FILOSOFIA AFRICANA & FEMINISMO NEGRO: Bibliotecas digitais ampliam o acesso às melhores obras sobre estes temas

Uma louvável iniciativa do professor Wanderson Flor do Nascimento, da UnB – Universidade de Brasília, reúne obras de filósofos africanos em site educativo: o portal Filosofia Africana (http://filosofia-africana.weebly.com/)  disponibiliza gratuitamente mais de 30 livros escritos por escritores do continente e outras 40 obras que trabalham o tema. (Leia tb reportagem do site Metrópoles)

APRESENTAÇÃO

Há muitos anos, os movimentos sociais de combate ao racismo têm insistido na necessidade de re-significar as imagens difundidas das populações africanas – e de seus descendentes – como intelectualmente inferiores, trazendo elementos que desmistifiquem a presença da população negra em nosso país. Desde 2003, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (art. 26-A), determina que em todo o currículo dos ensinos fundamental e médio brasileiros estejam presentes conteúdos de história e cultura africana e afro-brasileira, em todos os componentes curriculares incluindo, dessa forma, a Filosofia. Eis, portanto, o momento de pensar a filosofia em/desde outras cores…

O objetivo deste espaço é disponibilizar materiais em língua portuguesa que possam subsidiar pesquisas sobre a filosofia africana e afro-brasileira, assim como auxiliar na tarefa de professoras/es do ensino fundamental e médio em acessar recursos ainda pouco conhecidos em nossa língua. Afirmam-se aqui diversas perspectivas distintas, sem a intenção de preterir nenhum material que fosse encontrado sobre o tema em nossa língua, cuja publicação virtual não fosse impossibilitada em virtude de restrições por direitos autorais.

Alguns destes textos dialogam com outras áreas do conhecimento, como educação, sociologia, antropologia, história, artes, entre outras, atendendo ao aspecto multidisciplinar que muitas vezes permeia o debate filosófico e que, também, auxilia a tarefa docente interdisciplinar. Esperamos que este material sirva para difundir outras imagens sobre as populações africanas e afro-brasileiras, múltiplas, plurais e que não se reduzam ao imaginário inferiorizante tão comum em nosso cotidiano, ainda marcado pelas feridas coloniais.

Este site é parte da pesquisa “Colaborações entre os estudos das africanidades e o ensino de filosofia”, desenvolvido pelo prof. Wanderson Flor do Nascimento, na Universidade de Brasília e em interação com o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Raça, Gênero e Sexualidades Audre Lorde – GEPERGES Audre Lorde (UFRPE/UnB-CNPq). O site encontra-se ativo desde agosto de 2015 e em constante atualização.

 

Ligações para espaços virtuais com pesquisas em outras línguas

  • Série África (em inglês)
    Dezessete livros sobre filosofia africana publicados pelo Conselho para a Pesquisa em Valores e Filosofia, em Washington DC, Estados Unidos, que enfatiza a herança cultural e as mudanças contemporâneas do pensamento africano.


  • Nova Africa (em espanhol)
    Revista do Cetro de Estudos Africanos e Interculturais de Barcelona. Embora a revista não seja especificamente sobre a filosofia africana, diversos artigos sobre este tema podem ser encontrados no periódico.


  • Quest. An African Journal of Philosophy/Revue Africaine de Philosophie (em inglês e francês)
    Publicação do Centro de Estudos Africanos de Leiden, Holanda.


  • African Studies Quarterly (em inglês)
    Publicação do Centro de Estudos Africanos da Universidade da Flórida. Embora a revista não seja exclusivamente de filosofia africana há diversos artigos sobre o tema e em especial o número 4 do volume 1 de 1998 (http://asq.africa.ufl.edu/files/Vol-1-Issue-4.pdf)


  • Journal on African Philosophy (em inglês)
    Publicação do Africa: Centro de Recursos em Nova Iorque.
    É necessário registrar-se gratuitamente no site para baixar os arquivos.


  • Verbete da Routledge Encyclopedia of Philosophy sobre filosofia africana (em inglês)
    Texto de Kwame Anthony Appiah com uma definição histórica e geral sobre a filosofia africana, com diversos links para outros verbetes para autores e temas em torno da filosofia africana.


  • Philosophy in Africa (em inglês e um texto em alemão)
    Textos do XX Congresso Mundial de Filosofia, apresentados sobre a filosofia africana em Boston, 1998.
    Publicação da Universidade de Boston, através da Plataforma Paideia.


  • Thought and Practice (em inglês)
    Publicação do Departamento de Filosofia e Estudos Religiosos da Universidade de Nairobi, no Quênia.


  • African Philosophical Bibliography
    Extensa listagem bibliográfica organizada por A. J. Smet, do Instituto Superior de Filosofia da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica.


  • Ethiopiques. Revue Negro-Africaine de Litterature et de Philosophie (em francês)
    Publicação da Agence Universitaire de la Francophonie, que contou durante seus inícios com a colaboração de Léopold Sedar Senghor.







Angela Davis, Audre Lorde e bell hooks, pensadoras publicadas pela Bibliopreta (Arte Revista CULT)

Online e gratuita, Bibliopreta​ reúne produção acadêmica de feministas negras – Revista CULT​

Audre Lorde, bell hoolks e Angela Davis são alguns nomes do feminismo negro que, apesar da sua dimensão, são pouco traduzidas no Brasil: apenas um livro hooks foi publicado no país – Ensinando a transgredir: A educação como prática da liberdade (Martins Fontes, 2013) – e dois livros de Angela Davis, que começou a ser publicada pela Boitempo no final de 2016. Partindo dessa lacuna, as pesquisadoras Sueli Feliziani e Isabela Sena criaram o projeto Bibliopreta (http://bibliopreta.com.br/), uma plataforma online gratuita que agrega produção acadêmica sobre feminismo negro.

São traduções, artigos, resenhas, dissertações, vídeos e cursos produzidos e coletados pela dupla, e que têm como tema central a interseccionalidade – uma forma de pensar a relação entre gênero, raça e classe na construção das opressões. Entre as traduções estão textos de Davis, hooks e Lorde, além de poemas de Florencer Harper e contos de Alice Walker. As teses, por sua vez, recuperam importantes pensadoras negras brasileiras como Lélia Gonzalez, Thereza Santos e Sueli Carneiro. – Saiba mais




LEIA TAMBÉM:

Folha de S.Paulo – Os ideais mais elevados de Locke, Hume e Kant foram propostos mais de um século antes deles por Zera Yacob, um etíope que viveu numa caverna. O ganês Anton Amo usou noção da filosofia alemã antes de ela ser registrada oficialmente. Autor defende que ambos tenham lugar de destaque em meio aos pensadores iluministas. Leia o artigo.




ACESSE: PÁGINA DE EBOOKS EM A CASA DE VIDRO




Baixe material pedagógico da Série Mulheres na História da África, produzido pela Unesco

 

 

“O POVO BRASILEIRO” – Série completa, em 10 episódios, baseada na obra de Darcy Ribeiro [1922 – 1997] (com Chico Buarque, Antonio Candido, Tom Zé, Aziz Ab’Saber, Paulo Vanzolini e outros…)

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“O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil”, Darcy Ribeiro (Cia das Letras, 1995) – ACESSE E BAIXE O EBOOK (PDF, 28 MB)

“Darcy Ribeiro é um dos maiores intelectuais que o Brasil já teve. Não apenas pela alta qualidade do seu trabalho e da sua produção de antropólogo, de educador e de escritor, mas também pela incrível capacidade de viver muitas vidas numa só, enquanto a maioria de nós mal consegue viver uma.” Antonio Candido, Folha de S.Paulo

Orelha: “Por que o Brasil ainda não deu certo? Darcy Ribeiro, ao chegar no exílio, no Uruguai, em abril de 1964, queria é responder a essa pergunta na forma de um livro-painel sobre a formação do povo brasileiro e sobre as configurações que ele foi tomando ao longo dos séculos. Viu logo, porém que essa era uma tarefa impossível, pois só havia o testemunho dos conquistadores. E sobretudo porque nos faltava uma teoria crítica que tornasse explicável o mundo ibérico de que saímos, mesclados com índios e negros. Afundou-se, desde então, na tarefa de produzir seus Estudos de antropologia da civilização, que pretendem ser essa teoria. A propósito deles, Anísio Teixeira observou que “embora um texto introdutório, uma iniciação, não é reprodução de saber convencional, mas visão geral, ousada e de longa perspectiva e alcance. Darcy Ribeiro é realmente uma inteligência-fonte e em livros desse tipo é que se sente à vontade. Considero Darcy a inteligência do Terceiro Mundo mais autônoma de que tenho conhecimento. Nunca lhe senti nada da clássica subordinação mental do subdesenvolvido.”

TODOS OS 10 EPISÓDIOS DA SÉRIE,
DIRIGIDA POR ISA GRINSPUM FERRAZ:

P.S. – Para comprar o BOX com 2 DVDs da série, dê um pulo no Submarino.

darcy.jpgDARCY RIBEIRO – UM BRASILEIRO
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