EDUCAÇÃO EM GREVE – “Não há o que fazer” é o discurso acomodado que não podemos aceitar (Paulo Freire)

Se há algo que os educandos brasileiros precisam saber, desde a mais tenra idade, é que a luta em favor do respeito aos educadores e à educação inclui que a briga por salários menos imorais é um dever irrecusável e não só um direito deles. A luta dos professores em defesa de seus direitos e de sua dignidade deve ser entendida como um momento importante de sua prática docente, enquanto prática ética. Não é algo que vem de fora da atividade docente, mas algo que dela faz parte. Um dos piores males que o poder público vem fazendo a nós, no Brasil, historicamente, desde que a sociedade brasileira foi criada, é o de fazer muitos de nós correr o risco de, a custo de tanto descaso pela educação pública, existencialmente cansados, cair no indiferentismo fatalistamente cínico que leva ao cruzamento de braços. “Não há o que fazer” é o discurso acomodado que não podemos aceitar.

PAULO FREIREPedagogia da Autonomia
Ed. Paz e Terra
Pg. 65

A foto que ilustra este post foi tirada em Curitiba (PR), em 29 de Abril de 2015, quando ocorreu brutal repressão policial, ordenada pelo governador Beto Richa (PSDB), contra a manifestação de educadores e estudantes. Mais de 200 pessoas ficaram feridas. No Brasil à la tucana, professor que exige valorização também é estigmatizável como vândalo e merece bomba de (d)efeito moral e agressão das Tropas de Choque… “Richa gastou quase R$ 1 milhão em armamentos e pagamentos a soldados”.  Ó “Pátria Educadora”, de que falam os marketeiros políticos, onde fostes te esconder que não te encontro por mais que perambule pela vasta distopia do real?


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