A CASA DE VIDRO

Plugando consciências no amplificador! Presente na web desde 2010, A Casa de Vidro é também um ponto-de-cultura focado em artes integradas, sempre catalisando as confluências.

Arquivo da tag: Fórum Social Mundial

28/04/2018 por www.acasadevidro.com

É IMPRESCINDÍVEL OUVIR AS VOZES DOS VENCIDOS – Por uma História que enxergue os ossos dos desaparecidos políticos e ouça os gritos dos torturados

Jamais teremos uma relação apropriada com o processo histórico se não agirmos simultaneamente como “construtores do futuro e intérpretes do passado”, escreve Nietzsche na Segunda Consideração Extemporânea [1]. E eu adicionaria: jamais conheceremos o passado adequadamente se não atentarmos para a voz dos vencidos. Temos que aprender a ler a sina multiforme dos derrotados. O fato de Rosa Luxemburgo ter sido assassinada não significa que ela não estivesse certa, e errados os seus algozes. Como bem disse Daniel Bensaïd: “a sua derrota não prova que os vencidos não tivessem razão.” [2]

É um pouco por aí que transita também o Darcy Ribeiro naquela sua célebre auto-celebração, em que classifica-se como fracasso em tudo: um ser humano integrante dos vasto rol dos “derrotados”:

Se não ouvirmos a voz dos vencidos, nosso relato histórico terá a falsidade de todas as lorotas contadas pelos vencedores, de todas as falácias espalhadas pelos que triunfaram sobre o cadáver dos assassinados, sobre o silêncio dos amordaçados, sobre os gritos dos torturados.

Sendo os papagaios da História Oficial, ou seja, acreditando que existe apenas o Tempo dos Vencedores, perdemos o essencial: aquilo que no passado é semente ainda não desabrochada. Paulo Freire se referia a si mesmo como “andarilho da utopia”, em permanente busca de partejar “inéditos viáveis”: aquilo que nunca houve, mas pode perfeitamente vir a ser. Aquilo que não é impossível, mas realizável, desde que o ser humano saiba agir coletivamente para construi-lo.

O inédito viável – aquilo que o Fórum Social Mundial chama em seu slogan de “Um Outro Mundo Possível” – não pode prescindir de um estudo interessado da História. Pois a possibilidade de construção deste alter-mundo, desta outra realidade de que nos fala o altermundialismo, tem que estar também no nosso trato com o passado, ou seja, é necessário instituir um pacto com os vencidos, o que não significa nunca que estaremos resignados à derrota. Nosso pacto é com os vencidos por enquanto, e nossa revolta é contra os vencedores desumanizadores, opressos, injustos, fratricidas.

É um pouco espírito que anima a adorável personagem Mary Whitney de Alias Grace, mini-série baseada na obra de Margaret Atwood: na real, ensina Mary, “os rebeldes não perderam, só não ganharam ainda.” [3]

A pista para a construção de uma outra História possível está também nas pegadas daqueles que resistiram “à mecânica nazi e à engrenagem staliniana” (Bensaïd, op cit, p. 210), os que se recusaram a obedecer os ditames de Pinochets, Francos e Médicis… Os que tombaram defendendo a liberdade, os que foram assassinados pregando a paz (que emblema mais forte do que Gandhi, ou John Lennon?), os que perderam a vida sob balas assassinas ou amarguraram cárceres duros impostos por ditaduras, tiranias, governos ilegítimos, golpes de Estado (Mandela, Pepe Mujica, Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva, sendo apenas alguns dos exemplos mais recentes).

Patricio Guzman, Cineasta Chileno, no Centro Cultural Gabriela Mistral. Foto: Reinaldo Ubilla.

E o cinema-do-real: é capaz de ser uma janela para esta audição atenta das vozes pretéritas? Assistir a filmes documentais pode nos elevar a consciência acima de seu nível comum de compreensão histórica?  Estou convicto que sim, e uma das obras que é mais intensamente responsável por essa aposta num aprendizado do passado propiciado pelo cinema é aquela do cineasta chileno Patricio Guzmán.

Nostalgia Pela Luz, parece-me, é um dos mais importantes documentários latino-americanos realizados no continente após o colapso das ditaduras militares – e só tem equivalente à altura, na filmografia brasileira, em obras como Memória Para Uso Diário e Orestes. Guzmán é o responsável pelo épico documental A Batalha do Chile, além de tratados fílmicos sobre Salvador Allende e Augusto Pinochet, e é amplamente reconhecido como figura pública de percepção relevante sobre a história de nosso continente, ao pesquisar e questionar a fundo as ocorrências e os resquícios da Ditadura em seu país. No Brasil, o grande Silvio Tendler vem realizando uma magistral obra também deste teor.

O cinema chileno, nestes últimos anos, tem realizado com admirável maestria um resgate histórico pelo viés dos vencidos: em excelentes filmes como Dawson – Ilha 10 (click e leia a resenha em Cinephilia Compulsiva) e Colônia – Amor e Revolução (Florian Gallenberger, 2015),  pudemos conhecer em todo seu horror os campos de concentração pinochetistas, desde o enclave germano-fascista que foi a “Colônia Dignidade” ao presídio onde foram enjaulados, após 11 de Setembro de 1973, os principais líderes da União Popular.

Já em No (um filme de Pablo Larraín, 2012), tivemos um pujante retrato, baseado em história de Antonio Skármeta, do plebiscito popular que tentou enterrar a Era Pinochet com um “Não!” em 1988.

Neste contexto é que refulge Nostalgia pela Luz. Guzmán nos leva para uma temporada de reflexão profunda no Deserto do Atacama. O Atacama, no Chile, é o melhor observatório de estrelas da Terra. Telescópios formidáveis estão ali instalados, perscrutando os céus. São janelas abertas para o cosmos. Buracos-de-fechadura por onde os terráqueos espiam os mistérios celestes.

No Atacama têm-se acesso também a um Portal para o Passado. Enquanto os astrônomos tentam responder aos insondáveis enigmas sobre as Origens do Universo – como e quando surgiram as estrelas, os planetas, as galáxias… – os arqueólogos debruçam-se sobre os desenhos sobre as pedras, ali incrustados mais de 1.000 anos atrás pelas tribos nômades pré-colombianas que ousavam atravessar aquela imensidão de secura.

Olhando a Terra do espaço, podemos notar que aquele território na América do Sul se distingue pelo teor amarronzado, contrastante com a vastidão azul dos oceanos: o Atacama, visto lá de cima, é um deserto que impressionaria o OVNI alienígena por sua extensão. Quase sem umidade em sua atmosfera, com firmamento livre de qualquer nuvem, o Atacama fornece aos olhares humanos uma das melhores oportunidades para espiar o carrossel das constelações. A transparência do éter faz com que não haja obstáculos entre as estrelas e as retinas.

Estima-se que cerca de 30.000 chilenos tenham sido torturados durante o truculento governo que tomou conta do país a partir do golpe de estado de 11 de Setembro de 1973, quando o governo de pendores socialistas de Salvador Allende foi derrubado na base da força bruta, com o devido auxílio dos EUA.

Até hoje viúvas enlutadas vagam pelo deserto a procura dos ossos e crânios dos seus parentes, assassinados pelos militares por serem opositores políticos. Mulheres traumatizadas, de olhos molhados, incapazes de esquecer da ausência dos que amaram, querendo vencer o poder do olvido e erguer um monumento em nome da memória.

 

Nostalgia Pela Luz, o brilhante documentário de Patrício Guzmán, consegue transitar por todas estas áreas do conhecimento humano – a astronomia, a arqueologia e a história – guiado pelo mistério das estrelas e da memória. Estes mistérios estão conectados: sempre que nossos cérebros formam uma imagem mental de uma estrela, sempre que nossos olhos entram em contato com a luz provinda de uma, estamos diante da paradoxal presença do passado.

Os 8 minutos que os raios do Sol demoram em sua jornada até a Terra, mesmo sendo velocípedes feito um Papa-léguas (300.000 mil quilômetros por segundo é uma velô de deixar qualquer Schumacher humilhado!), provam-nos algo fascinante: o que vemos no céu são emanações de distantes rincões do Universo que talvez não existam mais. Emanações não somente das lonjuras, mas das próprias entranhas do passado. Qualquer estrela que produziu aquela luzinha vaga-lumeante nos céus pode estar morta há muito tempo; mas não suas luminosas reverberações.

Está aí a conexão entre estes dois pesquisadores aparentemente tão diferentes, o astrônomo e o arqueólogo: ambos lidam com o passado e tentam interpretá-lo de modo a esclarecer o mistério das origens – seja da raça humana, seja do planeta, da galáxia e do universo que nos abriga.

O Gênese bíblico, para estes audazes perscrutadores do firmamento e da poeira terrestre, já foi descartado como a superstição anti-científica que é; o Big Bang é o verdadeiro mistério a decifrar. Carl Sagan, em um dos episódios mais acachapantes de Cosmos, sugere que não há nada neste planeta que não tenha sido gerado, centenas de milênios atrás, no útero das estrelas.

Um dos entrevistados pelo documentário de Guzmán, seguindo na trilha saganiana, pede ao espectador que medite sobre o seguinte: de onde saiu o cálcio presente em seus ossos? Ora, a resposta talvez seja esta: o cálcio que todos temos em nossos ossos é provindo das estrelas. “We’re made of starstuff!“, exclamava quase em epifania um sorridente Sagan, nos anos 1980. Pesquisas mais recentes parecem dar razão a ele. Cada vez parece mais absurdo conceber uma separação rígida entre nós e o universo – ele lá, nós aqui, e entre ambos algum abismo intransponível.

Não há esse abismo: há sim uma inegável conexão que nos conecta ao cosmos de modo irrecusável. A matéria que nos constitui é matéria cósmica, lançada pelos ares pela Grande Explosão primeva. Aquilo que somos, devemos às estrelas, sem às quais nunca teríamos surgido nem poderíamos sobreviver.

A imagem grandiosa de um Universo exuberante, repleto de energia, em eterno fluxo sem fim, emerge também deste filme. Uma moça chilena, que teve os pais assassinados pela ditadura Pinochet, conta às câmeras como encontrou na astronomia uma anestesia para suas feridas, um bálsamo para seu luto. Ela foi uma filha que, na primeira infância, perdeu os dois pais para a maquinaria assassina da ditadura, e que depois se sentirá sempre como alguém “com um defeito de fábrica”.
Ela nos diz que passou a enxergar esta traumática perda com um senso de seguir-avante, ao invés de render-se à depressão ou buscar o suicídio. E ela o fez contemplando a corrente cósmica em que a matéria é perenemente reciclável e onde não há nada eterno a não ser o moto-perpétuo em que tudo precisa desfazer-se, mesmo as estrelas, para que o novo possa formar-se.
“The cosmos was originally all hydrogen and helium. Heavier elements were made in red giants and supernovas and then blown off to space, where they were available for subsequent generations of stars and planets. Our sun is probably a third generation star. Except for hydrogen and helium, every atom in the sun and the Earth was synthesed in other stars. The silicon in the rocks, the oxygen in the air, the carbon in our DNA, the gold in our banks, the uranium in our arsenals, were all made thousands of light-years away and billions of years ago. Our planet, our society and we ourselves are built of star stuff…” – CARL SAGAN

Ali, nas imensidões desérticas do Chile, pode-se adentrar um Passado de múltiplas faces, ou melhor, podemos experenciar ontens de várias idades. É essa a grande sacada da obra, esta mescla de História humana e História que transcende o curto período em que nós, humanos, neste rincão cósmico existimos.

Enquanto astrônomos buscam decifrar a luz que, para chegar a nossos telescópios, viajou por alguns milhões de anos, à estonteante velocidade de 300.000 quilômetros por segundo, vagam também pelo território as traumatizadas pessoas que buscam os restos mortais de seus entes queridos que foram “desaparecidos” pela Ditadura Militar instaurada pelo golpe militar de Setembro de 1973.

Cineasta Patricio Guzman, diretor de um dos grandes documentários na história do cinema latino-americano: “A Batalha do Chile” (3 partes)

Para nos maravilhar e nos fazer refletir com a vastidão do tempo pretérito, Guzmán explicita, com imagens de arquivo mas também através das sobrevivências do horror no tempo presente, a brutalidade de um regime que torturou pelo menos 30.000 pessoas (ainda que alguns estimem que esse número possa ser de até 60.000 torturados) e que assassinou milhares de ativistas políticos e artistas.

A câmera documental de Guzmán, talvez inspirada por obras-testemunho como a série Shoah de Claude Lanzmann, vai captar imagens dos campos de concentração do regime Pinochetista. Rodeados por arame-farpado, os presos políticos eram encarcerados, no Atacama, em antigas moradias abandonadas pelos mineiros do salitre que ali penaram, no século 19, em um trabalho de condições análogas à da escravidão.

Guzmán consegue conversar com um idoso que esteve encarcerado nos anos de 1973 e 1974, e ele conta que a observação astronômica das estrelas acima de suas cabeças era uma atividade que lhes permitia conservar sua “liberdade interior” em meio às degradantes condições de vida no campo de concentração. A Ditadura proibiu os detentos de olharem para o céu.

Um dos elementos que faz a imensa importância desse filme está no chamado, ou na convocação, que ele nos lança para que tomemos conhecimento sobre o que já passou, sabendo que o processo humano de desvendar todos os outroras envolve um esforço transdisciplinar. O historiador, que investiga o passado humano recente, difere do arqueólogo, que se debruça sobre um passado mais antigo, por exemplo sobre os resquícios de sociedades pré-colombinas que deixaram pinturas nas pedras.

Já o geólogo, ou o pesquisador de fósseis, quanto mais se aprofundam em suas pesquisas e quanto mais adentram o ventre do planeta, mais descobrem na crosta da Terra os resquícios atuais de um passado terrestre que se afasta milhões de anos atrás de nós.

Porém são os astrônomos aqueles que vencem todos os outros profissionais da memória no quesito “velhice” do passado investigado: através dos mega-telescópios, com seus olhos de vidro, atentos às estrelas visíveis através dos límpidos céus do Atacama, os astrônomos investigam uma luz que pode ter sido emitida há bilhões de anos atrás. Com equipamentos hi-tech e equipes integradas por pessoas de várias nacionalidades, sondam as energias cósmicas em busca de pistas para entender a origem do Universo, as ocorrências do Big Bang, as formidáveis explosões primordiais que, como supõe os astrônomos de hoje em dia, ainda hoje ressoam e repercutem.

O Big Bang, nesta perspectiva, não é um evento que ficou no passado, enterrado, separado de nós para sempre, mas sim o início daquele processo de que somos ainda os contemporâneos. A explosão primeva não passou: ainda podemos ouvir seu estrondo a esparramar-se pelo espaço cósmico, com mais decibéis do que milhões de bandas de rock humanas tocando juntas com os amplificadores todos do planeta Terra com o volume no máximo. Um punk rock pode até ser um estrondo, mas estrondoso mesmo é o cosmos.

E, no entanto, uma certa melancolia tinge o filme de Guzmán – que aqui realiza uma práxis documentarística de clima afetivo bem próximo ao desalento lúcido de Werner Herzog. É que Guzmán sente que o Chile não está realizando o trabalho que devia de resgatar devidamente o seu passado. Em especial no aspecto histórico, há a vigência de uma certo ocultamento dos horrores vinculados ao golpe de Estado que derrubou a União Popular, encabeçada entre 1970 e 1973 por Salvador Allende.

Todas as violações dos direitos humanos, todo o terrorismo de Estado, ficou abafado debaixo de uma pilha de negacionismos e de recusas ao conhecimento. Guzmán acusa o Chile de querer virar seu rosto somente na direção do futuro, deixando de prestar atenção ao passado recente e sua procissão terrível de ossadas desaparecidas.

Nesse contexto, as mulheres que vagam pelo Atacama, em busca dos ossos daqueles que desapareceram na era ditatorial, não podem ser simplesmente varridas do quadro sócio-político como se não passassem de casos psicopatológicos, gente ressentida que não sabe enterrar o passado e seguir em frente. Essas mulheres representam uma práxis de resgate da memória que tem seu principal motor nos traumas sofridos e nunca esquecidos.

Pois a sociedade chilena, assim como a brasileira, infelizmente oferece oportunidades demais para uma re-traumatização dos sujeitos outrora traumatizados. Por exemplo: o trauma novo de encontrar, caminhando pelas ruas, livre e solto, completamente impune, um general que, nos tempos de Pinochet, “trabalhava” como torturador e assassino de escritório. O que re-traumatiza é a impunidade daqueles que, para lembrar a apropriadíssima expressão de Hannah Arendt, realizaram e realizam os “massacres administrativos”.

“Diante dos seus juízes, Eichmann confessa-se vencido. É um facto. Mas não culpado: como bom nazi, supõe que o dever de obediência o descarta de qualquer responsabilidade. Não que ele não tivesse consciência, precisa Hannah Arendt, mas porque a ‘sua consciência lhe falava com uma voz respeitável, a voz da sociedade respeitável que o envolvia. Obedecia às ordens como cidadão respeitoso da lei. A questão terrível está mesmo aí: os nazis ter-se-iam sentido culpados se tivessem ganho?’ [4] Ninguém em Jerusalém, sublinha Arendt, teve ocasião de pôr a questão aos dignitários judeus: por que é que haveis colaborado na exterminação do vosso próprio povo? ‘Por que a lição destas histórias é simples, ao alcance de todos: é que a maioria das pessoas inclina-se diante do terror, mas alguns não se inclinam… Humanamente falando, não é preciso mais, e não se pode pedir razoavelmente mais para que eles planeta permaneça habitável.” [5]

Instigado por Guzmán a fazer uma comparação entre o trabalho de astrônomos e das mulheres que buscam seus parentes desaparecidos, um dos cientistas entrevistados em Nostalgia Da Luz diz que os casos são incomparáveis, e isto pela intensidade dos afetos de tormento que dominam os sujeitos traumatizados pela perda. Segundo ele, os astrônomos podem passar os seus dias de trabalho observando o passado, ou seja, a luz das estrelas, e depois podem ir para a cama e dormir tranquilos; já as mulheres que buscam os restos mortais daqueles que perderam estão muito mais na condição trágica de Sísifos, fazendo um trabalho inglório, em que a ânsia de aclaramento do passado não se satisfaz e, após os trabalhos fatigantes e mau-sucedidos, nenhum sono tranquilo e sereno as espera.

O que espera aos sobreviventes de prisioneiros políticos, assassinados e desaparecidos aos milhares nos 17 anos de ditadura, é muito mais o pesadelo continuado de um presente em que, ao redor, forças funestas desejam barrar o acesso ao passado, recusando a entrada de uma luz curativa, um dos temas também do excelente livro Relampejos do Passado, de Amanda Brandão Ribeiro (Ed. Unifesp, 2017).

Guzmán vai atrás das histórias específicas dos parentes de desaparecidos políticos. Entrevista a irmã de Jose Saavedra Gonzalez, assassinado com dois tiros na cabeça. A irmã encontrou apenas fragmentos de ossos, pedaços de crânio, peças esparsas de um quebra-cabeças que nunca será montado em sua inteireza.

Estas mulheres, com lágrimas nos olhos, cabelos bracos na cabeça, que caçam os ossos pelo deserto, talvez sejam um símbolo emblemático da tragédia da América Latina sob suas ditaduras. Uma das entrevistadas por Guzmán, se questionada se vai seguir em sua busca, responde que, apesar da velhice (ela já passa dos 70 anos de idade), vai continuar sim, ainda que suspeite que os ossos nunca serão encontrados pois podem ter sido lançados ao mar. E ela se dirige ao espectador que porventura esteja perplexo e se perguntando: “Por que essa gente quer ossos?”. Ela re-afirma sua vontade de reencontrar os ossos do ente amado, Mário, pois o sumiço dos ossos é o insuportável, o inaceitável, o inesquecível.

Quando lhe informaram que haviam encontrado uma mandíbula de Mário, ela não se deu por satisfeita e disse que desejava o esqueleto inteiro. Com esta frase de quebrar o coração, ela diz: “Eu o quero inteiro! Eles o levaram inteiro e não o quero de volta aos pedaços. Se eu encontrá-lo hoje e eu morrer amanhã, partirei feliz.” (1h 02 min)

O direito ao luto aparece aqui como tendo que ser somado ao códex dos direitos humanos básicos. Os militares, que sumiram com os oponentes políticos, que ocultaram os cadáveres, que espalharam os ossos por desertos e mares, deveriam ser obrigados a abrir todos os arquivos e colaborar para que os familiares pudessem realizar o enterro digno dos entes amados. Mas obviamente que não é assim: os perpetradores dos crimes, os genocidas de farda, jamais iriam contribuir para amainar o sofrimento dos traumatizados. Cabe a nós a responsabilidade de escrever o Passado sendo dignos a bastante para dar voz aos silenciados.

“No mundo em que vivemos, o problema a ser enfrentado não é mais só o declínio da memória coletiva e o conhecimento cada vez menor do próprio passado; é a violação brutal do que a memória ainda conserva, a distorção deliberada dos testemunhos históricos, a invenção de um passado mítico construído para servir ao poder das trevas. Somente o historiador, com sua rigorosa paixão pelos fatos, pelas provas e pelos testemunhos, pode realmente montar a defesa contra os agentes do olvido, contra os que reduzem documentos a farrapos, contra os assassinos da memória e os revisores das enciclopédias, contra os conspiradores do silêncio.” [6]

A importância crucial da arte de Guzmán está em buscar convencer todo um país a exumar os ossos do passado, pô-los na mesa, na tentativa de, ao olhar de frente o terror, inventar um futuro menos sórdido. Para aprender como se faz um futuro melhor não há escapatória: é preciso fazer o aprendizado com os ossos. E os ossos são feitos do mesmo cálcio que pulsa nas estrelas cuja luz os telescópios capturam.

Box de DVDs com a filmografia de Patricio Guzmán

A “impressão digital de uma estrela”, explica-nos o cientista George Preston, registrada nos computadores da estação astronômica do Atacama, dá-se através do cálcio – impressão digital de ossos e estrelas! Como Carl Sagan já ensinava em Cosmos, nós somos feitos de poeira estelar, o que Preston re-afirma: “Uma parte do cálcio dos meus ossos foi formada um pouco depois do Big Bang. Nós vivemos entre árvores, mas também vivemos entre estrelas e galáxias: somos parte do Universo e o cálcio dos meus ossos estava lá desde o início.”

A “sacada” brilhante que faz de Nostalgia Da Luz um marco na história do cinema está nos vínculos que ele estabelece entre o Céu e a Terra: ele é capaz de enxergar o que une as mulheres que vagam pelo deserto em busca de ossos com os astrônomos munidos de telescópicos que sondam os corpos celestes. Nos dois casos, vai-se em busca de um conhecimento sobre o passado, ainda que em um caso seja o passado recente e traumático, e em outro caso o passado distante e cósmico. Ao invés de reduzir os ossos dos mortos durante a ditadura a uma espécie de matéria morta e insignificante, o filme-ensaio de Guzmán nos convida a pensar em um fragmento de osso como algo que está conectado a todo o Cosmos.

Poderíamos dizer que eles podem até ter arrancado as mãos de Victor Jara, para que ele nunca mais tocasse violão, antes de finalmente assassiná-lo, logo após o golpe de 11 de Setembro de 1973; mas esta mão decepada, estes ossos que estiveram presentes no organismo senciente de Jara, conecta-o às estrelas – e ao nosso céu, o dos sobreviventes. E não há nenhum preço que vocês possam pagar para comprar nosso esquecimento (seguiremos cantando as músicas de Jara mesmo depois de vocês terem fechado sua boca para sempre com balas). Pois nos recusamos ao olvido e não está à venda a possibilidade de simplesmente passarmos a borracha nestas páginas de nossa história.


Os que Eles, os vencedores (por enquanto…), não querem que lembremos, eis o que temos o dever se recuperar do olvido e transmitir através das gerações, para que vivam os destinos precocemente abreviados pelas brutalidades dos que triunfaram. Eis justamente com quem deve estar nosso Pacto de Verdade: com os que suaram e sangraram em prol da transformação deste mundo em algo diferente de um hospício esférico. Temos que pesquisar e falar sobre os ontens tendo em mente todos os tombados, todos os anônimos, todos os escravizados, todos os desvalidos, todos os roubados de sua dignidade e de seu direito à boa vida.

Triunfar pela força não é nenhum certificado de superioridade moral, muito pelo contrário: o apelo à força bruta, a convocação da violência para defender o seu interesse particular, é evidência de que a ideologia ou a causa política não possuem a seu lado a força dos argumentos racionais ou da retórica convincente, que dobra pelo verbo persuasivo o entendimento do outro, convencendo-o a aquiescer à razão mais forte.

Quem solta os cachorros furiosos sobre os outros, ou chama o pelotão de fuzilamento ou a fogueira para hereges, manifesta assim não sabe ter a delicadeza de expor uma cadeia de pensamento bem articulada. Prefere lançar o oponente aos dentes das feras. Ou à crueldade impiedosa das chamas.

O cadáver de Che Guevara na Bolívia não é “prova” de que o médico-guerrilheiro argentino estivesse na desrazão e no erro, mas evidencia sim a crueldade impiedosa de seus executores. A mando, é claro, do imperialismo yankee e seu séquito de horrores triunfais – que o povo do Vietnã, e do Afeganistão, e do Brasil (etc.), tão dolorosamente conheceram e conhecem.

Perder nunca é definitivo, toda vitória é precária: os vencidos de outrora podem ser os vencedores, outra hora. De Heráclito a Bob Dylan, alertam filósofos e artistas que tudo flui e os dados ainda estão rolando. The times they are a-changin.

Por isso, defendamos uma História que se conte sem que o sujeito contador se pretenda neutro, objetivo, sem partido. Ninguém aqui está defendendo a miopia do sectarismo, pelo contrário: queremos diálogo amplo com o pluralismo histórico, com tudo que no palco da História está em debate e em conflito, mas não aceitamos que sejam caladas, hoje, as vozes dos que foram obrigados, em tempos idos, a engolir o amargo cálice do sumiço.

Não há respeito possível ao trabalho de um historiador das Ditaduras latino-americanas que nada nos diga sobre os ossos dos desaparecidos políticos ou sobre os gritos de agonia dos torturados. Temos que ser fiéis àqueles sofrimentos que realmente ocorreram, e expor com sinceridade as atrocidades que, caso não as reconheçamos, podem voltar para nos atacar com novas e atrozes ditaduras novas.

Ouçamos a voz dos vencidos, caso contrário nossa compreensão da História será uma farsa, uma miopia calculada, uma escolha inaceitável pela auto-cegueira. Não enxergar o lado dos esmagados é estar ao lado dos esmagadores. A pior abordagem do passado é aquela que tem fé na História escrita pelos vencedores e nem escuta os que foram calados pela forca, pela fogueira, pelos fuzis, pelos campos de extermínio, pela pobreza planificada, pelos estigmas excludentes e assassinos…

Nas obras de Walter Benjamin, de Mary Wollstonecraft, de Flora Tristán, de Marx e Engels, de Olympe de Gouges, de Arendt, de Camus, de Brecht, dentre tantos outros, pulsam ainda as vidas insurgentes, revoltadas, indignadas, que puseram mãos à obra para a transformação do mundo, e que por esta razão padeceram alguns dos piores horrores, legando porém à posteridade um enriquecido horizonte de possíveis. O que de fato aconteceu em nosso passado não era o único evento possível: havia outras possibilidades, e caso saibamos “abrir uma outra perspectiva sob o passado”, tal qual nos convida a realizar Eleni Varikas, podemos aprender uma imensidão com os pretéritos fracassos:

“O que nos ensinam os fracassos: os fatos, as ações, as ideias, os movimentos, as esperanças que não vingaram? Privilegiando a perspectiva do fracasso em vez da do êxito, e os pontos de vista dos vencidos em detrimento daqueles dos vencedores, essa postura não é unicamente de ordem ética. Não que haja por onde se abster de um posicionamento de ordem ética. Como frisava Hannah Arendt em sua esplêndida resposta a Eric Voegelin, não é possível relatar acontecimentos tais como a extrema miséria das classes populares na época da Revolução Industrial como se eles tivessem acontecido na Lua… A análise do político é indissociável de uma atividade de julgamento ancorada na experiência viva do pesquisador.

 

A perspectiva do fracasso, ou a da derrota, interessa principalmente por seu potencial heurístico, pela contribuição preciosa que pode trazer ao trabalho árduo da anamnese… A ótica do fracasso nos impele – queira ou não – a nos afastarmos dos caminhos batidos da transmissão, a ‘escovar a história a contrapelo’, como diz Benjamin… Estudar as ‘minorias’ e a ‘marginalidade’ (as mulheres, os escravos, os metecos, as crianças, os estrangeiros) para ‘chegar ao centro’ da Cidade é um desses desvios que esclarecem (…) tensões e contradições da Cidade ocultadas pela ótica da vitória e do sucesso.

Pois certamente há na vitória como que uma propensão ao esquecimento; como se os vencedores fossem espontaneamente levados a crer que eles têm os deuses, a Providência ou, o que dá na mesma, a História do lado deles. Esse esquecimento é, antes de qualquer coisa, o esquecimento da injustiça que garantiu a vitória… o esquecimento da injustiça contra a qual a vitória foi obtida… Interrogar o político do ponto de vista daquilo que é marginal e minoritário é um exercício precioso.” [7] (VARIKAS, p. 72 – 72)

Walter Benjamin talvez o disse melhor do que ninguém em suas imprescindíveis Teses Sobre a História:

 “Todos os que até hoje venceram participam do cortejo triunfal em que os dominadores de hoje espezinham os corpos dos que estão prostrados no chão. Os despojos são carregados no cortejo, como de praxe. Esses despojos são os que chamamos de bens culturais. Todos os bens materiais que o materialista histórico vê têm uma origem que ele não pode contemplar sem horror. Devem sua existência não somente ao esforço dos grandes gênios que os criaram, como à corvéia anônima de seus contemporâneos. Nunca houve um monumento de cultura que também não fosse um monumento da barbárie. E, assim como a cultura não é isenta de barbárie, não é, tampouco, o processo de transmissão da cultura. Por isso, na medida do possível, o materialista histórico se desvia dela. Considera sua tarefa escovar a história a contrapelo.” [8]

É este o conceito de História que anima Nostalgia Da Luz e que faz deste filme uma espécie de tratado Benjaminiano, a nos lembrar da relevante lição de que “o dom de despertar no passado as centelhas de esperança é privilégio exclusivo do historiador convencido de que também os mortos não estarão em segurança se o inimigo vencer. E esse inimigo não tem cessado de vencer.” [9]

Por Eduardo Carli de Moraes
Goiânia, 2018
Originalmente publicado em A Casa de Vidro
Link para o post: https://wp.me/pNVMz-4uj

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] NIETZSCHE. Segunda Consideração Extemporânea, citado por BENSAÏD, Daniel. Quem é o Juiz?. Ed. Piaget: p. 43.

[2] BENSAÏD, Daniel. Quem é o Juiz? – Para Acabar com o Tribunal da História (1999). Ed. Piaget: p. 207.

[3] ATWOOD, Margareth. Vulgo Grace (Alias Grace). Romance (Ed. Rocco) e Mini-série (CBC).

[4] ARENDT, Hannah. Eichmann à Jerusalem. Paris, Gallimard, 1996, p. 445.

[5] BENSAÏD, op cit, p. 50.

[6] YERUSHALMI, 1990, p. 23-24, citado por ROSSI, Paolo. O Passado, A Memória, O Esquecimento. São Paulo: Unesp, 2010, P. 36.

[7] VARIKAS,Eleni. Pensar O Sexo e o Gênero. Campinas/SP: Unicamp, 2016.

[8] BENJAMIN, Walter. Citado por CHAUÍ, Marilena, em Civilização e Barbárie (organizador: Adauto Novaes). São Paulo, Ed. Cia Das Letras.

[9] BENJAMIN, Walter. Sobre o Conceito de História. In: O Anjo da História. Belo Horizonte: Autêntica, 2012, p. 11-12.

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28/05/2015 por www.acasadevidro.com

“Capitalismo: Uma Estória de Assombração” – Saiba mais sobre o mais recente livro de ensaios de Arundathi Roy (2014, 125 pgs., Haymarket Books)

Capitalism-A Ghost Story BY Arundhati Roy

“From the poisoned rivers, barren wells, and clear-cut forests, to the hundreds of thousands of farmers who have committed suicide to escape punishing debt, to the hundreds of millions of people who live on less than two dollars a day, there are ghosts nearly everywhere you look in India. India is a nation of 1.2 billion, but the country’s 100 richest people own assets equivalent to one-fourth of India’s gross domestic product.” 


capitalism a ghost story

“Capitalismo: Uma Estória de Assombração”

Saiba mais sobre o mais recente livro de ensaios da escritora indiana Arundathi Roy
(2014, 125 pgs., Haymarket Books)

“Another world is not only possible, she is on her way.
On a quiet day, I can hear her breathing.”
Arundhati Roy no Fórum Social Mundial de Porto Alegre

Olhe para nosso mundo e as prioridades hoje nele vigentes. Recursos são investidos às mancheias em aparatos de repressão – bombas de gás lacrimogêneo, viaturas de polícia e “caveirões”, dentre outros gadgets da nova tecnologia anti-riot. Além disso, vivemos um obsceno boom do encarceramento em massa: EUA, China, Rússia e Brasil rivalizam pelo título de nações “campeãs” no ranking das pátrias encarceradoras.

Quando perguntamos aos Poderes Instituídos por que tantos bilhões de dólares são investidos em militarismo, ao invés de estarem sendo investidos em ações para minorar os efeitos desastrosos da poluição atmosférica e do aquecimento global, eles nos miram com olhos fulminantes, prontos a chamar a Polícia Política para prender mais um “terrorista em potencial”, mais um “radical perigoso”…

Hoje, quem questiona a hierarquia de prioridades desta civilização que está às beiras de um colapso ecológico corre o risco de ser enquadrado em alguma “Medida de Segurança Pública” destinada a manter a Lei e a Ordem. Mas que Lei e que Ordem são estas que eles ordenam que devemos obedecer com todo nosso respeito, nossa subserviência e nossa inação?

HEAT

“No começo de 2006, Joseph Stiglitz, que foi economista chefe do Banco Mundial, e Linda Bilmes, uma economista de Harvard, estimaram que a Guerra no Iraque tinha até então custado aos Estados  Unidos entre 1 e 2 trilhões de dólares… Nós faríamos bem em perguntar aos nossos governos porque eles encontram tão fácil a grana requerida para destruir a biosfera, mas acham tão difícil levantar a grana requerida para salvá-la.” GEORGE MONBIOT, Heat: How To Stop The Planet From Burning, p. 56. Leia outros trechos deste livro.

Nos EUA, o discurso da Lei e da Ordem é proferido pela boca daqueles que gastaram trilhões com o genocídio no Iraque, por exemplo, depois de terem mentido descaradamente sobre supostas armas de destruição em massa que acusava-se Saddam Hussein de possuir. Trilhões investidos no processo de arruinar o Iraque, para poder apropriar-se mais fácil de suas vastas reservas de petróleo: eis a “sabedoria” da elite dominante no país que possui o maior arsenal de bombas nucleares já possuído por uma nação na história da humanidade – e que inicia guerras de agressão fundadas em falsas acusações e como se merecesse algum tipo de monopólio na posse de bombas-H. Aliás, um estudo recente pergunta-se: Quantos Onzes-de-Setembro os EUA já causou desde a 2ª Guerra? A estimativa: há entre 20 e 30 milhões de vítimas do regime norte-americano desde 1945. Foram cerca de 10 a 15 milhões somente nas guerras do Vietnã, da Coréia e do Iraque…

Desde Reagan e Tatcher, têm-se papagueado muito sobre as maravilhas do Livre Mercado Capitalista (aquele que, no Chile, precisou de um Pinochet para ser imposto…). A Mão Invisível do Mercado jamais funciona sem que a outra mão porte um punho férreo bastante visível. Vende-se a ideia de que chegamos ao “fim da história” e atingimos o cume dentre os sistemas econômicos possíveis: o capitalismo neo-liberal seria insuperável. A política agora reduz-se a gerir bem este sistema que aí está, com governos crédulos e obedientes diante do novo deus: o Mercado Auto-regulável (já reduzido a destroços pela crítica, por exemplo, de Karl Polanyi). Olhemos para seus resultados no mundo concreto e logo chegaremos à conclusão de que esse capitalismo é, como Arundhati Roy bem viu, uma ghost story. E ele não só é superável, como se não o superarmos rápido estamos fritos. Literalmente fritos. Um outro mundo não só é possível: ouça com atenção e você pode ouvi-la respirando.

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No entanto, a sombria sombra das repressões brutais paira sobre aqueles que já estão de mangas arregaçadas, unidos para a construção de alternativas. Os Senhores da Guerra e do Ecocídio, aqueles que pagam o salário de todos os policiais e todos os soldados, aqueles que mandaram construir as penitenciárias e guardam as chaves, estes não abdicam fácil de seus privilégios. Os cogumelos atômicos de Hiroxima e (três dias depois) de Nagasaki não ficaram enterrados em 1945: assombram-nos até hoje. Quem ousar levantar a voz contra o Império, um junkie petrolífero em estado terminal, vê-se ameaçado com a imagem destes cogumelos, vê-se diante da certeza de que há poderes que tem em suas mãos o poder de repetir  hecatombes, se assim quiserem. E são eles que se arrogam o direito de serem os Professores de Democracia que vão ensinar ao resto do mundo como é que se faz, que vão exportar sua democracia capitalista neo-liberal como se fôra uma benesse divina, que chove dos céus disfarçada de bolas de fogo?

Lars

Satirizada por Lars von Trier em seu Manderlay, essa é uma “democracia” que é imposta àqueles que não pediram, enfiada à fórceps na goela alheia. É como aqueles capangas armados de Grace que tentam realizar o irrealizável e praticar o que é uma contradição-em-termos: uma democracia imposta autoritariamente por uma elite que serve só a seus próprios interesses e nunca o bem comum. Para a entrada desta Democracia “Modelo Exportação” em algum país do Ásia, do Oriente Médio ou da América Latina, é preciso antes que se abra o caminho com bombas, drones, golpes militares, torturas institucionalizadas. É a hegemonia da Doutrina do Choque, que Naomi Klein analisou com genialidade. É uma “democracia” tão maravilhosa que opera através de instituições que em nada se distinguem do que de pior existiu nas Ditaduras Militares latino-americanas – vejam, por exemplo, Guantanamo Bay e Abu Ghraib.

Depois de instalada, a tal da Democracia de Mercado vende tudo o que antes era propriedade pública para a iniciativa privada, celebrando os lucros e racionalizando tais procedimentos com a retórica do “crescimento econômico”. A tal da Democracia Liberal também tende a construir pipelines e outros meios de translado para poder roubar com mais agilidade os recursos naturais dos países invadidos e massacrados por sua mui-lucrativa indústria ecocida. Um processo neo-colonialista tão escancarado e tão genocida quanto os colonialismos do passado. Você compra a Democracia e no pacote ganha junto o Imperialismo, como satiriza Arundhati Roy no título de uma de suas mais contundentes palestras: “Mix Instantâneo”: “Democracia Imperial: Compre Uma, Leve a Outra de Graça” (assista abaixo, na íntegra, incluindo debate com Howard Zinn).

* * * * *

A Copa do Mundo da FIFA, que ocorreu no Brasil em 2014, teve um resultado evidente fora dos gramados: um aumento preocupante da militarização da vida cotidiana, o exacerbamento dos aparatos de repressão e vigilância, ainda mais com as ameaçadoras memórias de Junho de 2013 ainda assombrando os poderes públicos e privados. Houve um ascenso das prisões políticas de ativistas e militantes, além das já muito difundidas remoções em massa, que afetaram cerca de 250.000 brasileiros, obrigados a re-alocar seus lares. Privilégios foram concedidos a estádios esportivos, estacionamentos e prédios comerciais erguidos pelos que lucram com a especulação imobiliária. Isto está longe de ser uma exclusividade brasileira: os mega-eventos de esportes, aonde quer que se dirijam, exigem que o país-sede realize várias “modificações estruturais” que na prática representam violações dos direitos humanos básicos das populações mais pobres:

“Na corrida para embelezar Délhi para os Commonwealth Games de 2010, leis foram aprovadas que fizeram com que os pobres desaparecessem, como se fossem manchas em uma roupa mandada para a lavanderia. Os vendedores-de-rua sumiram, os ricksaw pullers  perderam suas licenças, pequenas lojas e negócios foram fechados. Mendigos foram condenados por juízes ambulantes em tribunais ambulantes e depois jogados para fora dos limites da cidade. As favelas permaneceram escondidas atrás de grandes anúncios publicitários em vinil que diziam: DELHIciosamente Sua. Novos tipos de policiais patrulhavam as ruas, mais armados do que de costume, (…) e havia câmeras por todo canto, filmando tudo.” – ARUNDHATI ROY, Capitalism: A Ghost Story, “The President Took The Salute, pg. 2)

A Índia, com mais de um 1 bilhão de habitantes, é um dos palcos onde o capitalismo contemporâneo mostra sua verdadeira cara em proporções colossais, faraônicas. Torna-se mais claro entender o papel do capitalismo em nosso mundo através da lente-de-aumento do caso indiano: as 100 pessoas mais ricas da Índia concentram em suas mãos um capital equivalente a 1/4 do Produto Interno Bruto. 100 pessoas possuem 25% da riqueza neste país onde 1 bilhão e 200 milhões de pessoas dividem “o resto”. A oposição simbólica entre o 1% (a elite) e os 99% (o conjunto da sociedade civil), que tornou-se um dos conceitos-chave do movimento Occupy Wall Street, está presente na Índia em dimensões tão exageradas que o país se torna um bom paradigma do atual estado do “capitalismo global”, em sua encarnação contemporânea, neo-liberal.

“Na Índia, os 300 milhões de nós que pertencemos à nova Classe Média, nascida na era pós-FMI (Fundo Monetário Internacional), e que representamos o chamado Mercado, vivemos lado a lado com os poltergeists de rios mortos, poços-de-água ressecados, montanhas carecas, florestas peladas; com os fantasmas de 250.000 camponeses endividados que cometeram suicídio e com os mais de 800 milhões que foram empobrecidos e despossuídos para abrir espaço para nós [a “nova classe média”], e que vivem com menos de 20 rupees (cerca de 70 centavos de real) por dia.

A era da Privatização de Tudo tornou a economia da Índia uma das que cresce mais velozmente no mundo. Contudo, como ocorre com toda colônia velha-guarda, um dos itens de exportação principais da Índia são os minerais. (…) No mundo todo, banqueiros de Wall Street, corporações de agro-negócios, chineses bilionários, conseguiram dominar enormes áreas de terra. Na Índia a terra de milhões de pessoas está sendo comprada e entregue às corporações privadas que supostamente agem em prol do Interesse Público – construindo hidrelétricas, represas, rodovias, indústrias petroquímicas, fábricas montadoras de carros, autódromos de Fórmula 1. A santidade da propriedade privada nunca se aplica aos pobres.” – (ROY. Op Cit. Pg. 8-10)

A era da Privatização de Tudo – acelerada, no Brasil, durante a época marcada pelo mega-escândalo de corrupção conhecido como Privataria Tucana – fez com que aumentassem os conflitos fundiários, com o surgimento de mobilizações sociais como o MST (Movimento dos Sem-Terra) no Brasil e das guerrilhas indianas conhecidas como Naxalitas ou Maoístas. Os movimentos podem até se distinguir nos meios que se permitem utilizar – o MST é um movimento social pacifista, que opera no quadro do estado democrático de direito e age através de ocupações marchas e outros modos de demanda popular; já as guerrilhas maoístas são levantes armados contra o status quo e que não tem compromisso com a não-violência Gandhiana… De todo modo, ambos exigem a reforma agrária que irá redistribuir a terra hoje concentra nas mãos dos novos Senhores Feudais do latifúndio, enquanto as multitudes perecem aos milhões sem terem um chão onde cultivar e existir.

The Day of the Bhumkal Face to face with India's greatest Security Threat

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As guerrilhas maoístas – compostas principalmente por populações indígenas Advasi e Dalits, além de camponeses empobrecidos – foram analisadas e descritas “de dentro” por Arundathi Roy em seu ensaio Walking With The Comrades, onde ela relata como foi viver e caminhar junto com os camaradas. Publicada na revista Outlook India, esta grande-reportagem também saiu como capítulo do livro Broken Republic.

Deixemos de ingenuidades: o processo de Privatização de Tudo está longe de ser inocente, como tentam nos fazer crer aqueles que desenham auréolas de santidades sobre sua cabeça. Com frequência, estão envolvidos no processo de privatização alguns subprodutos não mencionados pela retórica oficial da ideologia neoliberal: guerra, expulsão-de-populações, devastação ecológica. A privatização das montanhas, rios e florestas da Índia, lembra-nos Arundhati Roy, só ocorre através da violência, da opressão, do autoritarismo militarista, ou mesmo do genocídio.

Para lutar contra os rebeldes maoístas das florestas – a maior parte deles indígenas Adivasi e Dalits – o governo da Índia, amicíssimo dos EUA e que abriu todos os seus braços para o poderio das megacorporações transnacionais, sobretudo após a Queda da URSS e do Muro de Berlim, massacra aqueles de seus próprios cidadãos que se tornam insurgentes. Milícias financiadas e armadas pelo governo indiano – como a Salwa Judum – são responsáveis pela guerra contra o “perigo maoísta”, contra a “contaminação naxalita”.

Em 2009, o governo criou a Operação Green Hunt e utilizou-se de mais 200.000 paramilitares para tentar sufocar a revolta nas florestas da Índia. Estes soldados forçam as pessoas a abandonarem suas casas, enfiam milhares em cadeias e campos-de-concentração, tudo para “liberar o terreno” para que as corporações possam entrar e retirar os lucrativos minerais e madeiras. Com sarcasmo pontiagudo, Arundathi Roy diz: “Na Índia não se chama isso de Guerra, chama-se de Criar Um Bom Clima De Investimento.” (pg. 13)

 Eis algumas das razões pelas quais o Capitalismo, como sugere Arundathi Roy em seu livro mais recente, é uma “estória de assombração”, um genuíno pesadelo da vida real. E poucos indivíduos hoje são tão inspiradores em seu engajamento, em sua lucidez, em sua rebeldia crítica, em sua defesa da ação coletiva renovadora, do que esta autora indiana de raríssimo brilhantismo. Leiam Arundhati Roy: nela pulsa e respira um outro mundo possível!

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“If there is any hope for the world at all, it does not live in climate-change conference rooms or in cities with tall buildings. It lives low down on the ground, with its arms around the people who go to battle every day to protect their forests, their mountains and their rivers because they know that the forests, the mountains and the rivers protect them. The first step towards reimagining a world gone terribly wrong would be to stop the annihilation of those who have a different imagination—an imagination that is outside of capitalism as well as communism. An imagination which has an altogether different understanding of what constitutes happiness and fulfillment. To gain this philosophical space, it is necessary to concede some physical space for the survival of those who may look like the keepers of our past, but who may really be the guides to our future.” —Arundhati Roy

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1 comentário
31/03/2015 por www.acasadevidro.com

Arundhati Roy: palavras de sabedoria para um outro mundo possível

Pachamama!

Pachamama!

“If there is any hope for the world at all, it does not live in climate-change conference rooms or in cities with tall buildings. It lives low down on the ground, with its arms around the people who go to battle every day to protect their forests, their mountains and their rivers because they know that the forests, the mountains and the rivers protect them. The first step towards reimagining a world gone terribly wrong would be to stop the annihilation of those who have a different imagination—an imagination that is outside of capitalism as well as communism. An imagination which has an altogether different understanding of what constitutes happiness and fulfillment. To gain this philosophical space, it is necessary to concede some physical space for the survival of those who may look like the keepers of our past, but who may really be the guides to our future.”

—Arundhati Roy

* * * * *

Findou-se o Fórum Social Mundial 2015 na Tunísia. No ano que vem ele migra para Montreal, Québec (imaginem o quanto isso vai ser foda!). Minha vontade de participar desses “laboratórios de outros mundos possíveis” é imensa. Mas nunca tive a chance de comparecer a nenhum – fora o Forum social des peuples​, que foi uma vivência intensa e inesquecível, em especial pela possibilidade de conhecer, trocar ideia e marchar lado a lado por Ottawa com os ativistas do Idle No More​, um dos movimentos sociais mais impressionantes da América do Norte hoje em dia.

Só imagino os calafrios na espinha e os afetos intensos que eu teria sentido se estivesse lá em Porto Alegre, no Fórum Social Mundial de 2003, quando a Arundhati Roy fez um discurso de arrepiar, brilhante em sua crítica dos males do mundo contemporâneo, e repleto de certas frases que já se tornaram verdadeiros emblemas do ativismo altermundialista mundo afora (“Another world is not only possible, she is on her way. On a quiet day, I can hear her breathing.”).

Desde que descobri a obra de Arundhati Roy em 2014, devorei todos os livros dela que encontrei pela frente. São todos profundamente excitantes e inteligentes, lindamente escritos e espetacularmente bem informados. Considero-a uma gênia. Alguém com um dom extraordinário, e que não se limita ao seu talento descomunal com a palavra, mas tem a ver com uma espécie de união harmônica entre o pensamento crítico mais lúcido, a sensibilidade empática mais intensa e a chama da indignação rebelde mais inflamada.

São poucos os livros nesta vida que a gente ama, mas nesta categoria eu coloco sem dúvida este que é com certeza um dos melhores romances das últimas décadas: “The God Of Small Things”.

Sentada à mesma mesa que Noam Chomsky​, e diante do público brasileiro que se emocionava ruidosamente nas arquibancas, eis o que Arundhati Roy disse:

* * * * *

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  • Algebra of Infinite Justice
  • Field Notes on Democracy: Listening to Grasshoppers
  • The God of Small Things

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Discografias Completas de Gênios da Música Popular Brasileira: Raul, Gil, Jackson, Itamar, Belchior, Alceu, Sivuca, Hermeto, Cátia, dentre muitos outros

70 DOCUMENTÁRIOS SOBRE MÚSICA BRASILEIRA

Chico Buarque, Itamar Assumpção, Cartola, Noel Rosa, Clube da Esquina, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Bezerra da Silva, Jards Macalé, Lenine, Cássia, Los Hermanos, Raul, Siba, Villa-Lobos, e por aí vai...

“A Banalidade do Mal e sua tenebrosa atualidade” – Reflexões na companhia de Hannah Arendt & Stanley Milgram

"Julgo que Hannah Arendt legou à humanidade uma obra de mérito imenso, tanto para a elucidação de nossos (des)caminhos históricos e de nossas recorrentes atrocidades e tragédias, quanto para reacender o lume de uma sabedoria, hoje em eclipse, baseada numa vida ativa, devotada ao bem público, ao senso crítico, ao conhecimento bem-fundamentado. Arendt é uma luz de lucidez que ilumina os tempos sombrios de que infelizmente seguimos contemporâneos, e no qual o estrondo das bombas e dos exércitos continua a falar mais alto do que a paciência da razão, a benevolência da vontade ou a solidariedade de destino." (Por Eduardo Carli de Moraes) [Click na foto acima para acessar]

APRENDAMOS ENSINANDO-NOS!” UM RETRATO DE PAULO FREIRE, ANDARILHO DA UTOPIA

50 OBRAS-PRIMAS DO CINEMA BRASILEIRO (ASSISTA NA ÍNTEGRA)

Filmes de Glauber Rocha, Walter Salles, Walter Hugo Khouri, Anselmo Duarte, Roberto Farias, Laís Bodansky, Lúcia Murat, Joaquim Pedro de Andrade, Bruno Barreto, Beto Brant, Jorge Furtado, Rogério Sganzerla, dentre outros artistas geniais da 7ª arte! Click na capa de "Terra em Transe" (acima) para acessar!

Ouça 200 clássicos da MPB nas décadas de 60, 70 e 80

Tem João Gilberto, Jorge Ben, Nara Leão, Sambalanço Trio, Chico Buarque, Vinicius de Moraes e Baden Powell, Tom Jobim, Caetano Veloso, Gal Costa, Os Mutantes, Paulinho da Viola, Tom Zé, Ronnie Von, Egberto Gismonti, Erasmo Carlos, Som Imaginário, Rita Lee, Dom Salvador e a Abolição, Clube da Esquina, Tim Maia, Eumir Deodato, Novos Baianos, Jards Macalé, Clube da Esquina, Secos e Molhados, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Walter Franco, Luiz Bonfá, Marcos Valle, Rogério Duprat, Arnaldo Baptista, Hermeto Pascoal, Lula Côrtez e Zé Ramalho, Adoniran Barbosa, Cartola, Clara Nunes, Belchior, Raul Seixas, Elis Regina, Sergio Sampaio, Taiguara, Odair José, Banda Black Rio, Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, Paulo Vanzolini, Titãs, Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, Legião Urbana… e muito mais!

INFINDAS MANEIRAS DE FINDAR – SOBRE “FIM”, O ROMANCE DE ESTRÉIA DE FERNANDA TORRES

MAIAKÓVSKI – O POETA DA REVOLUÇÃO

“Nos demais – eu sei, qualquer um o sabe – o coração tem domicílio no peito. Comigo a anatomia ficou louca. Sou todo coração – em todas as partes palpita.” (Maiakóvski)

JESUS CRISTO SEGUNDO PAULO LEMINSKI

O contexto sócio-político que engloba a figura de Jesus é dominado por um Império monetarizado e patriarcal, contra o qual o nazareno realiza um levante de escravos. Há mais de Spartacus em Jesus do que sonha a nossa vã historiografia. E Nietzsche, no século 19, saberá ler com clareza o quanto a moral do cristianismo representa uma inversão de valores, uma afirmação dos valores contrários aos vigentes nas classes dominantes. (...) Leminski também é magistral ao destacar o caráter machista e falocêntrico das instituições sociais e das mitologias culturais dos monoteísmos nascidos no Oriente Médio. É só lembrar que o mito do Gênesis, “fundamento metafísico do patriarcalismo semita”, conta que Eva nasceu depois de Adão e foi edificada a partir de uma reles costela do macho. “Notável na estrutura do mito da origem de Eva é que ele constitui uma inversão da realidade: biologicamente, é o homem que sai da mulher, não a mulher do homem.”

AMOR PELA PHILIA – A AMIZADE COMO IDEAL ÉTICO E CÍVICO EM MONTAIGNE & EPICURO

"Se comparo minha vida inteira aos 4 anos durante os quais me foi dado gozar a companhia tão amena de La Boétie, ela não passa de fumaça. É uma noite escura e aborrecida. Desde o dia em que o perdi… não faço senão me arrastar melancolicamente. (…) Já me acostumara tão bem a ser sempre dois que me parece não ser mais senão meio." (MONTAIGNE, Ensaios, Livro I)

QUE PAÍS É ESSE?

Solidariedade Social ou Práticas do Apartheid? (In)Segurança Pública no Brasil

A fé como suspensão da ética – O mito de Abraão e Isaac segundo Søren Kierkegaard e José Saramago

Uma reflexão sobre ética e religião a partir de "Temor e Tremor", de Kierkegaard, e "Caim" de Saramago.

QUARTETO VITAL

Em “Vida”, Paulo Leminski (1944-1989) traça retratos de Cruz e Souza, Bashô, Jesus & Trótski

Simone Weil (1909-1943)

"Toda espécie de virtude tem a sua fonte no encontro que faz o pensamento em seu embate com uma matéria sem indulgência nem perfídia. Não se pode imaginar nada maior para o homem do que um destino que o coloque diretamente no embate com a necessidade nua, sem que tenha nada a esperar senão de si mesmo, e de tal forma que a sua vida seja uma perpétua criação de si mesmo por si mesmo. Vivemos num mundo no qual o homem deve esperar milagres apenas de si mesmo.” (S. Weil)

Resenha crítica de “Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas – Uma Investigação Sobre Valores”, de Robert M. Pirsig (1974)

ALICE ERA UMA HIPPIE? – Uma interpretação psicodélica de “Alice’s Adventures in Wonderland” de Lewis Carroll (1832-1898)

"Se a curiosidade é um vício, então Alice é quase um demônio de saias. Feito uma junkie, ela não resiste a um frasco de poção: manda ver, goela abaixo, vários líquidos estranhos e cogumelos psicotrópicos em suas andanças. Esta interpretação psicodélica de Alice como uma hippie mirim está longe de ser novidade. Tim Burton, um dos cineastas mais intensamente influenciados pelo legado de Lewis Carroll, chegou a descrever os livros protagonizados por Alice como “drogas para crianças”. Já um artigo de Jenny Woolf para a Smithsonian Magazine lembra ainda que “desde os anos 1960, a obra tem sido associada com a vertente psicodélica do movimento contra-cultural.” De fato, a leitura dos episódios alucinantes que Alice atravessa é o suficiente para deixar até o mais sóbrio dos mortais em um estado de embriaguez lírica. Como se tivesse lambido LSD..." (CLICK NA IMG PARA ABRIR O TEXTO COMPLETO)

A Desumanidade Humana: Novos Ensaios Sobre a Cegueira

À luz da tragédia em Gaza, reflexões sobre a paz e a guerra, a convivência e o antagonismo, a lucidez e a cegueira... Com Gandhi, Lennon, Galeano, Sacco, Rushdie, dentre outros.

Não Há Planeta B: A Aldeia Global Mobiliza-se Em Prol De Um “Futuro Verde”

A VIDA É INCÊNDIO…

INSCRIÇÃO PARA UMA LAREIRA: “A vida é um incêndio: nela dançamos, salamandras mágicas. Que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta? Em meio aos toros que desabam, cantemos a canção das chamas! Cantemos a canção da vida, na própria luz consumida…” (Mário Quintana)

Reflexões sobre a Sabedoria e a Felicidade – por Alain (Émile-Auguste Chartier, 1858-1951)

“Tout bonheur est poésie essentiellement, et poésie veut dire action; l’on n’aime guère un bonheur qui vous tombe; on veut l’avoir fait.” – ALAIN (1858-1951), Propos Sur Le Bonheur

Comentários sobre o romance de Dostoiévski, “O Idiota”

Laços entre Camus & Nietzsche

“Todo o meu reino é deste mundo”, escreve Camus. É a fórmula mais flagrante de sua convicção. O corolário é a exaltação do corpo e das verdades que o corpo pode tocar..." (Hélder Ribeiro)

Cantigas Xamânicas de Amaravilhamento Cósmico: Sobre o filme “Biophilia” de Björk

"Björk revela-se uma artista de imensa ambição e múltiplos talentos ao construir, em Biophilia, um retrato sônico, visual e teatral de certas coisas que não se imagina caberem no espaço restrito de um palco: por exemplo, galáxias de revirantes corpos celestes, unidos pela força invisível de abraços gravitacionais, que são evocados com recorrência durante o concerto: “heavenly bodies are whirling around me”, canta Björk como se em delírio de fascinação diante do dínamo iluminado da noite..." (CLICK NA IMAGEM ACIMA PARA ACESSAR O ARTIGO)

XXXV Festival Internacional de Jazz de Montréal – Cobertura exclusiva

Saiba como foi a edição 2014 de um dos maiores e melhores festivais de música do mundo, que atrai mais de 2 milhões de pessoas todos os anos e oferece mais de 300 shows gratuitos. Viva Montréal!

Da Escravidão à Emancipação: a Jornada Libertária de Frederick Douglass (1818-1895)

"Publicado em 1845, a clássica autobiografia Narrative of the Life of Frederick Douglass, An American Slave retrata de modo vívido e memorável a situação dos escravos nos EUA na época que precedeu à Guerra Civil (1861-1865). O livro exala a autenticidade que só é capaz de atingir alguém que narra algo que vivenciou em sua carne torturada pelo labor, pelo cansaço, pela fome, pelo desconforto, pela constante opressão...." (Click na imagem para ler o artigo completo)

O Mito de Dioniso, por Jean-Pierre Vernant

"No panteão grego, Dioniso é um deus à parte. É um deus errante, vagabundo, um deus de lugar nenhum e de todo lugar... A um só tempo vagabundo e sedentário, ele representa, entre os deuses gregos, segundo a fórmula de Louis Gernet, a figura do outro, do que é diferente, desnorteante, desconcertante. É também, como escreveu Marcel Detienne, um deus epidêmico. Como uma doença contagiosa, quando ele aparece em algum lugar onde é desconhecido, mal chega e se impõe, e seu culto se espalha como uma onda." (Vernant)

“A Feiticeira”, de Jules Michelet

“Uma multidão cega, cruel na medida de seu medo, podia, uma manhã, ataca-la a pedradas ou submetê-la à prova da água, o afogamento. Ou enfim, coisa mais terrível, podia arrastá-la, uma corda amarrada no pescoço, até o pátio da igreja, que disso teria feito uma festa piedosa, lançando-a à fogueira para a edificação do povo.” (Michelet)

Franz Kafka

No Caminho com Maiakóvski – Poemas de Eduardo Alves da Costa

Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada." (E.A. Costa)

MAIO DE 1968

Lembranças do Maio do 1968 Francês com Carlos Fuentes

Diário de Leituras! @ Goodreads

HILDA HILST

"Porque há desejo em mim, é tudo cintilância..." (Hilda Hilst)

No Labirinto com o Sr. Minotauro

“Nosso impulso ao conhecimento é demasiado forte para que ainda possamos estimar a felicidade sem conhecimento ou a felicidade de uma forte e firme ilusão; a inquietude de descobrir e solucionar tornou-se tão atraente e imprescindível para nós como o amor infeliz para aquele que ama: o qual ele não trocaria jamais pelo estado de indiferença. O conhecimento, em nós, transformou-se em paixão que não vacila ante nenhum sacrifício e nada teme, no fundo, senão sua própria extinção…” (NIETZSCHE, Aurora)

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"Será revolucionário quem conseguir revolucionar-se" (Ludwig Wittgenstein)

"Sei que nada sei." (Sócrates)

“Somos tentados a pensar que não entrou no plano da ‘Criação’ a idéia de que o homem fosse feliz” (Sigmund Freud)

"A depressão é a expressão de mal-estar que faz água e ameaça afundar a nau dos bem adaptados ao século da velocidade, da euforia prêt-à-porter, da saúde, do exibicionismo e do consumo generalizado. A depressão é sintoma social porque desfaz a teia de sentidos e de crenças que sustenta e ordena a vida social desta 1a década do século 21." (Maria Rita Kehl)

"Os deuses, acho eu, só existem no cérebro humano, prosperam ou definham dentro do mesmo universo que os inventou." (José Saramago)

A Torre de Babel e os Frutos da Terra

A Torre de Babel e os Frutos da Terra

O Claro Espelho do Mundo – Reflexão sobre a Estética de Schopenhauer

"...este homem, que em cada ser reconhece a si mesmo no que tem de mais íntimo e mais verdadeiro, considera também as dores infinitas de tudo aquilo que vive como sendo as suas próprias dores, e assim faz sua a miséria do mundo inteiro. Daí em diante, nenhum sofrimento lhe é estranho. Todas as dores dos outros (…) pesam sobre o seu coração como se fossem suas." (Schopenhauer)

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"A posse é-me aventura sem sentido. Só compreendo o pão se dividido." (José Paulo Paes)

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CAOS FILOSÓFICO

Embriague-se de vinho, de poesia ou de virtude, mas embriague-se

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Because words are the lifeblood of the mind.

afalaire

Do Irreal, conduze-me ao Real! // Das Trevas, conduze-me à Luz! // Da Morte, conduze-me à Imortalidade! (Brihad-aranyaka Upanishad)

A CONTRADIÇÃO

A vida social é essencialmente prática. Todos os mistérios que seduzem a teoria para o misticismo encontram a sua solução racional na práxis humana e na compreensão desta práxis. [Karl Marx, 1845]

Lacuna

Uma revista de psicanálise – ISSN 2447-2663

Resista! Observatório de resistências plurais

Combatendo a distorção e divulgação de notícias e conceitos falsos; Ocupando as redes sociais e denunciando moralistas e interesseiros de ocasião; Dialogando e formando amigos e conhecidos seduzidos por soluções autoritárias; Colaborando com ações e propostas conscientizadoras sobre as liberdades civis; Frequentando e defendendo os espaços plurais de produção, difusão e compartilhamento de saberes, conhecimentos e artes. RESISTA!

IFilosofando

Produções filosóficas dos alunos do IFG - Anápolis

Bem Sabemos

Sou a Anna.

BEAUTY WILL SAVE THE WORLD

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Notícias totalmente parciais: como absolutamente todas são! (RADI - Radicalismo Ideológico)

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Ponto Virgulina

Revista de Tradução Literária

Fuera de contexto

Hora de volver a casa

Olhares do Mundo

Este blog publica reportagens produzidas por alunos de Jornalismo da Universidade Mackenzie para a disciplina "Jornalismo e a Política Internacional".

Amanda Matta

Conexão África

Um blog dedicado à musica africana: uma viagem pelo continente africano, sua diversidade e sua riqueza (em breve teremos uma grande novidade!)

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Code Me A River

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