TORQUATÁLIA – PRECIOSA GEMA NA GELÉIA GERAL BRASILEIRA: Sobre a vida e a obra meteóricas de Torquato Neto (1944-1972)

“Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelos menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela.”
TORQUATO NETO (1944 – 1972)

 “Na geléia geral brasileira alguém tem de exercer
as funções de medula e de osso.” 

DÉCIO PIGNATARI (1927 – 2012)

TORQUATÁLIA – PRECIOSA GEMA NA GELÉIA GERAL BRASILEIRA:
Sobre a vida e a obra meteóricas de Torquato Neto (1944-1972)

por Eduardo Carli de Moraes para A Casa de Vidro

Inovador artista que participou da comissão-de-frente da Tropicália, poeta-compositor de trajetória transitória e meteórica, Torquato Neto inscreveu sua obra iconoclássica na história da cultura brasileira com uma força e um esplendor inimitáveis, ainda que tenha vivido menos de três décadas.

Suicidado aos 28 anos de idade, este artista angustiado e inquieto, cravejado por desconfortos existenciais, nascido em Teresina (Piauí) durante os estertores da 2ª Guerra Mundial, agora tem em Todas As Horas do Fim (2018), dirigido por Eduardo Ades e Marcus Fernando, um documentário à altura de sua vida, obra e legado.


O brilhantismo do filme se manifesta na escolha acertada pela confluência entre as várias artes que o multi-facetado Torquato exerceu – a poesia, a música, o cinema, o jornalismo cultural etc. Montado de maneira ousada e tensionado pelo tema-bumerangue do fim precoce de sua vida (nisto comparável às de Hendrix, Rimbaud, Janis, Castro Alves, Cobain, dentre outras figuras hoje monumentais), a obra fornece um painel caleidoscópico de um destino estraçalhado.

Como bem notou José Geraldo Couto no texto A Sina do Menino Infeliz, o doc escapa do clichê das talking heads, usa e abusa do voice-over e integra as artes e a política no mesmo caldo fílmico: “um depoimento de Gilberto Gil sobre a característica de Torquato como menino franzino, herdeiro da ‘severinidade’ do sertão nordestino, é acompanhado de imagens de Vidas secas, de Nelson Pereira dos Santos. Versos do poeta sobre o próprio nascimento são seguidos pela célebre cena de Macunaíma (Grande Otelo) despencando no chão entre as pernas da mãe (Paulo José) no clássico de Joaquim Pedro de Andrade.”

No filme, que comoveu Xico Sá até as lágrimas por conter “tanta violência, mas tanta ternura”, fazem aparições o poeta-parceiro Waly Salomão, com quem Torquato criou a revista de edição única Navilouca, os irmãos Haroldo e Augusto de Campos, além de Gil, Caetano e Tom Zé. Eles são alguns dos responsáveis por homenagens e problematizações àquele que estava destinado a “desafinar o coro dos contentes”.

Uma das melhores portas de acesso à constelação afetiva que em Torquato pulsava está naquele verso lapidar, inesquecível, em que Torquato diz que ao nascer um anjo muito louco lhe disse: “vai, bicho, desafinar o coro dos contentes!”.

Ele crava o verso em um poema-canção chamado “Let’s Play That”, musicado por seu parceiro Jards Macalé, em que Torquato pratica uma pirataria de subversão com o “Poema de Sete Faces”, de Carlos Drummond de Andrade. São palavras que encapsulam numa pílula poética-musical toda a sina torquateana:

quando eu nasci
um anjo louco muito louco
veio ler a minha mão.
não era um anjo barroco,
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião.

eis que esse anjo me disse,
apertando minha mão,
com um sorriso entre dentes:
vai, bicho, desafinar
o coro dos contentes!
let’s play that!

TORQUATO NETO

Roberto Muggiati, no prefácio ao livro de Toninho Vaz, tenta sintetizar esta vida e explicar as razões para refulgência atual de Torquato, tantas décadas após sua morte auto-provocada com gás:

Roberto Muggiati, autor do prefácio à biografia de Torquato Neto escrita por Toninho Vaz

“Sua odisseia abrange um arco perfeito num século de crises. Nasce em 1944, no final da 2ª Guerra; cresce à sombra da Guerra Fria, nos acanhados anos 1950 de um Brasil vira-lata entre as nações, e explode na década que mudou tudo, em meio aos anos de chumbo e à catarse multimídia da Tropicália. Nada mais atual do que o relançamento desta biografia – Toninho conta Torquato daria um bom show do Arena – neste inverno do nosso descontentamento, quando os jovens dão de novo o ar de sua (des)graça nas ruas do país.

Alma de contestador, Torquato escapou por pouco do incêndio da sede da UNE (costumava dormir lá), durante o golpe de 1964; participou ao lado de Gil na Passeata dos 100 Mil, em 1968, no centro do Rio; foi um dos ideólogos da Tropicália e do movimento ‘udigrudi’ do cinema Super-8… Mais de trinta anos após sua morte, sobrevivem a coerência, a integridade e a coragem de um contestador nato, um transgressor cultural inscrito no plano mais elevado das inventivas nacionais. Um mito. Outro poeta da mesma geração, o curitibano Paulo Leminski, escreveu: ‘Como Buda, Confúcio, Sócrates ou Jesus, Torquato não deixou livros.'” (MUGGIATI, 2013, p. 12) 

Uma das mais emblemáticas imagens que sintetizam a marcante presença de Torquato nas revoluções estéticas brasileiras está na capa do disco-manifesto Tropicalia – Ou Panis et Circenses. Ali está Torquato na companhia de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, Os Mutantes, Rogério Duprat, Capinam (além do retrato de Nara Leão).

Letrista ousado, Torquato fornece ao movimento nascente da Tropicália alguns de seus manifestos musicados mais memoráveis, como “Geléia Geral” e “Marginália II”, além da pungente canção anti-edipiana “A Mãe”:

GELÉIA GERAL

Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia
Resplandente, cadente, fagueira num calor girassol com alegria
Na geléia geral brasileira que o Jornal do Brasil anuncia
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

A alegria é a prova dos nove e a tristeza é teu porto seguro
Minha terra é onde o sol é mais limpo e Mangueira é onde o samba é mais puro
Tumbadora na selva-selvagem, Pindorama, país do futuro
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

É a mesma dança na sala, no Canecão, na TV
E quem não dança não fala, assiste a tudo e se cala
Não vê no meio da sala as relíquias do Brasil:
Doce mulata malvada, um LP de Sinatra, maracujá, mês de abril
Santo barroco baiano, superpoder de paisano, formiplac e céu de anil
Três destaques da Portela, carne-seca na janela, alguém que chora por mim
Um carnaval de verdade, hospitaleira amizade, brutalidade jardim
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

Plurialva, contente e brejeira miss linda Brasil diz “bom dia”
E outra moça também, Carolina, da janela examina a folia
Salve o lindo pendão dos seus olhos e a saúde que o olhar irradia
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

Um poeta desfolha a bandeira e eu me sinto melhor colorido
Pego um jato, viajo, arrebento com o roteiro do sexto sentido
Voz do morro, pilão de concreto tropicália, bananas ao vento
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

MARGINÁLIA II

Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu pecado
Meu sonho desesperado
Meu bem guardado segredo
Minha aflição

Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu degredo
Pão seco de cada dia
Tropical melancolia
Negra solidão

Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

Aqui, o Terceiro Mundo
Pede a bênção e vai dormir
Entre cascatas, palmeiras
Araçás e bananeiras
Ao canto da juriti

Aqui, meu pânico e glória
Aqui, meu laço e cadeia
Conheço bem minha história
Começa na lua cheia
E termina antes do fim

Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

Minha terra tem palmeiras
Onde sopra o vento forte
Da fome, do medo e muito
Principalmente da morte
Olelê, lalá

A bomba explode lá fora
E agora, o que vou temer?
Oh, yes, nós temos banana
Até pra dar e vender
Olelê, lalá

Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

MAMÃE, CORAGEM

Com Gal Costa, Jards Macalé e Wagner Tiso

Inspirado pelos versos iniciais de “Marginália II”, o historiador da cultura Frederico Coelho batizou seu livro Eu, Brasileiro, Confesso Minha Culpa Meu Pecado – Cultura Marginal no Brasil das Décadas de 1960 e 1970 (Ed. Civilização Brasileira).

Nesta obra, Torquato Neto é analisado na companhia de artistas como Hélio Oiticica, Glauber Rocha e Jards Macalé, dentre muitas outras figuras magistrais de nossa cultura. A obra foca suas atenções numa constelação contracultural que esteve fora-do-eixo do status quo, propondo anárquicas tropicalidades, instaurando novos cinemas, forjando parangolés de dar olé em qualquer fardado gorila…

Torquato é esmiuçado por Fred Coelho, inserido em sua contextura histórica, exposto em ação nas suas inúmeras parcerias, revelado por seus escritos como crítico musical em Última Hora, em seus poemas e letras, em seus filmes e suas incursões como ator (Nosferatu no Brasil, de Ivan Cardoso, sendo a mais célebre delas).

O livro acaba por celebrar Torquato como uma das figuras que mais visceralmente criou uma obra de relevância, no âmbito da contracultura e à margem do mainstream, no Brasil daqueles duros anos de chumbo da Ditadura Civil-Militar, que tantos amargos cálices obrigou o artista dissidente a engolir.

É uma obra que nos permite abordar o abissal destino de Torquato – com sua temporada no hospício e seu suicídio gaseificado – com um olhar atento às causas históricas e às determinações coletivas de sua sina.

Todas as obras sobre Torquato não conseguem se esquivar de reflexões sobre a loucura, o alcoolismo, a espiral de auto-destruição que fez com que esta vida fosse tão encurtada no tempo.

No doc Todas as Horas do Fim, temos até mesmo o testemunho de um psiquiatra que mostra o quanto Torquato não era “enquadrável” em nenhum rótulo psico-patológico, tendo permanecido em seus Diários de Hospício (que valeria a pena comparar com aquele escrito por Lima Barreto em Cemitério dos Vivos) um severo crítico da realidade manicomial.

Sobre o seu período internado “na cabine 103 do hospício de Engenho de Dentro”, outro artista seminal, Sergio Sampaio, escreveu a imortal canção “Que Loucura”:

Fui internado ontem
Na cabine cento e três
Do hospício do Engenho de Dentro
Só comigo tinham dez

Estou doente do peito
Eu tô doente do coração
A minha cama já virou leito
Disseram que eu perdi a razão

Tô maluco da idéia
Guiando carro na contramão
Saí do palco e fui pra platéia
Saí da sala e fui pro porão

Em sua excelente biografia de Torquato Neto, Toninho Vaz têm o mérito de evocar a presença de seu protagonista em meio às chamas do Golpe de Estado de 1964, frisando uma das imagens mais memoráveis do livro: os pertences pessoais de Torquato Neto, incluindo sua máquina de escrever, ardendo até as cinzas dentro do prédio da UNE, incendiado pelos militares golpistas.

Torquato e Gilberto Gil: Passeata dos Cem Mil

Dias antes do putsch, Torquato – com 20 anos de idade – havia participado de mega-eventos cívicos como o Comício da Central do Brasil, que reuniu cerca de 200.000 pessoas no Rio em 13 de Março, e era ali que

“o estopim iria se acender. De nada adiantou programar shows de Elza Soares, Nora Ney e Jorge Veiga, para despistar e abrandar o impacto do evento. O apoio ostensivo de políticos de esquerda (os governadores Leonel Brizola, do Rio Grande do Sul, e Miguel Arraes, de Pernambuco) e de entidades ligadas aos trabalhadores, que subiram ao palanque de João Goulart, iria irritar profundamente os militares que já estavam aquartelados. Em Brasília, os líderes da oposição consideraram subversivas e violadoras as palavras de ordem que pediam reformas de base, mudança na Constituição e legalidade do Partido Comunista – e ameaçavam de prisão o gaúcho Brizola, que reagiu criando um foco de resistência e apoio ao presidente Goulart.

31 de Março de 1964. Torquato acorda no sofá da sala, no 4º andar da UNE, com alguém gritando seu nome da rua. Ele enfiou a cara na janela. Era o cunhado Hélio, que tinha caminhado vários km para avisar que os militares tomavam conta do país… A paisagem da cidade era desoladora; as ruas estavam bloqueadas por barricadas e jeeps militares circulavam ameaçadores… Horas depois a sede da UNE seria incendiada por tropas militares, em ato comandado pelo civil Flávio Cavalcanti, o apresentador de televisão, um dos grandes baluartes da direita brasileira. É claro que houve resistência por parte dos estudantes, algumas dezenas deles, mas nem a chuva impediu que o prédio fosse destruído, levando junto roupas e objetos de Torquato que estavam trancados num armário. Inclusive a pequena máquina de escrever…” (TONINHO VAZ, p. 106-108)

Toninho Vaz, autor de biografias de Torquato Neto e Paulo Leminski

 

O aspecto sócio-político da trágica sina de Torquato também é explorado pelo doc Todas As Horas Do Fim, onde as andanças pelo exílio – primeiro em Londres, morando com o pessoal da Exploding Galaxy, depois em Paris e além… – tornam Torquato um desterrado, que talvez sentia saudades das suas raízes (tanto que retorna a Teresina e realiza um filme trash). Mesmo casado com Ana Maria Duarte, e com seu filho Thiago Nunes ainda na primeira infância, mesmo com o tesão pelo cinema Super-8 e pela realização de filmes trasheira, mesmo com a oportunidade de seguir carreira como letrista, Torquato escolherá o suicídio em 1972 – com o Brasil ainda mergulhado nas trevas do pós-A.I. 5.

O cadáver de Torquato cai ao chão enquanto os gorilas começavam os massacres dos guerrilheiros do Araguaia. Na cilada do “ame-o ou deixe-o”, estes foram os que deixaram, de modo violento, insatisfeitos, inconformados, o palco sangrento de um Brasil que nada tinha de pátria mãe gentil.

O que significava na práxis de Torquato, enquanto poeta, compositor, jornalistas, este tal de “desafino” contra-cultural e tropicalóide contra o “coro dos contentes” pode ser sorvido nos dois volumes do livro Torquatália, reunião de suas poesias e artigos de jornal. Ali, por exemplo, podemos deparar com este texto sobre as grandes gravadoras – as empresas capitalistas que exploram financeiramente o mercado da música pop – que Torquato publica em sua coluna-com-escoliose, Geléia Geral, dando suas alfinetadas no Mercadão:

“…as gravadoras continua ‘por fora’ como sempre, cheias de preconceitos burros. (…) As sumidades das gravadoras teimam na obtusidade de sempre. (…) O famoso ‘samba-jovem’, tolice publicitária e musical, barulheira desagradável, mistura cafajeste de samba e iê-iê-iê…” (@ Geléia Geral, pg 31 e 33)

Torquato, em suas colunas de jornal sobre música pop, jamais trabalha como serviçal das corporações de mercantilizadas canções, mas sim com a autonomia de um sujeito fazedor-de-cultura, que não dispensava jamais a sua faceta crítica, explosiva, de quem escrevia como quem estoura vidraças para os estilhaços forem, no texto, um vitral visceral:

“Quando eu recito ou quando eu escrevo uma palavra, um mundo poluído explode comigo & logo os estilhaços desse corpo arrebentado, retalhado em lascas de corte & fogo & morte (como napalm), espalham imprevisíveis significados ao redor de mim. Uma palavra é mais que uma palavra, além de uma cilada. No princípio era o verbo. Existimos a partir da linguagem, saca? Linguagem em crise igual a cultura e/ou civilização em crise. O apocalipse, aqui, será apenas uma espécie de caos no interior tenebroso da semântica.” (Via Diego Mascate)

O criador Torquato – sabemos, legou-nos um corpo de canções compostas na era Tropicalista que teve profunda influência sobre Gil, Caetano, Gal, Tom Zé, Jards Macalé e tantos outros artistas brasileiros… – é também o criticador, às vezes mordaz em suas sagazes invectivas, outras vezes delicado e sensível, que passa o trabalho dos outros sob o crivo de uma crítica que tem algo de “Frankfurtiana”.

Os Mutantes

Mas, bem diferente de Adorno e Horkheimer, a crítica à Indústria Cultural, em Torquato Neto, é menos austera e pessimista, mais aberta à folia anárquica de um antropofágico tropicalismo. Levado a sério em sua brincadeirância sublime – a obra genial dos Mutantes sendo prova empírica da sua possibilidade realizada, de seu “inédito viável” (Paulo Freire) concretizado, podia gerar uma cultura brasileira exuberante.

Essa exuberância era explícita na Era dos Festivais. Sobre o surgimento, na década de 1960, da nova MPB, Toninho Vaz escreve: “Os festivais funcionaram como um rastilho de pólvora na explosão dos talentos de Chico Buarque, Gil e Caetano, para citar apenas a santíssima trindade desse evangelho. Era como se o elástico do estilingue estivesse esticado ao máximo, trazendo no bojo da catapulta o recheio ideológico de um novo Brasil, projeto sob medida para um povo que ansiava se assumir como nação.” (Vaz, apud Muggiati, p. 13)

Para Torquato, o poeta se faz no risco. Ele arriscou-se e petiscou. Àquela questão que perenemente nos acossa – “existirmos: a que será que se destina?” – Torquato Neto respondeu em aberto, propondo uma miríade de novas questões. Com sua obra e vida, tão radicalmente inconclusas, tão cheias de ressonâncias e influências, convida-nos a navegar a todo perigo. Pois, como disse outra gênia da América Latina, “la creación es un pájaro sin plan de vuelo, que jamás volará en línea recta” (Violeta Parra).

A Tropicália não seria a mesma sem a Torquatália. A cultura brasileira, após o meteoro Torquato, nunca mais seria a mesma após a passagem daquela jóia, daquela pérola, daquele anjo torto e sublime, que Caetano cantou como “a cajuína cristalina de Teresina”. Que esta triste sina nos ilumine ainda.

CAJUÍNA – de Caetano Veloso – Homenagem a Torquato Neto

Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina


EPÍLOGO

COGITO

eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível

eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora

eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim

eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim.

In: “26 Poetas Hoje”, de Heloisa Buarque de Holanda, Ed. Aeroplano, 2007. pg. 65.



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NUVEM DE LINKS TORQUATEANOS: Tese de doutorado em História (Recife, UFPE, 2004) – Tese de Mestrado em Literatura (PUC-SP, 2010) –  Tese de Mestrado em História (Goiânia, UFG, 2011) – Hoje em DiaLivro Uma Poética de Estilhaços – Sugira outros links nos comentários.

TROPICÁLIA: 50 anos de um movimento estético e político que catalisa as confluências

TROPICÁLIA: 50 anos de um movimento estético e político que catalisa as confluências

“Como todo movimento explosivo”, opina Luiz Tatit (oficial), “o tropicalismo deixou estilhaços em diversos lugares da cultura brasileira e, à medida que o tempo passa, descobrem-se fragmentos que ainda fervilham e geram novos focos de criação de alguma forma tributários daquele final dos anos 60.”

Cerca de meio século depois de ser “abatida em pleno vôo pelo AI-5”, como diz Tárik de Souza, a Tropicália faz por merecer um destino de Fênix, renascendo das cinzas. A chama ainda ardente da Tropicália inspira a nós do Confluências: Festival de Artes Integradas a dar novos impulsos às práticas e valores da trupe que revolucionou estética e política no Brasil que então gemia sob os tanques e torturas que se seguiram ao golpe militar de 1964 e suas “tenebrosas transações”.

Acreditamos que a Tropicália, apesar de ser compreendida pelo senso comum como um movimento musical, transborda das fronteiras da música e expressa-se através de variadas linguagens artísticas, tendo intenções mais amplas do que uma mera inovação das formas musicais. A Tropicália propunha a renovação da vida através das confluências sem medo de elementos aparentemente díspares, mas que a trupe provou serem deliciosamente mescláveis. Propunha que fôssemos todos Os Mutantes, jamais estagnados.

Na capa do disco manifesto “Tropicalia ou Panis et Circenses” (ouça: https://youtu.be/KIiwbHqtb7w), é explícita a confluência entre a cultura popular (de que Tom Zé e Gilberto Gil eram tão inventivos representantes) e a cultura mais erudita (ali representada pelo maestro Rogério Duprat, que parece tomar chá em um penico que remete à obra de MARCEL DUCHAMP). Ali também está clara a confluência entre a literatura e a música, com a presença do poeta e jornalista Torquato Neto (também um dos mais brilhantes letristas de nossa MPB) e do poeta José Carlos Capinam (representado em fotografia emoldurada que seu parceiro Gil carrega como porta-estandarte).

As confluências não param de proliferar na história da constituição da Tropicália: o nome do movimento vem do ramo das artes plásticas, era o nome de batismo de uma instalação bolada em 1967 por Hélio Oiticica, o célebre inventor dos parangolés e divulgador de motes vanguardistas como “incorporo a revolta” e “seja marginal, seja herói”.

Parangolé de Oiticica

Caetano e Nara na companhia dos Beatles (faltou cola e Paul McCartney ficou fora da parede…)

Quando Caetano Veloso criar a canção “Tropicália”, fará isto não só sob a influência de Hélio Oiticica e seus parangolés, mas tremendamente impactado também pelo cinema de Glauber Rocha – que havia realizado, aos 23 anos de idade, a obra-prima “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, e que na época de eclosão tropicalista havia lançado ao mundo seu desnorteante “Terra em Transe”. Pouco tempo depois de finalizar a composição da música, relembra Caetano, ele foi assistir a outro fenômeno descomunal da cultura brasileira da época: “O Rei da Vela”, peça de Oswald de Andrade encenada pelo Teatro Oficina Uzyna Uzona de Zé Celso Martinez Corrêa.

A devoração antropofágica da diversidade cultural é um dos motes dos artistas Tropicalistas que, segundo Celso Favaretto em seu livro “Tropicália: Alegoria Alegria”, “retém do primitivismo antropofágico a concepção cultural sincrética, o aspecto de pesquisa de técnicas de expressão, o humor corrosivo, a atitude anárquica com relação aos valores burgueses” (pg. 57).

No livro Antropofagia e Tropicalismo, publicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e que me foi recomendado pela Salma Jô e pelo Macloys do Carne Doce, o artigo inaugural de Bina Friedman relembra que o próprio movimento antropofágico já era pura confluência. Confluências múltiplas entre Oswald e Tarsila, por exemplo, por razões tanto óbvias – a transa sexual-criativa do casal – quanto outras menos evidentes – entre o Manifesto Antropófago e o Abaporu (1928):

“Inspirado no quadro de Tarsila do Amaral – que aliás teria detonado a idéia do Manifesto Antropófago e que a artista reproduziu em bico de pena para ilustrar o primeiro número da Revista de Antropofagia, Oswald funda, cunha, teoriza e consagra na literatura modernista o tema e o tratamento da Antropofagia. (…) A devoração do bispo Sardinha, aproveitada por Oswald como metáfora, propõe, em irreverência e ironia, um novo calendário nacional: a história brasileira deveria iniciar a partir de uma data que sugeria uma reação dessacralizante com o poder… O episódio do bispo Sardinha é marotamente aproveitado por Oswald como data do Manifesto Antropófago (“Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha”). Devorado em 1554 por índios antropófagos quando o navio em que viajava naufragou na costa brasileira, o Bispo Sardinha do texto alude ironicamente à história do Brasil Colônia. O Manifesto rende, com o chiste, uma ‘homenagem’ carnavalizada a todos que, na pessoa do bispo, deveriam ser comidos.” (FRIEDMAN: 1993, p. 9, 10)

Bebendo na fonte da utopia antropofágica oswaldiana, do Cinema Novo, do dionisismo teatral do Oficina, da Poesia Concreta, da “geléia geral brasileira” de que falou Décio Pignatari, a Tropicália explode em 1967 no cenário artístico como algo que chuta para escanteio a mesmice, a caretice e a zona de conforto. Bagunça com a polarização entre Jovem Guarda e MPB, subverte os códigos transformados em clichê que caracterizaram seja o iê-iê-iê, seja a canção-de-protesto engajada.

Muitos dos episódios lendários desta empreitada estão descritos por Carlos Calado em seu Tropicália – A História de Uma Revolução Musical (Editora 34). O mesmo autor, pela mesma editora, também publicou o seminal estudo biográfico sobre Os Mutantes – A Divina Comédia dos Mutantes. 

Frederico Coelho tem um excelente livro que nos ajuda a expandir os horizontes sobre o tal do Tropicalismo (termo cunhado pelo jornalista cariosa Nelson Motta): “Eu, Brasileiro, Confesso Minha Culpa e Meu Pecado – Cultura Marginal no Brasil das Décadas de 1960 e 1970” (Civilização Brasileira & Paz e Terra, 2010, 335 pgs). Nele, Coelho defende que, a partir de 1967, o “movimento apresentou posturas e práticas que liberavam o artista e o intelectual do compromisso de obrigatoriamente relacionar sua obra a uma ‘cultura nacional’ ou a um ‘povo’. Suas ações abalaram a crença necessária desses segmentos no nacional-desenvolvimentismo de esquerda e colocaram em xeque seu temor xenófobo do ‘imperialismo estrangeiro’, assumindo uma nova forma de inserção desses agentes no mercado de bens culturais” (p. 111).

Embora a música popular brasileira seja o “epicentro” de eclosão do tropicalismo, Coelho argumenta que o tropicalismo foi “um movimento cultural mais amplo e diretamente conectado à emergência, pós AI-5, do que chama de marginália, que aproveita-se de aberturas e rupturas estabelecidas pelos artistas durante a breve aventura da Tropicália. “Mais do que um movimento musical, o tropicalismo representou um novo elemento em um espaço de ação que já estava ficando imobilizado pela díade engajados / alienados.” (p. 112) Abrindo espaços para a renovação da cultura brasileira, Tropicália e Marginália transbordam de qualquer caixa de categorização de diversos setores artísticos: Glauber Rocha, Hélio Oiticica, Torquato Neto, todos eles são artistas do híbrido, da mescla, da confluência entre vertentes, sempre “desafinando o coro dos contentes” (para lembrar verso inolvidável de Torquato, musicado por Jards Macalé em “Let’s Play That”).

Se em 1967 a Tropicália pôde explodir no cenário através da exuberância de “Alegria, Alegria” ou de “Domingo no Parque”, em 1968 a situação torna-se mais escura, tensa, violenta. Glauber filma Câncer enquanto a barra pesada do aprisionamento, da tortura e do exílio se abate sobre boa parte dos artistas mais relevantes do país. A mordaça do regime de exceção instalado através da violência militar truculenta busca abater em pleno vôo a ave demasiado águia da Tropicália. É preciso calar a ferro e fogo esses arruaceiros que dizem seja marginal, seja herói e celebram heróis perigosos como Ernesto Che Guevara ou Carlos Marighella.

“Temas como banditismo, armas de fogo, enfrentamentos armados entre policiais e estudantes, desagregação de valores da classe média brasileira, grupos marginalizados da sociedade, entre outros, passam a fazer parte do universo temático das canções tropicalistas a partir da segunda metade de 1968. Canções como “Enquanto Seu Lobo Não Vem” (Caetano Veloso), “Divino Maravilhoso” (Caetano e Gilberto Gil), “É Proibido Proibir” (Caetano), “Marginália II” (Torquato e Gil) ou “Deus vos salve esta casa santa” (Torquato e Caetano) eram emblemáticas para esse momento de radicalização. São canções que tratam de ‘bombas’ e de ‘botas’, de não ter tempo para ‘temer a morte’, das pichações dos jovens de maio de 1968 em Paris, de ‘pânico e glória’ e de ‘laço e cadeia’.” (COELHO, p. 116)


Levando adiante os ideais tropicalistas que convidam à miscigenação, ao hibridismo, à mistura de linguagens e à proliferação de pontos-de-vista, organizamos a Mostra Audiovisual em homenagem aos 50 Anos da Tropicália e disponibilizaremos vários dos livros importantes na decifração desta jornada.

Nesta 5ª edição do Confluências, na medida do possível, cientes da limitação espaço-temporal de um evento de apenas dia – autêntico “Domingo no Parque” (que, de preferência, termine sem crime de sangue!) – queremos contribuir para colocar mais lenha na fogueira dos debates públicos sobre a importância da Tropicália na história, no presente e no futuro da Cultura brasileira.



Mostra audiovisual celebrando os 50 anos da Tropicalia ou Panis et Circencis: assista documentários e filmes de ficção lendários:

► [14h às 15h30] “Meteorango Kid: O Herói Intergalático” (1969), de André Luiz Oliveira;

► [15h45 às 17h15] “Uma Noite em 67” (2010, 95 min), de Renato Terra e Ricardo Calil, dentre outros.

► [17h30 às 19h] “Tropicália” (2012, 87 min.), de Marcelo Machado;

► [19h15 às 20h30] “Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!” (2011, 76 min), de Ninho Moraes e Francisco Cesar Filho



LIVROS TROPICALISTAS – SELEÇÃO ESPECIAL


* Feirão de livros da Livraria A Casa de Vidro, em especial obras focadas nas Artes – cinema, música, teatro, além de biografias de grandes artistas e personalidades culturais. Selecionamos também um punhado de excelentes livros, que estarão à venda durante o evento, que estão entre as mais importantes obras já escritas no Brasil sobre o tema, tais como:

► “Tropicália: Alegoria Alegria”, de Celso Favaretto

► “Brutalidade Jardim”, de Christopher Dunn

► “Tropicália: A História de uma Revolução Musical”, de Carlos Calado

► “Torquatália: Geléia Geral”, de Torquato Neto

► “Hélio Oiticica: A Asa Branca do Êxtase”, de Gonzalo Aguilar

► “A Biografia de Torquato Neto”, de Toninho Vaz

► “Oiticica: Qual É O Parangolé?”, de Waly Salomão

Dentre outros!

* * * * *

SE LIGUE: CONFLUÊNCIAS #5: TROPICALIÊNCIAS
DOMINGO, 24 de Setembro de 2017, a partir das 14h.
Na Trip – Música e Artes: Rua 115e, Setor Sul, Goiânia.
Ingressos: R$5 até às 17h, R$10 reais a partir das 17h.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA E OUTRAS INFORMAÇÕES: https://acasadevidro.com/2017/09/20/confluencias-festival-de-artes-integradas-5a-edicao-24-de-setembro-na-trip-em-goiania/

DISCOS ESSENCIAIS NA HISTÓRIA DA TROPICÁLIA

SIGA: CONFLUÊNCIASA CASA DE VIDRO

200 DISCOS CLÁSSICOS DA MPB NOS ANOS 60, 70 E 80 PARA OUVIR ONLINE (COMPLETOS E EM ORDEM CRONOLÓGICA) [PARTE II]

Os Mutantes

Os Mutantes

Ilustração por Daniel Gnatalli

Ilustração por Daniel Gnatalli

“Sem música a vida seria um erro.”
Nietzsche (1844-1900)

Uma das maravilhas maiores que a Internet nos proporciona é o acesso a uma imensa biblioteca musical. Este baú de tesouros está acessível a qualquer um que se conecte à grande rede digital planetária, mas as pepitas estão dispersas por toda parte e a compilação da fina flor deste acervo gigante exige todo um trampo de garimpagem e coleta. Na intenção de organizar um pouco todo este vasto material musical, A Casa de Vidro apresenta aqui uma seleção com 200 álbuns da música brasileira nas décadas de 60, 70 e 80, todos eles disponíveis para audição na íntegra no YouTube. Obras cruciais na história cultural brasileira estão aí reunidas para degustação livre. A lista vai ser expandida constantemente e as sugestões de vocês são muito bem-vindas. Subam o volume e boa viagem! Apreciem sem moderação!

CLICK AQUI E CONFIRA A PRIMEIRA PARTE DESTE ESPECIAL COM OS 100 PRIMEIROS ÁLBUNS POSTADOS

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  1. Dorival Caymmi
    Eu Não Tenho Onde Morar (1960)
  2. Moacir Santos
    Coisas (1965)
  3. Elis Regina e Zimbo Trio 
    O Fino do Fino (1965)
  4. Sidney Miller (1967)
  5. Caetano Veloso (1968)
  6. Orquestra Afro-Brasileira (1968)
  7. Teatro Arena Conta Zumbi (1968)
    Texto: G. Guarnieri e A. Boal, Música: Edu Lobo (e Vinícius de Moraes)
  8. Os Brazões (1969)
  9. João Donato
    A Bad Donato (1969)
  10. Rita Lee
    Build Up (1970)
  11. Gerson King Combo
    E A Turma Do Soul (1970)
  12. Módulo 1000
    Não Fale Com Paredes (1970)
  13. Novos Baianos
    É Ferro na Boneca (1970)
  14. Vinicius De Moraes, Maria Bethânia & Toquinho
    Ao Vivo em Mar del Plata (1971)
  15. Cassiano
    Imagem e Som (1971)
  16. Erasmo Carlos
    Carlos, Erasmo… (1971)
  17. Bango (1971)
  18. Spectrum
    Geração Bendita (1971)
  19. Os Mutantes
    Jardim Elétrico (1971)
  20. Gal Costa
    Fa-Tal (1971)
  21. Clube da Esquina (1972)
  22. Os Mutantes
    E Seus Cometas No País dos Baurets (1972)
  23. Elis Regina (1972)
  24. Elza Soares
    Pede Passagem (1972)
  25. Sá, Rodrix e Guarabyra
    Passado, Presente, Futuro (1972)
  26. Hermeto Pascoal (1972)
  27. Rita Lee
    Hoje É O Primeiro Dia do Resto da Sua Vida (1972)
  28. Gilberto Gil
    Expresso 2222 (1972)
  29. Tom Zé
    Se O Caso É Chorar (1972)
  30. Paulinho da Viola
    Nervos de Aço (1973)
  31. Rita Lee & Lucinha Turnbull: Cilibrinas do Éden (1973)
  32. Nelson Cavaquinho (1973)
  33. Tim Maia (1973)
  34. Airto Moreira
    Free (1973)
  35. Milton Nascimento
    Milagre dos Peixes (1973)
  36. João Donato
    Quem É Quem (1973)
  37. Sá, Rodrix e Guarabira
    Terra (1973)
  38. Flaviola e o Bando do Sol (1974)
  39. Elis Regina e Tom Jobim (1974)
  40. Moto Perpétuo (1974)
  41. Gal Costa
    Cantar (1974)
  42. Som Nosso De Cada Dia
    Snegs (1974)
  43. Altamiro Carrilho e Carlos Poyares
    Pixinguinha De Novo (1975)
  44. Martinho da Vila
    Maravilha de Cenário (1975)
  45. João Bosco
    Caça à Raposa (1975)
  46. Jorge Ben e Gilberto Gil
    Ogum Xangô (1975)
  47. Os Tincoãs
    O Africanto dos Tincoãs (1975)
  48. Raul Seixas
    O Novo Aeon (1975)
  49. Gonzaguinha
    Plano de Vôo (1975)
  50. Hyldon
    Na Rua Na Chuva Na Fazenda (Casinha de Sapê) (1975)
  51. Jorge Ben
    África Brasil (1976)
  52. Rita Lee & Tutti Frutti
    Entradas e Bandeiras (1976)
  53. Terreno Baldio (1976)
  54. Made In Brazil
    Jack O Estripador (1976)
  55. Casa das Máquinas
    Casa de Rock
  56. Banda Black Rio 
    Maria Fumaça (1977)
  57. Os Tincoãs
    Os Tincoãs (1977)
  58. Elizeth Cardoso, Zimbo Trio e Jacob do Bandolim
    Ao Vivo (1977)
  59. João Gilberto
    Amoroso (1977)
  60. Francis Hime
    Passaredo (1977)
  61. Sônia Santos
    Crioula (1977)
  62. Caetano Veloso e Banda Black Rio
    Bicho Baile Show (1978)
  63. Olívia Byington & A Barca do Sol
    Corra o Risco (1978)
  64. João Nogueira
    Vida Boêmia (1978)
  65. Maria Bethânia
    Álibi (1978)
  66. Beto Guedes
    Amor de Índio (1978)
  67. A Barca do Sol
    Pirata (1979)
  68. Rita Lee (1979)
  69. Lourenço Baêta (1979)
  70. Ângela Ro Ro (1979)
  71. Beto Guedes
    Sol de Primavera (1979)
  72. Gilberto Gil
    Realce (1979)
  73. 14 Bis (1979)
  74. Elis Regina
    Ao vivo no Festival de Montreux (1979)
  75. Lula Côrtes
     O gosto novo da Vida  (1981)
  76. Flávio Venturini
    Nascente (1981)
  77. 14 Bis
    Além Paraíso (1982)
  78. Camisa de Vênus (1983)
  79. Nei Lisboa
    Pra Viajar No Cosmos Não Precisa Gasolina (1983)
  80. Júlio Reny
    Último Verão (1983)
  81. Bacamarte
    Depois do Fim (1983)
  82. Arrigo Barnabé
    Tubarões Voadores (1984)
  83. Ratos de Porão
    Crucificados Pelo Sistema (1984)
  84. Tributo a Torquato Neto
    Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia (1985)
  85. Plebe Rude
    O Concreto Já Rachou (1985)
  86. Garotos Podres
    Mais Podres Do Que Nunca (1985)
  87. Arrigo Barnabé
    Cidade Oculta (1986)
  88. Os Replicantes
    O Futuro É Vórtex (1986)
  89. Cólera
    Pela Paz Em Todo Mundo (1986)
  90. Celso Blues Boy
    Marginal Blues (1986)
  91. Bezerra da Silva
    Alô Malandragem, Maloca o Flagrante! (1986)
  92. Violeta de Outono (1986)
  93. Inocentes
    Pânico em SP (1986)
  94. Ira!
    Vivendo e Não Aprendendo (1986)
  95. Os Paralamas do Sucesso
    Selvagem? (1986)
  96. Blues Etílicos (1987)
  97. TNT (1987)
  98. Picassos Falsos (1987)
  99. Ratos de Porão
    Cada Dia Mais Sujo e Agressivo (1987)
  100. Engenheiros do Hawaii
    A Revolta dos Dândis (1987)
  101. Inocentes
    Adeus Carne (1987)
  102. Os Replicantes
    Histórias de Sexo e Violência (1987)
  103. Picassos Falsos
    Supercarioca (1988)
  104. Joelho de Porco
    18 Anos Sem Sucesso (1988)
  105. Cazuza
    Ideologia (1988)
  106. Cazuza
    O Tempo Não Pára – Ao Vivo (1988)
  107. Os Cascavelletes (1988)
  108. Egberto Gismonti
    Dança de Escravos (1989)
  109. Os Cascavelletes
    Rock’a’Lua (1989)

 ACESSE MAIS 100 ÁLBUNS NA PARTE 1 DESTE POST

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Confira também os usuários do Youtube: Henrique Beira, Marcelo Mara.

LINDO SONHO DELIRANTE: 100 discos psicodélicos do Brasil (1968-1975), um livro ilustrado de Bento Araújo @ Poeira Zine

“Lindo Sonho Delirante – 100 Discos Psicodélicos do Brasil (1968-1975)”,
de Bento Araújo (Editor do Poeira Zine)

“Lindo Sonho Delirante: 100 discos psicodélicos do Brasil (1968-1975)” é ricamente ilustrado, com reproduções das capas de todos os cem (100) discos apresentados. Cada álbum e compacto é acompanhado de uma resenha em português e inglês, minuciosa reprodução da arte gráfica original, um cabeçalho contendo o nome do grupo/artista, nome do disco/compacto, seu respectivo selo fonográfico, número de série da prensagem original e data de lançamento.

Considerando o disco-manifesto “Tropicalia ou Panis et Circencis” como uma espécie de marco zero da psicodelia nacional, a garimpagem das obras contidas no livro começa em 1968. De “Tropicalia ou Panis et Circencis” partimos rumo a uma jornada de oito anos, que termina no talvez mais raro e mitológico disco psicodélico brasileiro de todos, “Paêbirú: Caminho da Montanha do Sol”, lançado por Lula Côrtes e Zé Ramalho, em 1975.

De pioneiros como Arnaldo Baptista, Rogério Duprat, Tom Zé, Fábio e Ronnie Von, até astros como Rita Lee, Milton Nascimento, Secos & Molhados e Novos Baianos. De gigantes como Gil, Caetano, Gal, Jorge Ben e Os Mutantes, até heróis e heroínas não tão celebrados, como Damião Experiença, Lula Côrtes, Sidney Miller, Suely e Os Kantikus, Marconi Notaro, Guilherme Lamounier e Loyce e os Gnomos. Do rock marginal da Equipe Mercado, Ave Sangria, A Bolha, Casa das Máquinas, Spectrum e Paulo Bagunça e a Tropa Maldita, até a sofisticação de Marcos Valle, João Donato, Egberto Gismonti, Luiz Carlos Vinhas, Pedro Santos e Arthur Verocai. Todos estão juntos nesse Lindo Sonho Delirante, os superstars e os esquecidos, os raros compactos e os elepês.

Além das cem resenhas, o livro contém uma introdução, onde uma particular visão do período é abordada, analisando a influência da música pop anglo-saxônica misturada à exaltação das raízes brasileiras por parte dos artistas locais, tomando como ponto de partida a Semana de Arte Moderna de 1922 e ícones da cultura nacional, como Chacrinha e Grande Otelo.

A análise da criação e a interpretação do simbolismo desta lisergia tropical cria uma iconografia inédita, um volume que funciona como um presente à memória da música nacional e àqueles artistas brasileiros que expandiram a mente em nome da arte, em plena era de sangrenta repressão militar e de extremo preconceito social.

mural
Preço: R$ 120,00
Data de Lançamento: novembro de 2016
Formato: 21X19,5cm, colorido, papel couchê
Número de páginas: 232
Compre: http://www.poeirazine.com.br/loja/lsd/
Preview (inclui lista dos 100 discos)

* * * * *

OUÇA:

















+ RITA LEE, – RITALINA >>> Ouça dois duetos de Rita com Pitty em “Esse Tal de Roque Enrow” e com Zélia Duncan em “Pagu!”

Rita Lee

* * * * **

ESSE TAL DE ROQUE ENROW

Ela nem vem mais pra casa, Doutor!
Ela odeia meus vestidos.
Minha filha é um caso sério, Doutor!
Ela agora está vivendo com esse tal de…
Roque enrow, roque en row!

Ela não fala comigo, Doutor,
Quando ele está por perto.
É um menino tão sabido, Doutor,
Ele quer modificar o mundo
Esse tal de roque enrow, roque en row!

Quem é ele?
Esse tal de roque enrow?
Uma mosca, um mistério, uma moda que passou
Ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou.

Ela não quer ser tratada, Doutor,
E não pensa no futuro.
E minha filha está solteira, Doutor,
Ela agora está lá na sala com esse tal de
Roque enrow, roque en row!

Eu procuro estar por dentro, Doutor,
Dessa nova geração.
Mas minha filha não me leva à sério, Doutor,
Ela fica cheia de mistério com esse tal de
Roque enrow, roque en row!

Quem é ele?
Esse tal de roque enrow?
Um planeta, um deserto, uma bomba que estourou
Ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou

Ela dança o dia inteiro, Doutor
E só estuda pra passar.
E já fuma com essa idade, Doutor
Desconfio que não há mais cura pra esse tal de
Roque enrow, roque en row!

* * * * *

PAGU

Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Hum! Hum!

Eu sou pau pra toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Hum! Hum! Hum! Hum!
Minha força não é bruta
Não sou freira, nem sou puta

Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Ratatá! Ratatá! Ratatá!
Taratá! Taratá!

Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Hanhan! Ah! Hanran!
Fama de porra louca, tudo bem!
Minha mãe é Maria Ninguém
Hanhan! Ah! Hanran!

Não sou atriz, modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima

Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

* * * * *
BONUS TRACKS

BLOCO DO EVOÉ! >>> “Eu só acreditaria em um deus que soubesse dançar.” (Nietzsche em Assim Falou Zaratustra)

Flyer

“Eu só acreditaria em um deus que soubesse dançar.”
(Nietzsche em Assim Falou Zaratustra)

EVOÉ >>> Interjeição. Do grego εύοϊ.
Expressa entusiasmo, exaltação, intensa alegria.
Brado de evocação a Baco nas orgias.
Exemplo: “Eram evoés e brindes a ecoar em todo o recinto.”

Neste domingão (14/06), vai rolar mais um evento cultural imperdível na Evoé Café com Livros, um dos espaços artísticos e lúdicos mais bacanas de Goiânia: é a 3ª edição do Bloco do Evoé, parceria da Evoé com a Fósforo Cultural.

Incentivando a efervescência das artes integradas, botando a literatura pra transar com a música e a poesia pra dançar seus versos, o Bloco do Evoé já realizou duas edições de sucesso neste 2015, em que teve sarau da Editora Zé Ninguém, apresentações musicais com Diego Mascate, Fernando Simplista, Lorrana Santos e Luca Augusto, além de DJs tocando a fina flor do cancioneiro tupiniquim.

Desta vez, o Bloco do Evoé contará com show da Bebel Roriz, discotecagens timbradas comigo e com o Igor Zargov, além de palco aberto pra quem quiser expressar canções, poemas, danças e o que for. Bóra?!?

A partir das 18h, ingresso R$10. Rua 91, Quadra 20B, 495, Setor Sul. [Evento no Facebook]

Exalte-se sem moderação! Enxote o apolíneo e incendeie o dionisíaco! Descreia em deuses que não sabem dançar!

Flyer 2

* * * *
Abaixo, algumas coletâneas por mim boladas com algumas das cantigas que você corre o risco de ouvir na Evoé. Suba o volume e boa viagem!

BLOCO DO EVOÉ – VOLUME #01

01) Clara Nunes – Alvorada no Morro (2:34)
02) Jorge Ben – Mas, Que Nada! (3:01)
03) Wilson Das Neves – Samba É Meu Dom e Soberana (5:07)
04) Bezerra Da Silva – Pastor Trambiqueiro (3:32)
05) Elis Regina – Tiro ao Álvaro (2:42)
06) Carmen Miranda – …E O Mundo Não Se Acabou (de A. Valente) (3:00)
07) Caetano Veloso – Um Frevo Novo (2:55)
08) Zé Keti – Opinião (2:26)
09) Elton Medeiros e Paulinho da Viola – Maioria Sem Nenhum (2:18)
10) Elis Regina – Bala Com Bala (3:02)
11) Jorge Mautner – Feitiço (2:20)
12) Dorival Caymmi – Maracangalha (2:47)
13) Caetano Veloso – Alegria, Alegria (2:50)
14) Itamar Assumpção – Dor elegante (3:28)
15) Banda Black Rio – Mr. Funky Samba (3:38)
16) Clara Nunes – Canto das 3 raças (4:21)
17) Orquestra Imperial – Ereção (3:18)
18) Criolo – Linha de Frente (4:30)
19) Marcelo D2 – Malandragem dá Um Tempo (3:37)
20) DonaZica – Jabá (2:39)
21) Thalma de Freitas – O Samba Taí (2:42)
22) Marcelo Camelo – Copacabana (2:38)
23) Marcelo D2 – A Maldicao Do Samba (2:31)
24) Dunas do Barato – Sai da Calçada (2:25)

* * * * *

BLOCO DO EVOÉ – VOLUME #02

01) Wado – Ontem Eu Sambei (3:27)
02) Mundo Livre S.A. – Bolo de Ameixa (3:56)
03) Tulipa Ruiz – Megalomania (4:12)
04) Graveola e O Lixo Polifônico – Babulina’s trip (4:43)
05) Natália Matos – Beber você (3:48)
06) Rodrigo Amarante – Maná (2:39)
07) Chico Science – Manguetown (3:13)
08) Ceumar – Turbilhão (3:56)
09) Russo Passapusso – Paraquedas (4:24)
10) Metá Metá – Rainha das Cabeças (3:50)
11) Castello Branco – Tem Mais Que Eu (3:06)
12) Saravah Soul – Fire (3:35)
13) Júpiter Maçã – Beatle George (3:37)
14) Carlos Malta – Come Together (3:18)
15) Mariana Aydar – Tá? (3:00)
16) Ceumar – Segura O Coco (2:53)
17) Bruno Batista & Dandara Modesto – Pois, Zé (3:20)
18) Baleia – Motim (4:46)
19) Zulumbi feat Elo Da Corrente – Sob o signo do insano (2:12)
20) Chico Science – Maracatu Atomico (4:43)
21) Jupiter Maçã – Um Lugar Do Caralho (4:58)
22) Metá Metá, Orunmila (4:03)

* * * * *

BLOCO DO EVOÉ – VOLUME #03

01) Tim Maia – Não Quero Dinheiro
02) Chico Buarque – Apesar de Você
03) Sergio Sampaio – Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua
04) Raul Seixas – Botar Pra Ferver
05) Rita Lee – Ando Jururu
06) Luiz Tatit – Baião de 4 Toques
07) Tom Zé – Tô
08) Torquato Neto cantado por G. Gil – Geléia Geral
09) Marvin Gaye e Studio Rio – Sexual Healing
10) Lenine – O Homem dos Olhos de Raio X
11) Lula Cortez – Lua Viva
12) Raul Seixas – Pra Baixo
13) Gilberto Gil – Cérebro Eletrônico
14) Os Mulheres Negras – Xarope
15) Cássia Eller – Blues da Piedade
16) Sergio Sampaio – Que Loucura
17) Tom Zé – Menina Amanhã de Manhã
18) Chico Buarque – A Banda

* * * * *

BLOCO DO EVOÉ – VOLUME #04

01) Criolo + Tulipa Ruiz, “Cartão de Visita”
02) Jovelina Pérola Negra + Marcelo D2, “Catatau”
03) Curumin, “Guerreiro”
04) Bezerra da Silva, “Quando o Morcego Doar Sangue”
05) Porcas Borboletas, “Tá Todo Mundo Pensando Em Sexo”
06) Amplexos, “Sim”
07) Los Hermanos, “Paquetá”
08) B Negão e os Seletores de Frequência, “Proceder / Caminhar”
09) Carne Doce, “Fruta Elétrica”
10) Andreia Dias, “Vida Bela”
11) Os Mutantes, “Senhor F”
12) Apanhador Só, “Vila do Meio-Dia”
13) João Bosco, “Mestre Sala dos Mares”
14) Siba, “Cantando Ciranda Na Beira do Mar”
15) Lenine, “É fogo!”
16) Elizeth Cardoso toca Pixinguinha, “Tapa Buraco”
17) Silvia Torres, “Take Saravá”
18) Adriana Calcanhoto e Bossacucanova, “Previsão”
19) Martinho da Vila, “Visgo da Jaca”
20) Dom Salvador e a Abolição, “Uma Vida”

* * * * *Flyer3

BLOCO DO EVOÉ – VOLUME 03: Uma compilação de música brasileira [18 canções de Tim Maia, Chico Buarque, Raul Seixas, Sergio Sampaio, Tom Zé, Luiz Tatit etc.]

BLOCO DO EVOÉ – VOLUME 03
Uma compilação de música brasileira

AUMENTE O VOLUME E BOA VIAGEM!

01. TIM MAIA, Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)
02. CHICO BUARQUE, Apesar de Você
03. SERGIO SAMPAIO, Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua
04. RAUL SEIXAS, Eu Vou Botar Pra Ferver
05. RITA LEE, Ando Jururu
06. LUIZ TATIT, Baião de 4 Toques
07. TOM ZÉ,
08. GILBERTO GIL CANTA TORQUATO NETO, Geléia Geral
09. MARVIN GAYE, Sexual Healing (Brazilian Remix)
10. LENINE, O Homem dos Olhos de Raio X
11. LULA CÔRTES, Lua Viva
12. RAUL SEIXAS, Cidade de Cabeça Pra Baixo
13. GILBERTO GIL, Cérebro Eletrônico
14.  MULHERES NEGRAS, Xarope
15. CÁSSIA ELLER, Blues da Piedade
16. SERGIO SAMPAIO, Que Loucura
17. TOM ZÉ, Menina Amanhã De Manhã
18. CHICO BUARQUE, A Banda

OUÇA TAMBÉM: BLOCO DO EVOÉ VOLUME 01 e VOLUME 02

200 CLÁSSICOS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA NAS DÉCADAS DE 1960, 1970 E 1980 (EM ORDEM CRONOLÓGICA) [PARTE I]

MPB

200 CLÁSSICOS DA MÚSICA BRASILEIRA
NAS DÉCADAS DE 1960, 1970 E 1980
(EM ORDEM CRONOLÓGICA)

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Uma das maravilhas que a Internet nos proporciona é o acesso a uma imensa biblioteca musical. Este baú de tesouros – não somente guardados mas compartilhados – está acessível a qualquer um que se conecte à grande rede, mas as pepitas estão dispersas por toda parte e a compilação da fina flor deste gigante acervo exige todo um trampo de garimpagem e coleta. Na intenção de organizar um pouco todo este vasto material musical, A Casa de Vidro apresenta aqui uma seleção com 200 álbuns da MPB nas décadas de 60, 70 e 80, todos eles disponíveis para audição na íntegra no YouTube. Obras cruciais na história cultural brasileira estão aí reunidas para degustação livre. A lista vai ser expandida constantemente e as sugestões de vocês são muito bem-vindas. Subam o volume e boa viagem!

Tem João Gilberto, Jorge Ben, Nara Leão, Sambalanço Trio, Chico Buarque, Vinicius de Moraes e Baden Powell, Tom Jobim, Caetano Veloso, Gal Costa, Os Mutantes, Paulinho da Viola, Tom Zé, Ronnie Von, Egberto Gismonti, Erasmo Carlos, Som Imaginário, Rita Lee, Dom Salvador e a Abolição, Clube da Esquina, Tim Maia, Eumir Deodato, Novos Baianos, Jards Macalé, Clube da Esquina, Secos e Molhados, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Walter Franco, Luiz Bonfá, Marcos Valle, Rogério Duprat, Arnaldo Baptista, Hermeto Pascoal, Lula Côrtez e Zé Ramalho, Adoniran Barbosa, Cartola, Clara Nunes, Belchior, Raul Seixas, Elis Regina, Sergio Sampaio, Taiguara, Odair José, Banda Black Rio, Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, Paulo Vanzolini, Titãs, Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, Legião Urbana… e muito mais!

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Acesse o post 2 com outros 100 álbuns!

  1. JOÃO GILBERTO
    O Amor, o Sorriso e a Flor (1960)
  2. BOSSA NOVA AT CARNEGIE HALL (1962)
  3. TAMBA TRIO (1962)
  4. JORGE BEN
    Samba Esquema Novo (1963)
  5. STAN GETZ E JOÃO GILBERTO (1963)
  6. SAMBALANÇO TRIO (1964)
  7. FLORA PURIM
    Flora é M.P.M. (1964)
  8. LENNIE DALE E SAMBALANÇO TRIO (1965)
  9. BADEN POWELL,
    AfroSambas (1966)
  10. BADEN POWELL, VINICIUS DE MORAES, QUARTETO EM CY
    Afrosambas (1966)
  11. CHICO BUARQUE (1966)
  12. CHICO BUARQUE
    Vol. 2 (1967)
  13. TOM JOBIM
    Wave (1967)
  14. CAETANO VELOSO E GAL COSTA
    Domingou (1967)
  15. QUARTETO NOVO (1967)
  16. OS MUTANTES (1968)
  17. GIL, CAÊ, DUPRAT, OS MUTANTES & CIA
    Tropicalia ou Panis et Circencis (1968)
  18. CHICO BUARQUE
    Vol. 3 (1968)
  19. TOM ZÉ
    Grande Liquidação (1968)
  20. PEDRO SANTOS KRISHNANDA (1968)
  21. RONNIE VON (1968)
  22. RONNIE VON
    A Misteriosa Luta Do Reino De Parassempre Contra O Império Nuncamais (1969)
  23. JORGE BEN (1969)
  24. GAL COSTA
    Gal (1969)
  25. EGBERTO GISMONTI (1969)
  26. OS MUTANTES
    II (1969)
  27. OS MUTANTES
    A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970)
  28. TOM JOBIM
    Tide (1970)
  29. ERASMO CARLOS
    E Os Tremendões (1970)
  30. SOM IMAGINÁRIO (1970)
  31. CHICO BUARQUE,
    Construção (1971)
  32. DOM SALVADOR E A ABOLIÇÃO,
    Som, Sangue E Raça (1971)
  33. AIRTO MOREIRA
    Seeds on the Ground (1971)
  34. RAUL SEIXAS, SERGIO SAMPAIO, EDY STAR E MIRIAM BATUCADA
    Sociedade da Grã Ordem Kavernista (1971)
  35. CAETANO VELOSO,
    Transa (1972)
  36. EUMIR DEODATO
    Also Sprach Zarathustra (1972)
  37. TIM MAIA (1972)
  38. JORGE MAUTNER,
    Para Iluminar a Cidade (1972)
  39. NOVOS BAIANOS
    Acabou Chorare (1972)
  40. ALCEU VALENÇA E GERALDO AZEVEDO
    Quadrafônico (1972)
  41. QUINTETO VIOLADO (1972)
  42. JARDS MACALÉ (1972)
  43. LÔ BORGES (1972)
  44. RAUL SEIXAS
    Krig Ha, Bandolo! (1973)
  45. SECOS E MOLHADOS (1973)
  46. GILBERTO GIL
    Ao Vivo na Poli USP (1973)
  47. NOVOS BAIANOS F.C. (1973)
  48. SOM IMAGINÁRIO
    Matança do Porco (1973)
  49. TOM ZÉ
    Todos os Olhos (1973)
  50. LUIZ MELODIA
    Pérola Negra (1973)
  51. GUILHERME LAMOUNIER (1973)
  52. WALTER FRANCO
    Ou Não (1973)
  53.  SERGIO SAMPAIO
    Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua (1973)
  54. RAUL SEIXAS
    Gita (1974)
  55. JOÃO DONATO E EUMIR DEODATO
    Donato / Deodato (1973)
  56. MARCOS VALLE E AZYMUTH
    Previsão do Tempo (1973)
  57. O PESO
    Em Busca do Tempo Perdido (1974)
  58. TIM MAIA,
    Racional (1974)
  59. WILSON SIMONAL
    Vinil Mexicano da Philips (1974)
  60. ARNALDO BAPTISTA
    Lóki? (1974)
  61. ROGÉRIO DUPRAT
    Brasil com S (1974)
  62. O BANQUETE DOS MENDIGOS (1974)
  63. RITA LEE & TUTTI FRUTTI
    Fruto Proibido (1975)
  64. EMÍLIO SANTIAGO (1975)
  65. LULA CÔRTES E ZÉ RAMALHO
    Paêbirú (1975)
  66. O TERÇO,
    Criaturas da Noite (1975)
  67. DI MELO (1975)
  68. ADONIRAN BARBOSA (1975)
  69. EDUARDO GUDIN, MÁRCIA E PAULO CÉSAR PINHEIRO
    O Importante é que Nossa Emoção Sobreviva (1975-1976)
  70. RAUL SEIXAS,
    Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás (1976)
  71. BELCHIOR
    Alucinação (1976)
  72. TOM ZÉ
    Estudando o Samba (1976)
  73. CARTOLA (1976)
  74. DOCES BÁRBAROS (1976)
  75. ELIS REGINA
    Falso Brilhante (1976)
  76. CHICO BUARQUE
    Meu Caro Amigo (1976)
  77. SERGIO SAMPAIO
    Tem Que Acontecer (1976)
  78. CARTOLA (1976)
  79. TAIGUARA
    Imyra, Tayra, Ipy, Taiguara (1976)
  80. ALCEU VALENÇA,
    Espelho Cristalino (1977)
  81. HERMETO PASCOAL,
    Slaves Mass (1977)
  82. MILTON NASCIMENTO E CLUBE DA ESQUINA,
    II (1978)
  83. CLARA NUNES,
    Guerreira (1978)
  84. TOM ZÉ
    Correio da Estação do Brás (1978)
  85. BANDA BLACK RIO (1978)
  86. HERMETO PASCOAL,
    Zabumbê-bum-á (1979)
  87. CÁTIA DE FRANÇA,
    20 Palavras ao Redor do Sol
  88. MPB4
    Bons Tempos, Hein?!?
  89. ITAMAR ASSUMPÇÃO, 
    Beleléu, Leléu, Eu (1980)
  90. EGBERTO GISMONTI
    Circense (1980)
  91. ARRIGO BARNABÉ
    Clara Crocodilo (1980)
  92. PAULO VANZOLINI
    Por Ele Mesmo (1981)
  93. EDU LOBO E CHICO BUARQUE
    O Grande Circo Místico (1982)
  94. ARNALDO BAPTISTA
    Singin’ Alone (1982)
  95. PARALAMAS DO SUCESSO
    O Passo do Lui (1984)
  96. ULTRAGE A RIGOR
    Nós Vamos Invadir Sua Praia (1985)
  97. LEGIÃO URBANA
    Dois (1986)
  98. TITÃS
    Cabela Dinossauro (1986)
  99. PATIFE BAND
    Corredor Polonês (1987)
  100. LEGIÃO URBANA
    Quatro Estações (1989)

Acesse o post 2 com outros 100 álbuns!

Confira também:
Revista Rolling Stone Brasil elege 100 melhores álbuns da MPB

“Calar a Boca Nunca Mais!” – 22 canções políticas e de protesto da música brasileira (ouça as coletâneas…)

Saindo do forno mais duas novas mixtapes que agregam só música popular brasileira, de todos os estilos e várias épocas, numa salada-gororoba que vai do rap ao rock, do samba ao manguebeat, do indie à tropicália… Estas últimas coletâneas focam em músicas de protesto e de conteúdo político, sendo ótimas trilhas-sonoras para as mobilizações de massa e manifestações de rua que tomaram o Brasil em Junho e Julho de 2013. Suba o volume e embarque nessa!

CALAR A BOCA NUNCA MAIS!
(BRASILIANADA! 15ª EDIÇÃO)
Coletânea de música brasileira:
01) TOM ZÉ, “POVO NOVO”
02) BEZERRA DA SILVA, “PASTOR TRAMBIQUEIRO”
03) CHICO BUARQUE, “APESAR DE VOCÊ”
04) GABRIEL O PENSADOR, “ATÉ QUANDO?”
05) OTTO E LECI BRANDÃO, “VÍTIMAS DA SOCIEDADE”
06) RITA LEE & TUTTI FRUTTI, “COM A BOCA NO MUNDO”
07) FLICTS, “ASSIM CAMINHA O BUSÃO”
08) RAUL SEIXAS, “MOSCA NA SOPA”
09) TOM JOBIM, “O MORRO NÃO TEM VEZ”
10) GERALDO VANDRÉ, “PRA NÃO DIZER Q NÃO FALEI DE FLORES”
11) BELCHIOR, “A PALO SECO”
12) ITAMAR ASSUMPÇÃO, “Nego Dito”

http://8tracks.com/depredando/calar-a-boca-nunca-mais-brasilianada-15

01) EMICIDA – “Dedo na Ferida” (Ao Vivo)
02) LEGIÃO URBANA, “Mais do Mesmo”
03) RAUL SEIXAS, “Cidade de Cabeça Pra Baixo”
04) DOM SALVADOR & A ABOLIÇÃO, “Uma Vida”
05) WILSON DAS NEVES, “O Dia Em Que O Morro Descer e Não For Carnaval”
06) CRIOLO, “Não Existe Amor em SP” (Ao Vivo)
07) CURUMIN, “Guerreiro”
08) FILOMEDUSA, “Baixaria Blues”
09) EL EFECTO, “O encontro de Lampião com Eike Batista”
10) CHICO SCIENCE & NAÇÃO ZUMBI, “Banditismo por Questão de Classe”

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Ouça mais de 50 coletâneas no nosso 8 Tracks!