelo totalitarismo, “em que falar de árvores é quase um crime / pois implica silenciar sobre tantas barbaridades.” Angústia, perplexidade, espanto, mas não resignação. Sim, o poeta vive em “tempos sombrios”, tempos em que o “ódio à baixeza / deforma as feições e “a ira pela injustiça / torna a voz rouca”. Mas ele, que “bem gostaria de ser sábio” e “refugiar-se nos velhos livros”, tem consciência de que não é mais possível manter-se afastado da luta do mundo”. E é resistindo que espera viver o tempo “que nesta terra lhe foi dado”.

Fazendo coro a Brecht, nós também podemos dizer: “É verdade, nós vivemos em tempos sombrios.” Porém, se a opacidade de nossa própria época nos deixa desorientados e perplexos, é necessário e urgente, a exemplo do poeta, encontrar formas de resistência para não ceder ao conformismo resignado. O pensamento de Hannah Arendt (1906-1975) – esta filósofa que enfrentou a escuridão do tempo em que viveu com rara coragem intelectual – é um rastro de luz que pode nos orientar em meio às trevas do presente, com seu apelo à urgência de repensar e reinventar a política na contemporaneidade, recuperando a sua dignidade perdida.

Nestes X Encontro Internacional Hannah Arendt e VI Colóquio do Pensamento Político Contemporâneo da UFG, com apoio da CAPES, da FAPEG e do programa de pós-graduação em Filosofia da UFG, estarão reunidos pesquisadores da filosofia arendtiana de todo o Brasil e também do exterior. O objetivo é o intercâmbio de ideias acerca de um dos mais importantes nomes do pensamento contemporâneo, cuja obra original e vigorosa tornou-se essencial para compreender os dilemas da política atual. Ao lado das pesquisas sobre Arendt, estudiosos de outros autores também fundamentais para o debate político de nossos dias, como Nietzsche, Heidegger e Agamben, também terão a oportunidade de apresentar seus trabalhos.

“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.” Com essa epígrafe que abre o seu romance Ensaio Sobre a Cegueira, José Saramago chama a atenção para a “responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam”. É esse o desafio que a filosofia arendtiana, com sua extrema atualidade, nos propõe.

Os organizadores

* * * * *

arendt_archive_1-071113
Arendt

“Aos que virão depois de nós”
de Brecht
Tradução de Manuel Bandeira

“Realmente, vivemos tempos muito sombrios!
A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade. Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar.

Que tempos são estes, em que
é quase um delito
falar de coisas inocentes.
Pois implica silenciar tantos horrores!
Esse que cruza tranqüilamente a rua
não poderá jamais ser encontrado
pelos amigos que precisam de ajuda?

É certo: ganho o meu pão ainda,
Mas acreditai-me: é pura casualidade.
Nada do que faço justifica
que eu possa comer até fartar-me.
Por enquanto as coisas me correm bem
(se a sorte me abandonar estou perdido).
E dizem-me: “Bebe, come! Alegra-te, pois tens o quê!”

Mas como posso comer e beber,
se ao faminto arrebato o que como,
se o copo de água falta ao sedento?
E todavia continuo comendo e bebendo.

Também gostaria de ser um sábio.
Os livros antigos nos falam da sabedoria:
é quedar-se afastado das lutas do mundo
e, sem temores,
deixar correr o breve tempo. Mas
evitar a violência,
retribuir o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, antes esquecê-los
é o que chamam sabedoria.
E eu não posso fazê-lo. Realmente,
vivemos tempos sombrios.

Para as cidades vim em tempos de desordem,
quando reinava a fome.
Misturei-me aos homens em tempos turbulentos
e indignei-me com eles.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

Comi o meu pão em meio às batalhas.
Deitei-me para dormir entre os assassinos.
Do amor me ocupei descuidadamente
e não tive paciência com a Natureza.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

No meu tempo as ruas conduziam aos atoleiros.
A palavra traiu-me ante o verdugo.
Era muito pouco o que eu podia. Mas os governantes
Se sentiam, sem mim, mais seguros, — espero.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

As forças eram escassas. E a meta
achava-se muito distante.
Pude divisá-la claramente,
ainda quando parecia, para mim, inatingível.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

Vós, que surgireis da maré
em que perecemos,
lembrai-vos também,
quando falardes das nossas fraquezas,
lembrai-vos dos tempos sombrios
de que pudestes escapar.

Íamos, com efeito,
mudando mais freqüentemente de país
do que de sapatos,
através das lutas de classes,
desesperados,
quando havia só injustiça e nenhuma indignação.

E, contudo, sabemos
que também o ódio contra a baixeza
endurece a voz. Ah, os que quisemos
preparar terreno para a bondade
não pudemos ser bons.
Vós, porém, quando chegar o momento
em que o homem seja bom para o homem,
lembrai-vos de nós
com indulgência.”

Bertolt Brecht (1898-1956)

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11/04/2015 por www.acasadevidro.com

“O PODER DO MITO”, de Joseph Campbell (1988, 360 min) [Assista/Baixe a Série Completa, Legendas em Português]

Campbell 1

O PODER DO MITO
Joseph Campbell & Bill Moyers

* * * *

1º EPISÓDIO – A Mensagem do Mito
[DOWNLOAD] [LINK ALTERNATIVO]

* * * * *

2º EPISÓDIO – A Saga do Herói
[DOWNLOAD] [LINK ALTERNATIVO]

* * * * *

3º EPISÓDIO – Os Primeiros Contadores de Histórias
[DOWNLOAD] [LINK ALTERNATIVO]

* * * * *

4º EPISÓDIO – Sacrifício e Felicidade
[DOWNLOAD] [LINK ALTERNATIVO]

* * * * *

5º EPISÓDIO – O Amor e a Deusa
[DOWNLOAD] [LINK ALTERNATIVO]


* * * * *

6º EPISÓDIO – Máscara da Eternidade
[DOWNLOAD]
 [LINK ALTERNATIVO]

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The_Power_of_Myth

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How to Find Your Bliss: Joseph Campbell on What It Takes to Have a Fulfilling Life

by Maria Popova at Brain Pickings

In 1985, mythologist and writer Joseph John Campbell (March 26, 1904–October 30, 1987) sat down with legendary interviewer and idea-monger Bill Moyers for a lengthy conversation at George Lucas’s Skywalker Ranch in California, which continued the following year at the American Museum of Natural History in New York. The resulting 24 hours of raw footage were edited down to six one-hour episodes and broadcast on PBS in 1988, shortly after Campbell’s death, in what became one of the most popular series in the history of public television.

But Moyers and the team at PBS felt that the unedited conversation, three quarters of which didn’t make it into the television production, was so rich in substance that it merited preservation and public attention. Shortly after the broadcast, the full transcript was published as The Power of Myth (public library) — a dimensional discussion of Campbell’s views on spirituality, psychological archetypes, cultural myths, and the mythology of self. The book is nothing short of secular scripture — a trove of wisdom on the human experience in the canon of such rare masterworks as Thoreau’s journals, Simone Weil’s notebooks, Rilke’s Letters to a Young Poet, and Annie Dillard’s Pilgrim at Tinker Creek.

As Moyers notes in the introduction, Campbell saw as the greatest human transgression “the sin of inadvertence, of not being alert, not quite awake.” This, perhaps, is why the most rewarding part of the conversation deals with the dictum that has come to encapsulate Campbell’s philosophy on life: “Follow your bliss.”

READ THE FULL ARTICLE // LEIA O ARTIGO COMPLETO

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“A Banalidade do Mal e sua tenebrosa atualidade” – Reflexões na companhia de Hannah Arendt & Stanley Milgram

"Julgo que Hannah Arendt legou à humanidade uma obra de mérito imenso, tanto para a elucidação de nossos (des)caminhos históricos e de nossas recorrentes atrocidades e tragédias, quanto para reacender o lume de uma sabedoria, hoje em eclipse, baseada numa vida ativa, devotada ao bem público, ao senso crítico, ao conhecimento bem-fundamentado. Arendt é uma luz de lucidez que ilumina os tempos sombrios de que infelizmente seguimos contemporâneos, e no qual o estrondo das bombas e dos exércitos continua a falar mais alto do que a paciência da razão, a benevolência da vontade ou a solidariedade de destino." (Por Eduardo Carli de Moraes) [Click na foto acima para acessar]

APRENDAMOS ENSINANDO-NOS!” UM RETRATO DE PAULO FREIRE, ANDARILHO DA UTOPIA

50 OBRAS-PRIMAS DO CINEMA BRASILEIRO (ASSISTA NA ÍNTEGRA)

Filmes de Glauber Rocha, Walter Salles, Walter Hugo Khouri, Anselmo Duarte, Roberto Farias, Laís Bodansky, Lúcia Murat, Joaquim Pedro de Andrade, Bruno Barreto, Beto Brant, Jorge Furtado, Rogério Sganzerla, dentre outros artistas geniais da 7ª arte! Click na capa de "Terra em Transe" (acima) para acessar!

Ouça 200 clássicos da MPB nas décadas de 60, 70 e 80

Tem João Gilberto, Jorge Ben, Nara Leão, Sambalanço Trio, Chico Buarque, Vinicius de Moraes e Baden Powell, Tom Jobim, Caetano Veloso, Gal Costa, Os Mutantes, Paulinho da Viola, Tom Zé, Ronnie Von, Egberto Gismonti, Erasmo Carlos, Som Imaginário, Rita Lee, Dom Salvador e a Abolição, Clube da Esquina, Tim Maia, Eumir Deodato, Novos Baianos, Jards Macalé, Clube da Esquina, Secos e Molhados, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Walter Franco, Luiz Bonfá, Marcos Valle, Rogério Duprat, Arnaldo Baptista, Hermeto Pascoal, Lula Côrtez e Zé Ramalho, Adoniran Barbosa, Cartola, Clara Nunes, Belchior, Raul Seixas, Elis Regina, Sergio Sampaio, Taiguara, Odair José, Banda Black Rio, Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, Paulo Vanzolini, Titãs, Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, Legião Urbana… e muito mais!

INFINDAS MANEIRAS DE FINDAR – SOBRE “FIM”, O ROMANCE DE ESTRÉIA DE FERNANDA TORRES

MAIAKÓVSKI – O POETA DA REVOLUÇÃO

“Nos demais – eu sei, qualquer um o sabe – o coração tem domicílio no peito. Comigo a anatomia ficou louca. Sou todo coração – em todas as partes palpita.” (Maiakóvski)

JESUS CRISTO SEGUNDO PAULO LEMINSKI

O contexto sócio-político que engloba a figura de Jesus é dominado por um Império monetarizado e patriarcal, contra o qual o nazareno realiza um levante de escravos. Há mais de Spartacus em Jesus do que sonha a nossa vã historiografia. E Nietzsche, no século 19, saberá ler com clareza o quanto a moral do cristianismo representa uma inversão de valores, uma afirmação dos valores contrários aos vigentes nas classes dominantes. (...) Leminski também é magistral ao destacar o caráter machista e falocêntrico das instituições sociais e das mitologias culturais dos monoteísmos nascidos no Oriente Médio. É só lembrar que o mito do Gênesis, “fundamento metafísico do patriarcalismo semita”, conta que Eva nasceu depois de Adão e foi edificada a partir de uma reles costela do macho. “Notável na estrutura do mito da origem de Eva é que ele constitui uma inversão da realidade: biologicamente, é o homem que sai da mulher, não a mulher do homem.”

AMOR PELA PHILIA – A AMIZADE COMO IDEAL ÉTICO E CÍVICO EM MONTAIGNE & EPICURO

"Se comparo minha vida inteira aos 4 anos durante os quais me foi dado gozar a companhia tão amena de La Boétie, ela não passa de fumaça. É uma noite escura e aborrecida. Desde o dia em que o perdi… não faço senão me arrastar melancolicamente. (…) Já me acostumara tão bem a ser sempre dois que me parece não ser mais senão meio." (MONTAIGNE, Ensaios, Livro I)

QUE PAÍS É ESSE?

Solidariedade Social ou Práticas do Apartheid? (In)Segurança Pública no Brasil

A fé como suspensão da ética – O mito de Abraão e Isaac segundo Søren Kierkegaard e José Saramago

Uma reflexão sobre ética e religião a partir de "Temor e Tremor", de Kierkegaard, e "Caim" de Saramago.

QUARTETO VITAL

Em “Vida”, Paulo Leminski (1944-1989) traça retratos de Cruz e Souza, Bashô, Jesus & Trótski

Simone Weil (1909-1943)

"Toda espécie de virtude tem a sua fonte no encontro que faz o pensamento em seu embate com uma matéria sem indulgência nem perfídia. Não se pode imaginar nada maior para o homem do que um destino que o coloque diretamente no embate com a necessidade nua, sem que tenha nada a esperar senão de si mesmo, e de tal forma que a sua vida seja uma perpétua criação de si mesmo por si mesmo. Vivemos num mundo no qual o homem deve esperar milagres apenas de si mesmo.” (S. Weil)

Resenha crítica de “Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas – Uma Investigação Sobre Valores”, de Robert M. Pirsig (1974)

ALICE ERA UMA HIPPIE? – Uma interpretação psicodélica de “Alice’s Adventures in Wonderland” de Lewis Carroll (1832-1898)

"Se a curiosidade é um vício, então Alice é quase um demônio de saias. Feito uma junkie, ela não resiste a um frasco de poção: manda ver, goela abaixo, vários líquidos estranhos e cogumelos psicotrópicos em suas andanças. Esta interpretação psicodélica de Alice como uma hippie mirim está longe de ser novidade. Tim Burton, um dos cineastas mais intensamente influenciados pelo legado de Lewis Carroll, chegou a descrever os livros protagonizados por Alice como “drogas para crianças”. Já um artigo de Jenny Woolf para a Smithsonian Magazine lembra ainda que “desde os anos 1960, a obra tem sido associada com a vertente psicodélica do movimento contra-cultural.” De fato, a leitura dos episódios alucinantes que Alice atravessa é o suficiente para deixar até o mais sóbrio dos mortais em um estado de embriaguez lírica. Como se tivesse lambido LSD..." (CLICK NA IMG PARA ABRIR O TEXTO COMPLETO)

A Desumanidade Humana: Novos Ensaios Sobre a Cegueira

À luz da tragédia em Gaza, reflexões sobre a paz e a guerra, a convivência e o antagonismo, a lucidez e a cegueira... Com Gandhi, Lennon, Galeano, Sacco, Rushdie, dentre outros.

Não Há Planeta B: A Aldeia Global Mobiliza-se Em Prol De Um “Futuro Verde”

A VIDA É INCÊNDIO…

INSCRIÇÃO PARA UMA LAREIRA: “A vida é um incêndio: nela dançamos, salamandras mágicas. Que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta? Em meio aos toros que desabam, cantemos a canção das chamas! Cantemos a canção da vida, na própria luz consumida…” (Mário Quintana)

Reflexões sobre a Sabedoria e a Felicidade – por Alain (Émile-Auguste Chartier, 1858-1951)

“Tout bonheur est poésie essentiellement, et poésie veut dire action; l’on n’aime guère un bonheur qui vous tombe; on veut l’avoir fait.” – ALAIN (1858-1951), Propos Sur Le Bonheur

Comentários sobre o romance de Dostoiévski, “O Idiota”

Laços entre Camus & Nietzsche

“Todo o meu reino é deste mundo”, escreve Camus. É a fórmula mais flagrante de sua convicção. O corolário é a exaltação do corpo e das verdades que o corpo pode tocar..." (Hélder Ribeiro)

Cantigas Xamânicas de Amaravilhamento Cósmico: Sobre o filme “Biophilia” de Björk

"Björk revela-se uma artista de imensa ambição e múltiplos talentos ao construir, em Biophilia, um retrato sônico, visual e teatral de certas coisas que não se imagina caberem no espaço restrito de um palco: por exemplo, galáxias de revirantes corpos celestes, unidos pela força invisível de abraços gravitacionais, que são evocados com recorrência durante o concerto: “heavenly bodies are whirling around me”, canta Björk como se em delírio de fascinação diante do dínamo iluminado da noite..." (CLICK NA IMAGEM ACIMA PARA ACESSAR O ARTIGO)

XXXV Festival Internacional de Jazz de Montréal – Cobertura exclusiva

Saiba como foi a edição 2014 de um dos maiores e melhores festivais de música do mundo, que atrai mais de 2 milhões de pessoas todos os anos e oferece mais de 300 shows gratuitos. Viva Montréal!

Da Escravidão à Emancipação: a Jornada Libertária de Frederick Douglass (1818-1895)

"Publicado em 1845, a clássica autobiografia Narrative of the Life of Frederick Douglass, An American Slave retrata de modo vívido e memorável a situação dos escravos nos EUA na época que precedeu à Guerra Civil (1861-1865). O livro exala a autenticidade que só é capaz de atingir alguém que narra algo que vivenciou em sua carne torturada pelo labor, pelo cansaço, pela fome, pelo desconforto, pela constante opressão...." (Click na imagem para ler o artigo completo)

O Mito de Dioniso, por Jean-Pierre Vernant

"No panteão grego, Dioniso é um deus à parte. É um deus errante, vagabundo, um deus de lugar nenhum e de todo lugar... A um só tempo vagabundo e sedentário, ele representa, entre os deuses gregos, segundo a fórmula de Louis Gernet, a figura do outro, do que é diferente, desnorteante, desconcertante. É também, como escreveu Marcel Detienne, um deus epidêmico. Como uma doença contagiosa, quando ele aparece em algum lugar onde é desconhecido, mal chega e se impõe, e seu culto se espalha como uma onda." (Vernant)

“A Feiticeira”, de Jules Michelet

“Uma multidão cega, cruel na medida de seu medo, podia, uma manhã, ataca-la a pedradas ou submetê-la à prova da água, o afogamento. Ou enfim, coisa mais terrível, podia arrastá-la, uma corda amarrada no pescoço, até o pátio da igreja, que disso teria feito uma festa piedosa, lançando-a à fogueira para a edificação do povo.” (Michelet)

Franz Kafka

No Caminho com Maiakóvski – Poemas de Eduardo Alves da Costa

Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada." (E.A. Costa)

MAIO DE 1968

Lembranças do Maio do 1968 Francês com Carlos Fuentes

Diário de Leituras! @ Goodreads

HILDA HILST

"Porque há desejo em mim, é tudo cintilância..." (Hilda Hilst)

No Labirinto com o Sr. Minotauro

“Nosso impulso ao conhecimento é demasiado forte para que ainda possamos estimar a felicidade sem conhecimento ou a felicidade de uma forte e firme ilusão; a inquietude de descobrir e solucionar tornou-se tão atraente e imprescindível para nós como o amor infeliz para aquele que ama: o qual ele não trocaria jamais pelo estado de indiferença. O conhecimento, em nós, transformou-se em paixão que não vacila ante nenhum sacrifício e nada teme, no fundo, senão sua própria extinção…” (NIETZSCHE, Aurora)

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"Será revolucionário quem conseguir revolucionar-se" (Ludwig Wittgenstein)

"Sei que nada sei." (Sócrates)

“Somos tentados a pensar que não entrou no plano da ‘Criação’ a idéia de que o homem fosse feliz” (Sigmund Freud)

"A depressão é a expressão de mal-estar que faz água e ameaça afundar a nau dos bem adaptados ao século da velocidade, da euforia prêt-à-porter, da saúde, do exibicionismo e do consumo generalizado. A depressão é sintoma social porque desfaz a teia de sentidos e de crenças que sustenta e ordena a vida social desta 1a década do século 21." (Maria Rita Kehl)

"Os deuses, acho eu, só existem no cérebro humano, prosperam ou definham dentro do mesmo universo que os inventou." (José Saramago)

A Torre de Babel e os Frutos da Terra

A Torre de Babel e os Frutos da Terra

O Claro Espelho do Mundo – Reflexão sobre a Estética de Schopenhauer

"...este homem, que em cada ser reconhece a si mesmo no que tem de mais íntimo e mais verdadeiro, considera também as dores infinitas de tudo aquilo que vive como sendo as suas próprias dores, e assim faz sua a miséria do mundo inteiro. Daí em diante, nenhum sofrimento lhe é estranho. Todas as dores dos outros (…) pesam sobre o seu coração como se fossem suas." (Schopenhauer)

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O PÃO DIVIDIDO: A poesia de José Paulo Paes

"A posse é-me aventura sem sentido. Só compreendo o pão se dividido." (José Paulo Paes)

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CAOS FILOSÓFICO

Embriague-se de vinho, de poesia ou de virtude, mas embriague-se

histoireetsociete

dieu me pardonne c'est son métier...

WordTransfuser

Because words are the lifeblood of the mind.

afalaire

Do Irreal, conduze-me ao Real! // Das Trevas, conduze-me à Luz! // Da Morte, conduze-me à Imortalidade! (Brihad-aranyaka Upanishad)

A CONTRADIÇÃO

A vida social é essencialmente prática. Todos os mistérios que seduzem a teoria para o misticismo encontram a sua solução racional na práxis humana e na compreensão desta práxis. [Karl Marx, 1845]

Lacuna

Uma revista de psicanálise – ISSN 2447-2663

Resista! Observatório de resistências plurais

Combatendo a distorção e divulgação de notícias e conceitos falsos; Ocupando as redes sociais e denunciando moralistas e interesseiros de ocasião; Dialogando e formando amigos e conhecidos seduzidos por soluções autoritárias; Colaborando com ações e propostas conscientizadoras sobre as liberdades civis; Frequentando e defendendo os espaços plurais de produção, difusão e compartilhamento de saberes, conhecimentos e artes. RESISTA!

IFilosofando

Produções filosóficas dos alunos do IFG - Anápolis

Bem Sabemos

Sou a Anna.

BEAUTY WILL SAVE THE WORLD

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Notícias totalmente parciais: como absolutamente todas são! (RADI - Radicalismo Ideológico)

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Ponto Virgulina

Revista de Tradução Literária

Fuera de contexto

Hora de volver a casa

Olhares do Mundo

Este blog publica reportagens produzidas por alunos de Jornalismo da Universidade Mackenzie para a disciplina "Jornalismo e a Política Internacional".

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Conexão África

Um blog dedicado à musica africana: uma viagem pelo continente africano, sua diversidade e sua riqueza (em breve teremos uma grande novidade!)

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