A EDUCAÇÃO PELO CÁRCERE: A sabedoria sofrida de Oscar Wilde após passar pelas profundezas do aprisionamento

por Eduardo Carli de Moraes para A Casa de Vidro

“For he who lives more lives than one
More deaths than one must die.”
OSCAR WILDE, The Ballad of Reading Gaol

Escrita na prisão, em 1895, De Profundis é a longa carta que Oscar Wilde (1854 – 1900) endereça a seu ex-amigo / ex-amante Lord Alfred Douglas, mais conhecido por seu apelido Bosie, revelando tudo o que aprendeu no cárcere. Poucas obras literárias são tão impressionantes e comovedoras ao retratarem a transfiguração de um sujeito que atravessa o inferno prisional. e pôde, utilizando-se da arte como instrumento alquímico, transfigurar o sofrimento em sabedoria. “Wilde não admite nenhuma culpa perante às leis injustas que o colocaram no cárcere”, escreve Anne Varty no prefácio da Wordsworth Classics, e deseja instruir o leitor “à luz da sabedoria que ganhou através de experiências de dor e privação.” [1]

Mas longe de ser um escrito repleto de retórica jurídica em que o acusado tentaria defender-se da acusação errônea que lhe lançam, De Profundis revela um artista, ciente de sua posição como vanguarda da cultura britânica do fim do século XIX, quer ensinar a Humanidade sobre a sofrida sabedoria que conquistou. Após o Sofrimento [Sorrow] ter raptado todos os seus dias e aprisionado Wilde a sua roda de Íxion (para lembrar num célebre torturado da mitologia grega), Oscar Wilde faz-se educador. Sobretudo de seu ex-amante, Bosie, a quem endereça diretamente suas palavras, mas também de todos os outros humanos, que o autor certamente imaginou que leriam esta “carta aberta” que enviou a Bosie e ao resto de nós todos.

Pintura de Giovanni Battista Langetti, “A Tortura de Íxion” (Século XVII)

Frei Betto gosta de citar uma frase de Shakespeare: “O ódio é um veneno que se toma esperando que o outro morra.” Wilde, ao escrever De Profundis, tenta fazer a catarse de sua amargura, numa terapia anti-ressentimento: “Não escrevo esta carta para encher seu coração de amargura, mas para esvaziar o meu. Por meu próprio bem devo perdoá-lo. A pessoa não pode ficar a vida toda com uma víbora para alimentar junto ao peito, não pode acordar dia após dia e semear espinhos no jardim da própria alma.” (p. 92)

A conclusão moral que Wilde tira dos episódios deste seu relacionamento que o conduziu ao cárcere é esta: “o vício supremo é a superficialidade.” Ele se refere, na verdade, ao vício de uma imaginação débil, incapaz de se colocar no lugar do outro, para sentir com empatia ou compaixão aquilo que o outro sente. Bosie teria agido cegado pelo ódio, pela vaidade, pela ganância, pela ânsia dos luxos supérfluos, pela inconsequência imprudente da irresponsabilidade etc.

Alfred Douglas, o Bosie, a quem Wilde endereça “De Profundis”

No contexto da exortação pedagógica de Wilde a Bosie, ser “superficial” significa não ser capaz de perceber e atentar à complexidade e profundidade do outro. Este colapso da empatia é outro nome para o egotismo. Só a abertura à Outridade, como diz Octavio Paz, é capaz de nos tornar mais “profundos”, alargando nossas teias relacionais e assim aprofundando a qualidade e diversidade de nossas vivências. Alargamos nossos horizontes também no contato com os abismos – sinais de pontes a construir, ou de uma lamentação por um abismo inponteável – que nos separam e nos unem aos outros.

A intenção pedagógica da carta fica clara na frase que a encerra: “talvez eu tenha sido escolhido para lhe ensinar”, escreve Wilde a Bosie, “o significado da Tristeza e sua beleza.” (p. 188) Wilde está triste, é evidente, por estar no cárcere, mas sobretudo pelo desamparo em que Bosie lhe largou. Na prisão, Wilde não recebeu uma carta sequer de seu ex-amigo. A comunicação foi totalmente cortada. A carta está repleta de recriminações que o prisioneiro Wilde faz a Bosie, já que este seria a encarnação da Insensibilidade, da Irresponsabilidade, da Imaginação Empática atrofiada. Já Wilde, bem à la Narciso, trata-se como “gênio”.

“Você não foi capaz de encontrar nada melhor para fazer com minha vida”, lamenta-se Oscar, “do que parti-la em pedaços. Se a pessoa dá à criança um brinquedo maravilhoso demais para sua jovem mente, ou belo demais para seus olhos ainda semidespertos, ela o quebra, se for teimosa; se fica desinteressada, ela o deixa cair no chão e se afasta para ficar com as outras crianças.” (p. 175)

Fica claro, portanto, que De Profundis pode ser classificado como uma obra em que seu autor teve intenção pedagógica no sentido de contribuir para um grau superior de maturidade emocional. É neste contexto que retorna o refrão do moralista Wilde: “o vício supremo é a superficialidade.” Só a Tristeza, ensina Wilde, torna alguém profundo.

 

“A religião não me é de ajuda. A fé que outros depositam no que não podem ver, eu a deposito no que a pessoa pode tocar e enxergar. Meus deuses habitam templos construídos com as mãos; e dentro do círculo da experiência real está meu credo tornado perfeito e completo: talvez completo demais, até, pois, como muitos ou todos que situaram seu paraíso na terra, nela eu encontrei não meramente a beleza do paraíso, mas também o horror do inferno.

Nas raríssimas ocasiões em que penso na religião, sinto como se quisesse encontrar uma ordem para aqueles que não podem acreditar: a Confraria dos Descrentes, onde, sobre um altar, no qual vela alguma ardesse, um sacerdote, em cujo coração a paz não tivesse morada, poderia celebrar com o pão não consagrado e um cálice vazio de vinho.”

OSCAR WILDE, De Profundis, p. 99

O aprendizado com as vivências do cárcere leva Wilde a compreender algo só acessível a quem esteve triste na sarjeta. Após beijar o pó, ir à falência e ver seu nome célebre arrastado na lama, ele descobre que perder tudo ensina a virtude da Humildade [Humility] e da Piedade [Pity]. A Humildade, como Wilde mesmo admite, faltou-lhe enquanto ele foi um dândi narcisista, gastando muita grana com prazeres supérfluos e refinados na companhia interesseira de Bosie. A Humildade, após a prisão, aparece-lhe como uma virtude que a vivência do sofrimento é capaz de ensinar a uma pessoa: “não se pode dá-la a ninguém e ninguém pode dá-la ao outro. Não se pode adquiri-la a não ser abrindo mão de todas as coisas que se tem. Apenas quando a pessoa perdeu tudo ela sabe que a possui.”

Paradoxalmente, Wilde pretende ter aprendido a Humildade e quer ensiná-la a Bosie, ou ao menos conclamá-lo para que faça uma jornada de auto-transformação que só ocorreria caso Bosie soubesse ser mais humilde e empático. Propõe, na carta: “melhor faria você em descer aqui ao pó e aprendê-la [a Humildade] ao meu lado. Ainda assim, Wilde prossegue convicto na adesão ao Individualismo: “Nada me parece ser do menor valor, exceto aquilo que a pessoa extrai de si mesma. Minha natureza está buscando um modo novo de autorealização. (…) Estou sem um tostão, e não tenho onde morar. Mas na vida há coisas piores que isto. (…) Os que têm muito são em geral gananciosos; quem tem pouco sempre compartilha.” (p. 97)

A lápide de Oscar Wilde no Cemitério Père Lachaise em Paris hoje celebra um outcast que soube lamentar-se pelo destino de outros outcasts. No poema A Balada de Reading, outro texto que, assim como De Profundis, nasce da experiência do autor de O Retrato de Dorian Gray na prisão, ele descreve o impacto de testemunhar a execução de um outro preso: em 7 de julho de 1896, após ser condenado à morte pela forca, Charles Thomas Woolridge, ex-soldado da Cavalaria Real, foi morto na prisão por ter matado sua esposa.

blues que Wilde entoa busca de certo modo dar voz a um canto coletivo: é como se todos os prisioneiros daquele complexo carcerário se expressassem através dos versos wildeanos. Todo o terror dos prisioneiros que sabem que vão sobreviver à execução do colega de cárcere ali se manifestam. Os últimos dias do condenado também são narrados, todo seu élan vital: ele “bebia o Sol como se fosse vinho”, canta Wilde, e adorava observar as nuvens peregrinas fluindo pelo céu sempre que os carcereiros o permitiam o luxo de uma contemplação entre grades da Natureza gloriosa. O lamento de Wilde também se deve ao fato de que “um homem deve morrer antes que carregue frutos” [A man must die / Before he bears its fruit].

O tom, o mood, a ambiência emocional do poema não deixam de evocar o blues que, do outro lado do Atlântico, impulsionado pelo banzo de afroamericanos que haviam sido no passado desenraizados de sua África-mãe. A denúncia contra o regime da Supremacia Branca [white supremacy] nos EUA que ressoa em “Strange Fruit”, clássica na voz de Billie Holliday, expressa um pouco deste blues diante da injustiça que também marca a Balada de Wilde.

O testemunho que Wilde nos deixa de suas reações diante da execução do outro não traz argumentos jurídicos ou humanitários contra a pena-de-morte. WIlde tenta nos convencer pelo sentimento de que a Piedade, neste caso, é bem-vinda, que não deveríamos nos misturar aos carrascos, colaborar com os assassinos oficiais, os gestores dos “massacres administrativos” de que nos fala Hannah Arendt. Wilde, com sua arrogância prévia bastante machucada pelas humilhações sofridas, ainda assim ergue uma cabeça determinada para manifestar, com todo o fogo de seu verbo, uma fraternidade entre outcasts. Um tema que interessará também enormemente a grandes autores posteriores que sofreram a influência de WIlde – a exemplo de Paul Auster.

Ao assistir, detrás das grades, ao homicídio estatal de um ser humano que é morto “como uma besta”, sem que ninguém lhe toque “um réquiem que poderia trazer algum alívio à sua alma conturbada”, e que depois de enforcado é rapidamente “escondido num buraco”, sem jamais merecer sepultura com lápide ou homenagem, Wilde sente-se compelido à empatia. O condenado à morte, a quem as autoridades do mundo recusaram a misericórdia, tratado sem nenhuma piedade por carrascos e seus mandantes, inspira os versos de Wilde que depois estariam em sua própria lápide:

Tumba de Oscar Wilde em Paris

“And alien tears will fill for him
Pity’s long-broken urn, 
For his mourners will be outcast men, 
And outcasts always mourn.”

Pg. 134

A famosa frase de Wilde que diz “estamos todos na sarjeta, mas alguns de nós olham para as estrelas” pode ser enganadora: caso lida como uma espécie de convite à alienação, ou seja, um chamado para esquecermos tudo que se passa na sarjeta do mundo terreno para nos concentrarmos nas alturas cósmicas e celestes, o que não está entre as intenções do Wilde que surge da experiência prisional. Ele torna-se, nesta ocasião, um educador das emoções, um moralizador através da estética, que conclama a termos uma fraternidade dos seres da sarjeta, uma brotherhood of outcasts. 

O aprendizado pelo cárcere, a cruel pedagogia do estar-preso, conduziram Wilde a uma sabedoria conquistada no sofrimento. No pain, no gain – slogan de algumas academias de ginásticas, lema de algums marombados, esta expressão também poderia significar algo mais profundo e de um ethos mais trágico: a dor é uma escola. Ao menos para quem sabe ser bom estudante e deixar-se transformas pelas vivências do confinamento violento (pois imposto pela mão férrea de outrem). O individualista que Wilde permaneceu sendo entre outcasts emerge da prisão rebelde e comovido, cheio de empatia e certa humildade, denunciando as normas insanas (sobretudo as homofóbicas, ou seja, o nomos do macho tóxico) que o expulsaram do convívio normal no seio da autoproclamada Sociedade Civilizada.

Wilde propõe-se a chorar num belíssimo blues a morte de um destes que o Sistema lança ao moedor de carne como uma besta, classificado previamente como “matável”. Assim, Wilde alça-se ao nível daqueles raros humanos que agem pela palavra, através da função performativa da linguagem, muito depois de sua presença física ter desaparecido do mundo: quem fez escola nos escritos de cárcere de Wilde aprende que “todo santo tem um passado e todo pecador tem um futuro” e que “aquele que vive mais vidas do que uma, mais mortes do que uma deve morrer.”

Eduardo Carli de Moraes
Goiânia, Abril de 2020


OUÇA BEM / VEJA TAMBÉM:

BIBLIOTECA EPICURISTA: 15 LIVROS COMPLETOS PARA COMPREENDER A FILOSOFIA DE EPICURO E LUCRÉCIO

Epikur_Statue

EPICURO
(341-270 A.C.)

Marble bust of Epicurus. Roman copy of Greek original, 3rd century BC London

Marble bust of Epicurus. Roman copy of Greek original, 3rd century BC. London.

ALGUNS LIVROS PARA SABER MAIS SOBRE A FILOSOFIA EPICURISTA // LUCRECIANA
(E-BOOKS // DOWNLOAD GRATUITO)

livro-volume-v-os-pensadores-epicuro-lucrcio-ccero-sneca-marco-aurlio-1-638

OS PENSADORES – EPICURO, LUCRÉCIO, CÍCERO, SÊNECA, MARCO AURÉLIO
(Abril, 591 pgs)
DOWNLOAD EBOOK

* * * * *

Epicurea“EPICUREA”
Cambridge Classics
Edited by Hermann Usener
2010, 530 pgs.
DOWNLOAD EBOOK 

Hermann Karl Usener (1834-1905) published his monumental Epicurea in 1887. The volume is a collection of Epicurean texts and citations from a wide range of classical authors including Arrian, Cicero, Diodorus, Euripides, Plato and Seneca. The volume includes critical texts of Epicurus’ most important letters: Letter to Menoeceus, Letter to Herodotus and Letter to Pythocles, preserved by the third-century compiler Diogenes Laertius. The letters give important summaries of Epicurus’ philosophy. Usener’s pioneering work represented the first attempt to deal critically with the manuscript traditions behind Epicurean texts. His reconstructions of the texts included in this volume are based on a thorough understanding of the trajectories of textual transmission. Each text is supported by a detailed critical apparatus, and another apparatus records manuscript glosses and scholia. This work provided for the first time accurate and reliable texts for the critical study of Epicureanism.

* * * * *

Diogenes Laercio

“LIVES OF EMINENT PHILOSOPHERS” – BOOKS 6-10
Diogenes Laertius
DOWNLOAD EBOOK

This rich compendium on the lives and doctrines of philosophers ranges over three centuries, from Thales to Epicurus (to whom the whole tenth book is devoted); 45 important figures are portrayed. Diogenes Laertius carefully compiled his information from hundreds of sources and enriches his accounts with numerous quotations. Diogenes Laertius lived probably in the earlier half of the 3rd century CE, his ancestry and birthplace being unknown. His history, in ten books, is divided unscientifically into two ‘Successions’ or sections: ‘Ionian’ from Anaximander to Theophrastus and Chrysippus, including the Socratic schools; ‘Italian’ from Pythagoras to Epicurus, including the Eleatics and sceptics. It is a very valuable collection of quotations and facts. The Loeb Classical Library edition of Diogenes Laertius is in two volumes.

* * * * *

De Witt“Epicurus and His Philosophy”
by Norman Wentworth DeWitt
(1954, 396 pgs)
DOWNLOAD EBOOK

Epicurus and His Philosophy was first published in 1954. In this volume, the first comprehensive book in English about Epicurus, existing data on the life of the ancient philosopher is related to the development of his doctrine. The result is a fascinating account that challenges traditional theories and interpretations of Epicurean philosophy. Professor DeWitt demonstrates the fallacy of centuries of abuse of Epicurus and the resulting distortion of most discussions of Epicureanism that appear in standard philosophical works…

[+] Book Review at JSTOR

* * * * *

St Paul“St. Paul and Epicurus”
by Norman Wentworth DeWitt
(1954, 212 pgs.)
DOWNLOAD EBOOK

St. Paul and Epicurus was first published in 1954. Everyone who is interested in the meaning of the Bible will find this a revealing study, for it opens up a new window on the New Testament, a window that was walled up centuries ago by prejudice. Professor DeWitt throws new light on the writings of the Apostle Paul by showing how they were influenced by the teachings of the Greek philosopher Epicurus. That Epicureanism could have a place in Christian religion may come as a surprise to those familiar with the conventional concept of the philosophy of Epicurus. As demonstrated in the meaning of the English word epicure, derived from the name of the ancient philosopher, the modern world has long associated Epicurus with the indulgence of sensual pleasure in food and drink. But,as Professor DeWitt makes clear both in this volume and in its predecessor, Epicurus and His Philosophy, the pleasures which the ancient Greek espoused as constituting the chief good of life were not the pleasures of the flesh. The merit and the lure, however, of the Epicurean ethic, which allied happiness with pleasure, were so appealing and so widely acknowledged that Paul had no choice but to adopt it and bless it for his followers with the sanction of religion. He could not, though, admit indebtedness to a philosopher who had long been accused of sensualism and atheism, and there was no choice, therefore, but to consign Epicurus to anonymity. Through his scholarly investigation into the Epicurean source of certain portions of the Epistles, Professor DeWitt provides new explanations or translations for seventy-six biblical verses. The close scrutiny of biblical passages is carried out, not in a spirit of vandalism, but in a quest for accuracy, and the result is a challenging, readable, and absorbing book.

* * * * *

Konstan“A Life Worthy of the Gods: The Materialist Psychology of Epicurus”
by David Konstan
(2008, 200 pgs)
DOWNLOAD EBOOK

Epicurus, and his Roman disciple Lucretius, held that the primary cause of human unhappiness was an irrational fear of death. What is more, they believed that a clear understanding of the nature of the world would help to eliminate this fear; for if we recognise that the universe and everything in it is made up of atoms and empty space, we will see that the soul cannot possibly survive the extinction of the body – and no harm to us can occur after we die. This liberating insight is at the core of Epicurean therapy. In this book, Konstan seeks to show how such fears arose, according to the Epicureans, and why they persist even in modern societies. It offers a close examination of the basic principles of Epicurean psychology: showing how a system based on a materialistic world view could provide a coherent account of irrational anxieties and desires, and provide a therapy that would allow human beings to enjoy life to the fullest degree.

* * * * *

Festugieres“Epicurus and His Gods”
Andre-Jean Festugière
(Harvard, 108 pgs)
DOWNLOAD EBOOK

Table of Contents

PREFACE

I THE STATE OF RELIGION AT THE BEGINNING OF THE HELLENISTIC AGE
II THE LIFE OF EPICURUS
III EPICUREAN FRIENDSHIP
IV THE RELIGION OF EPICURUS
V EPICURUS AND THE ASTRAL RELIGION

BIBLIOGRAPHY

* * * * *

Tim O Keefe“Epicurus On Freedom”
Tim O’Keefe
(Cambridge, 2005, 186 pgs)
DOWNLOAD E-BOOK

The ancient Greek philosopher Epicurus (341-271/0 BCE) has attracted much contemporary interest. Tim O’Keefe argues that the sort of freedom which Epicurus wanted to preserve is significantly different from the ‘free will’ which philosophers debate today, and that in its emphasis on rational action has much closer affinities with Aristotle’s thought than with current preoccupations. His original and provocative book will be of interest to a wide range of readers in Hellenistic philosophy.

* * * * *

Facing Death by James Warren“Facing Death”
James Warren
(Oxford, 2006, 256 pgs)
DOWNLOAD E-BOOK

The ancient philosophical school of Epicureanism tried to argue that death is “nothing to us.” Were they right? James Warren examines the arguments they offered and evaluates their success, setting them against modern philosophical accounts of how death can be a harm. He also asks whether a life free from all fear of death is an attractive option and what the consequences would be of a full acceptance of the Epicureans’ views.

* * * * *

Epicurus and the Epicurean Tradition

“Epicurus and the Epicurean Tradition”
Jeffrey Fish, Kirk R. Sanders
(Cambridge, 2011, 281 pgs)
DOWNLOAD EBOOK

* * * * *

“The Greek Atomists and Epicurus”
by Cyril Bailey
(1964, 619 pgs)
DOWNLOAD EBOOK

* * * * *

Lucretius

“Lucretius and the Transformation of Greek Wisdom”
David N. Sedley
(Cambridge, 2008, 254 pgs)
DOWNLOAD EBOOK

This book studies the structure and origins of De Rerum Natura (On the nature of things), the great first-century BC poem by Lucretius. By showing how he worked from the literary model set by the Greek poet Empedocles but under the philosophical inspiration of the Greek philosopher Epicurus, the book seeks to characterize Lucretius’ unique poetic achivement. It is addressed to those interested both in Latin poetry and in ancient Greek and Roman philosophy.

* * * * *

Lucretius2“Lucretius: On the Nature of Things (1873 press)”
Titus Lucretius Carus, translation by W.H.D. Rouse
DOWNLOAD EBOOK

* * * * *

Lucretius3

“The Cambridge Companion to Lucretius”
Stuart Gillespie, Philip Hardie
(Cambridge, 2007, 382 pgs)
DOWNLOAD EBOOK

Lucretius’ didactic poem De rerum natura (‘On the Nature of Things’) is an impassioned and visionary presentation of the materialist philosophy of Epicurus, and one of the most powerful poetic texts of antiquity. After its rediscovery in 1417 it became a controversial and seminal work in successive phases of literary history, the history of science, and the Enlightenment. In this Cambridge Companion experts in the history of literature, philosophy and science discuss the poem in its ancient contexts and in its reception both as a literary text and as a vehicle for progressive ideas. The Companion is designed both as an accessible handbook for the general reader who wishes to learn about Lucretius, and as a series of stimulating essays for students of classical antiquity and its reception. It is completely accessible to the reader who has only read Lucretius in translation.

* * * * *

Lucretius4

“Oxford Readings in Lucretius”
Monica R. Gale
(Oxford, 2007, 400 pgs)
DOWNLOAD EBOOK

This book gathers together some of the most important and influential scholarly articles of the last sixty to seventy years (three of which are translated into English here for the first time) on the Roman poet Lucretius. Lucretius’ philosophical epic, the De Rerum Natura or On the Nature of the Universe (c.55 BC), seeks to convince its reader of the validity of the rationalist theories of the Hellenistic thinker Epicurus. The articles collected in this volume explore Lucretius’ poetic and argumentative technique from a variety of perspectives, and also consider the poem in relation to its philosophical and literary milieux, and to the values and ideology of contemporary Roman society. All quotations in Latin or Greek are translated.

* * * * *

Lucretius Serres“The Birth of Physics”
Michel Serres
(2001, 109 pgs)
DOWNLOAD EBOOK

The Birth of Physics focuses on the largest text still intact to reach us from the Ancient Greek Atomists – Lucretius’ De Rerum Natura – but mobilises everything we know about the related scientific work of the time (Archemides, Epicurus et al) in order to demand a complete reappraisal of the legacy. Serres argues that the Greeks had all the mathematical resources to formulate an adequate picture of the physical principles acting on matter. Crucial to his reconception of the Atomists’ thought is a recognition that their model of atomic matter is essentially a fluid one – they are describing the actions of turbulence. Recognition of this fact throws in relief the force of this ancient thought with respect to the recent disciplines of chaos and complexity. It explains the continuing presence of Lucretius in the work of such scientific giants as Nobel Laureates Schroedinger and Prigogine. This book is truly a landmark in the study of ancient physics and will promote not only more work in the area but also stimulate a more general rebirth of philosophical interest in the ancients.

Ralph Waldo Emerson (1803 – 1882)

Ralph 01

Ralph 02Ralph Waldo Emerson (May 25, 1803 – April 27, 1882)
Access his complete works website

Other posters with Emerson’s quotes @ Zen Pencils:

poster1 poster2 poster3