CINEPHILIA COMPULSIVA – Mais de 100 artigos sobre Cinema, por Eduardo Carli de Moraes

“Agora a morte não será mais completa.” Esta frase, por incrível que pareça, saiu da boca de um jornalista, presente às primeiras sessões de cinema dos Irmãos Lumière.

Naqueles minutinhos de registro das imagens da célebre Chegada do Trem na Estação de La Ciotat e da Saída dos Operários da Fábrica Lumière, “comprovava-se já o milagre documental, o registro por assim dizer realista do movimento efêmero da vida, direto e sem retoques”, escreve Alexei Bueno.

“Para nós, nascidos em plena civilização audiovisual e mesmo na vulgarização abusiva dela, é necessário um esforço mental para recuperar esse momento milagroso.” (BUENO, A. Glauber Rocha – Mais Fortes São Os Poderes Do Povo. Rio de Janeiro: Manati, 2003. Pg. 42)

Este milagre real que faz com que a morte não seja mais completa, pois imagens móveis das coisas podem ser retidas em filme para a reprodução pela posteridade, é apenas um dos fascínios inúmeros do Cinema, esta arte que nasce como documentário (como cinema do real, captura de eventos no mundo exterior, escrita da luz emitida pelas coisas) mas que cedo amadurece para seu potencial fictício, plasmador de outros mundos sensoriais.

Pouco depois dos Lumière mostrarem ao mundo sua invenção, ” aparecia o mágico, o bruxo, Charles Méliès, que transformaria a invenção concebida para o registro direto do real na cornucópia de todas as fantasmagorias. De fato, com a sua imaginação de gênio, com a liberdade absoluta de sua ingenuidade auroral, Méliès criou, em alguns anos, um mundo completo e fechado da mais impalpável poesia, momento perfeito em si e absolutamente irrepetível, fim e início de um mundo, sonho isolado de uma arte que nascia.” (BUENO, op cit, p. 43)

Este fascínio pelo cinema, tanto em sua vertente documental quanto na fictícia, acompanha-me desde tenra idade, onde fui acometido pelo vício incurável da cinefilia. Cursar jornalismo, depois filosofia, não me afastou desse interesse, mas o exacerbou e expandiu.

Aqui, os cyber-peregrinos que passeiam pela Casa de Vidro podem acessar mais de 100 artigos originais que escrevi refletindo e comentando sobre Cinema, esta paixão vital com que convivo e que compartilho com muitos, tão forte que acabou me transformando de cinéfilo entusiástico em realizador de meus próprios filmes (documentários e video-clipes).

Nestes hiper-textos aqui linkados, dou pitacos, faço análises, compartilho impressões, exponho ressonâncias das obras após os créditos finais, sempre buscando decifrar os filmes que mais me impressionaram e contribuir para expandir a experiência estética e a compreensão ético-política dos outros espectadores.

O ímpeto jornalístico e o ímpeto filosóficos misturam-se nestas tentativas de exercitar o senso crítico e compartilhar entusiasmos passionais que se manifestam neste conglomerado de escritos – que quiçá um dia se tornarão um livro com seleções dos momentos mais significativos desta empreitada crítica (em que sigo nas pegadas de pensadores que admiro, como André Bazin, Edgar Morin, Paulo Emílio Sales Gomes, Slavoj Zizek, dentre outros).

Vale lembrar que criei anos atrás o Cinephilia Compulsiva, blog exclusivamente para assuntos cinematográficos, que hoje já está abandonado e sem nenhum post recente, onde boa parte destes textos foi originalmente publicado. Voilà, em ordem alfabética, as obras da sétima arte que este cinéfilo compulsivo sentiu-se inspirado a escrever algumas mal-traçadas linhas de crítica, análise e discussão (uma lista em permanente expansão!):

URL para CÁ: http://bit.ly/1K2KZWZ

CINEPHILIA COMPULSIVA – Escritos Sobre Filmes

1. 13º ANDAR, de Josef Rusnak [EUA, 1999]
2. 2081, de Chandler Tuttle, da obra de Kurt Vonnegut [EUA, 2009] 
3. À PROCURA DE ERIC (Looking for Eric), de Ken Loach [UK, 2009]
4. AINDA ORANGOTANGOS, de Gustavo Spolidoro [Brasil, 2007]
5. ALIAS GRACE (Vulgo Grace), Mini-série de Mary Harron, da obra de M. Atwood [Canadá, 2017]
6. AMANTES DA PONTE NEUF (Les Amants Du Pont Neuf), de Leos Carax [França, 1991]
7. ANIARA, de Pella Kågerman & Hugo Lilja [Suécia, 2019]
8. ARRIVAL – A CHEGADA, de Dennis Villeneuve [Canadá, 2016]
9. ASSASSINOS POR NATUREZA (Natural Born Killers), de Oliver Stone [EUA, 1994]
10. BACURAU, de Kleber Mendonça Filho e J. Dornelles [Brasil, 2019]
11. BLADE RUNNER, de Ridley Scott [1982]
12. BLUE JASMINE, de Woody Allen [2013] [em inglês]
13. BJÖRK: BIOPHILIA, de Peter Strickland & Nick Fenton [2014]
14. BROKEN RAINBOW, de Maria Florio and Victoria Mudd [1985] [doc]
15. BUDAPESTE, de Walter Carvalho [adaptação do romance de Chico Buarque] ou Revista O Grito!
16. CAÇA, A (Jagten / The Hunt), de Thomas Vinterberg [2012]
17. CAÓTICA ANA, de Julio Medem [Espanha, 2008]
18. CARTEIRO E O POETA, O, de Michael Radford [1994]
19. CASA QUE JACK CONSTRUIU, A, de Lars Von Trier [Dinamarca, 2018]
20. CASTELO DE AREIA (Sand Castle), de Fernando Coimbra [EUA, 2017]
21. CISNE NEGRO (Black Swan), de Darren Aronofsky [2011]
22. CHI-RAQ, a Spike Lee joint 
23. COLETTE, de Wash Westmoreland [UK, 2018]
24. CONTOS PROIBIDOS DO MARQUÊS DE SADE (Quills), de Philip Kaufman [2000]
25. CORAÇÕES LIVRES, de Susanne Bier [Dinamarca, 2002]
26. CORINGA (Joker), de Todd Phillips [EUA, 2019]
27. CREPÚSCULO DOS DEUSES (Sunset Boulevard), de Billy Wilder [EUA, 1951]
28. DAWSON – A Ilha Secreta de Pinochet, de Miguel Littin [Chile, 2011]
29. DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL, de Glauber Rocha [BRASIL, 1964]
30. DIRTY COMPUTER, de Janelle Monáe [EUA, 2018]
31. DRIBLANDO A DEMOCRACIA (Trumping Democracy), de Thomas Huchon [EUA, 2017]
32. DUNKIRK, de Christopher Nolan [UK, 2017]
33. EL OJO DEL CANÁRIO, de Fernando Pérez [2009]
34. EM PEDAÇOS (Auf Der Nichts), de Fatih Akin [Alemanha, 2017]
35. ERA O HOTEL CAMBRIDGE, de Eliane Caffé [Brasil, 2016]
36. ESCOLHA DE SOFIA, A (Sophie’s Choice), de Alan J. Pakula (EUA, 1982)
37. ESPERO TUA (RE)VOLTA, de Eliza Capai [Brasil, 2018]
38. ESTÔMAGO, de Marcos Jorge [Brasil, 2007]
39. ESTRANHO EM MIM, O, de Emily Atef [Alemanha, 2008]
40. ESTRANHO NO NINHO, UM (A Flew Over The Cuckoo’s Nest), de Milos Forman [1975]
41. EUA CONTRA JOHN LENNON (The US Vs John Lennon), de David Leaf e John Scheinfield [EUA, 2006]
42. EUROPA, de Lars Von Trier [Dinamarca, 1991]
43. FINDING FELA KUTI, de Alex Gibney [EUA, 2016]
44. FISH TANK, de Andrea Arnold [Inglaterra, 2009]
45. FORMA DA ÁGUA, A (The Shape of Water), de Guillermo Del Toro (EUA, 2017)
46. FRIDA, de Julie Taymor [2000]
47. GARAPA, de José Padilha [Brasil, 2009]
48. GUERRA DOS MUNDOS (War of The Worlds), de Steven Spielberg [2005]
49. GUERRA NECESSÁRIA, de Santiago Alvárez [Cuba]
50. HANDMAID’S TALE, The – Série Hulu baseada na obra de Margaret Atwood [2017-2018]
51. HISTÓRIA REAL (The Straight Story), de David Lynch [1999]
52. ILEGAL, de Tarso Araújo (Brasil, 2015)
53. INCEPTION – A ORIGEM, de Christopher Nolan [2010]
54. JARDINEIRO FIEL, O (The Constant Gardener), de Fernando Meirelles [2005]
55. JOGADA DECISIVA (He Got Game), de Spike Lee [1998]
56. KURSK, de Thomas Vinterberg [2019]
57. LABIRINTO DO FAUNO, O, de Guillermo Del Toro [2003]
58. LAERTE-SE, de Lygia Barbosa e Eliane Brum [Brasil, 2016]
59. LITTLE GIRL BLUE: JANIS JOPLIN, de Amy Berg [EUA, 2015]
60. LOBO ATRÁS DA PORTA, O, de Fernando Coimbra [Brasil, 2013]
61. LOVE LIFE, de Maria Schrader [Alemanha, 2008]
62. LUA EM SAGITÁRIO, de Marcia Paraiso [Brasil, 2016]
63. MARCAS DA VIOLÊNCIA (A History of Violence), de David Cronenberg [2005]
64. MARTÍRIO, de Vincent Carelli [Brasil, 2016]
65. MEDO E DELÍRIO EM LAS VEGAS (Fear and Loathing in Las Vegas), de Terry Gilliam [1998]
66. MELANCOLIA, de Lars Von Trier [2001]
67. MEU IRMÃO É FILHO ÚNICO, de Daniele Luchetti [Itália, 2007]
68. MILK – A VOZ DA LIBERDADE, de Gus Van Sant [EUA, 2008]
69. MOBY DICK, de John Huston [1956]
70. MOINHO E A CRUZ, O (The Mill and the Cross), de Lech Majewski [2012]
71. MONTANHA DOS SETE ABUTRES (Ace in the Hole), de Billy Wilder [EUA, 1951]
72. MULHER SOB A INFLUÊNCIA, UMA (A Woman Under The Influence), de John Cassavetes [EUA, 1974]
73. MULHER FANTÁSTICA, UMA (Una Mujer Fantástica), de Sebastian Lélio [Chile, 2017]
74. MURO, O, de Lula Buarque de Hollanda [Brasil, 2018]
75. MY SUMMER OF LOVE, de Pawel Pawlikowski [UK, 2004]
76. NA NATUREZA SELVAGEM (Into The Wild), de Sean Penn [EUA, 2007]
77. NÃO ULTRAPASSE, de Elem Klimov (URSS, 1964)
78. NEGAÇÃO (Denial), de Mick Jackson [EUA, 2016]
79. NETWORK – REDE DE INTRIGAS, de Sidney Lumet [EUA, 1976]
80. NOVÍSSIMO TESTAMENTO (Le Tout Nouveau Testament), de Jaco Van Dormael [Bélgica, 2015]
81. NOSTALGIA DA LUZ, de Patricio Guzman [Chile, 2010]
82. OKJA, de Bong Joon Ho [Coréia do Sul, 2017]
83. OLHO DO CANÁRIO (El Ojo Del Canario), de Francisco Pérez [2009]
84. OUTRA HISTÓRIA AMERICANA, A (American History X), de Tony Kaye (EUA, 1998)
85. PARASITA, de Bong Joon-Ho [Coréia do Sul, 2019]
86. PASSADO, O (Le Passé), de Asghar Farhadi [França / Irã, 2013, 130 min]
87. POESIA (Poetry), de Lee Chang Dong [Coréia do Sul, 2003]
88. PORTAL DA ETERNIDADE, NO (At Eternity’s Edge), de Julian Schnabel [2019]
89. PROIBIDO PROIBIR, de Jorge Durán [Brasil, 2002]
90. PROCESSO, O, de Maria Augusta Ramos [Brasil, 2018]
91. PROMESSAS DE UM NOVO MUNDO, de Justine Arlin, Carlos Bolado e B.Z. Goldberg [doc]
92. REGRESSO, O (The Revenant), de Alejandro Gonzalez Iñarritu (EUA-México, 2015)
93. REVOLUTIONARY ROAD – FOI APENAS UM SONHO, de Sam Mendes [2008]
94. ROLLING STONE: STORIES FROM THE EDGE, de Blair Foster e Alex Gibney [EUA, 2018]
95. SEGREDO DO GRÃO (The Secret of the Grain), de Abdel Kechiche [2008]  Ou Revista O Grito!
96. SICÁRIO, de Dennis Villeneuve (Canadá, 200x)
97. SINÉDOQUE NOVA YORK, de Charlie Kaufman [2008]
98. SKIN, de Guy Nattiv [EUA, 2019]
99. SOYLENT GREEN, de Richard Fleischer [EUA, 1973 – À Beira do Fim (PT) ou No Mundo de 2020 (BR)]
100. SPARTACUS, de Stanley Kubrick [1960]
101. STYLE WARS, de Tony Silver [USA,1983, 69 min]
102. TAMBÉM A CHUVA (También La Lluvia / Even The Rain), de Iciar Bollain [Espanha, 2011]
103. TEMPOS MODERNOS (Modern Times), de Charlie Chaplin [1936]
104. TERRA & LIBERDADE (Land and Freedom), de Ken Loach [UK, 1995]
105. TERRA VERMELHA (Birdwatchers), de Marcho Bechis (Brasil, 2008)
106. TRÊS ANÚNCIOS SOBRE UM CRIME (Three Outdoors Outside Ebbing Missouri), de Martin McDonaugh (EUA, 2017)
107. THE TRUMAN SHOW / O SHOW DA VIDA, de Peter Weir (1998)
108. THE U.S. AGAINST JOHN LENNON, by Leaf & Scheinfield [doc] [em inglês]
109. TODAS AS HORAS DO FIM: TORQUATO NETO, de Eduardo Ades e Marcus Fernando (Brasil, 2018)
110. TRADUTOR, O (Un Traductor), de Rodrigo e Sebastián Barriuso (Cuba, 2018)
111. TUDO QUE APRENDEMOS JUNTOS, de Sergio Machado (Brasil, 2015)
112. TURISTA ESPACIAL (La Belle Verte), de Colline Serreau (França, 1996)
113. VER-TE-EI NO INFERNO (The Molly Maguires), de Martin Ritt 
114. VILA, A (The Village), de M. Night Shyamalan (EUA, 2004)
115. VIOLETA FOI PARA O CÉU (Violeta Se Fue A Los Cielos), de Andrés Wood (Chile, 2011)
116. VOYAGE OF TIME: LIFE’S JOURNEY, de Terrence Mallick (2016)
117. VULGO GRACE (Alias Grace), de Mary Harron (Mini-série, Canadá, 2017)
118. WE ARE MANY, de Amir Amirani [Doc, 2015]

ARTIGOS SOBRE CINEASTAS, ATORES, LIVROS BIOGRÁFICOS OU ENSAÍSTICOS:

• A SENTI-PENSANTE JULIETTE BINOCHE E A INFINITUDE DOS AFETOS
• AS MUTAÇÕES DE DAVID CRONENBERG [Em inglês]
• A JUVENTUDE DO DRAGÃO: A Juventude de Glauber Rocha, por Nelson Motta
• O SENTIDO DO FILME – Sobre o livro de Sergei Eisenstein
• SILVIO TENDER: A Dialética da Utopia e da Barbárie
• O CINEMA COMO ARMA CRÍTICA: Raoul Peck reaviva os legados de Karl Marx e James Baldwin através de filmes cruciais para a decifração do mundo contemporâneo

TEXTOS QUE ACOMPANHAM ALGUNS DE MEUS DOCUMENTÁRIOS:

• FERMENTO PRA MASSA – Goiânia na Greve Geral (Documentário, Curta-Metragem, 2017, 21 min)
• PONTE PARA O ABISMO – Brasília, 13 de Dezembro de 2016: a 2ª Batalha da PEC 55
• A BABILÔNIA VAI CAIR – A Batalha de Brasília em 29 de Novembro de 2016
• UM VIOLADOR EM TEU CAMINHO – Performance feminista

– Eduardo Carli de Moraes

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DO TEXTO INTRODUTÓRIO

BUENO, Alexei. Glauber Rocha – Mais Fortes São Os Poderes Do Povo. Rio de Janeiro: Manati, 2003. Pg. 42 e 43.